Consultório na Rua acolhe e humaniza situação de pessoas em situação de vulnerabilidade

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Programa retomado no início da gestão completa um ano de atendimento a pessoas em situação de rua em Diadema

Texto: Renata Nascimento – Fotos: Mauro Pedroso (PMD)

Da Redação – A manhã da última sexta-feira (27/05) ficou mais acolhedora para a população em situação de rua com as atividades programadas pelo Consultório na Rua, da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Diadema, na Praça Lauro Michels, na região central da cidade.

Além de apresentações de músicas, realizadas por usuários do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD), a equipe distribuiu kits de higiene, absorventes e preservativos, aplicou doses de reforço contra covid-19 e testes rápidos para sífilis, hepatites e HIV, além de oferecer atendimento e encaminhamento para Unidade Básica de Saúde (UBS), Caps AD e Saúde Bucal.

A atividade fez parte da comemoração de um ano de retorno e funcionamento do Consultório na Rua de Diadema. O objetivo do programa da Prefeitura, recriado em 26 de maio de 2021, é acolher, levar dignidade e ampliar o acesso desse público aos serviços de saúde da rede municipal. Nesse período, foram cerca de 350 ações de campo com matriciamento junto às UBSs, testagem rápida e participação em encontros intermunicipais com consultórios na rua da região.

Para o enfermeiro e coordenador do Programa, Valter Silva Pinhão, o maior desafio nos últimos 12 meses foi retomar um serviço sem atividade havia quase cinco anos. “Tivemos muito apoio, porém a estrutura era pequena em relação às questões enfrentadas em pleno ano de pandemia e com grande número de pessoas em situação de rua”, afirmou. O Consultório também colaborou com a imunização contra covid-19 para essa população, abordando 438 pessoas. Dessas, 237 foram vacinados, 63 recusaram e 138 já haviam sido imunizados contra a doença. Também foram aplicadas 85 doses de reforço.

Rotina

A equipe multiprofissional composta por enfermeiro especialista em saúde mental e dependência química, um psicólogo especialista em álcool e outras drogas; dois redutores de danos, um com experiência em IST Aids e LGBTQI+ e outro com experiência em atenção básica e saúde da família, realiza o trabalho de campo de segunda a sexta-feira.

Entre as atividades desenvolvidas estão o acolhimento e o atendimento integral das demandas de saúde como abordagens, orientações, trabalho de desenvolvimento de vínculos, cadastramento, consultas, curativos, medicações e encaminhamentos, em parceria com as equipes das UBSs e outros equipamentos, como Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) de cada território, para pessoas em condições de vulnerabilidade e com os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados.

Os agravos de saúde mais frequentes são dependência de substâncias psicoativas, doenças de pele e questões ligadas a saúde bucal e mental. Por isso, nos próximos meses, o intuito é melhorar a articulação com as redes de saúde, saúde bucal e assistência social para atendimento às necessidades, construção de projetos terapêuticos singulares (PTS) e ampliar o fluxo de testagem rápida.

Histórico

O programa Consultório na Rua foi criado pelo Ministério da Saúde em 2009, focado na população usuária de álcool e outras drogas, como estratégia de redução de danos.

A partir de 2011, o programa passa a ser alocado na Atenção Básica, com o objetivo de ampliar o acesso da população em situação de rua aos serviços de saúde. Porém foi desativado em 2016.

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