Conscientização é a melhor forma de combate ao fumo

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Da Redação – Na próxima sexta-feira, 29 de agosto, será celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. A data tem como objetivo conscientizar sobre os danos que o hábito de fumar pode causar à saúde, e a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) alerta a população para as causas que levam as pessoas ao vício do cigarro. Para o diretor de comunicação da SBMFC, Rodrigo Lima, há outros fatores que contribuem para a dependência química do cigarro.

“O cigarro contém nicotina, uma substância capaz de provocar dependência química. Além disso, fatores culturais podem influenciar as pessoas a consumir cigarros: crianças que veem os pais fumando têm maior chance de desenvolver o hábito quando crescerem; adolescentes costumam experimentar o cigarro como uma forma de demonstrar maturidade, ou em busca de aceitação por alguns grupos; e em algumas regiões, o consumo do tabaco em cachimbos ainda é uma tradição familiar”, explica  Lima.

O médico de família e comunidade ressalta que toda campanha de prevenção ao tabagismo é importante, mas é preciso olhar com mais sensibilidade e entender o que o cigarro significa na vida da pessoa. “Qualquer iniciativa de abordar fumantes para que larguem o vício precisa, antes de mais nada, entender o que o cigarro representa na vida dessas pessoas. Para muitos, o cigarro é  um momento de relaxamento; para outras, o ganho de peso comum ao parar de fumar é um “efeito adverso” intolerável; para outros, representa um dos poucos prazeres na vida”, ressalta.

Lima destaca ainda o papel do médico de família e comunidade (MFC) no compromisso ao combate ao fumo. “O MFC, pela característica de trabalhar com um método clínico centrado na pessoa, tem grande capacidade de entender o contexto da pessoa que fuma, e assim identificar a melhor estratégia para o abandono do vício. Como as recaídas costumam ser frequentes, o acompanhamento ao longo do tempo oferecido pelo médico pode ajudar a evitar esses episódios. Por cuidar da pessoa como um todo, incluindo todas as suas condições clínicas, o profissional pode também ajudar a pessoa a situar o tabagismo dentro de todos os problemas de saúde e assim definir melhor a hora de tentar parar”.

O diretor de comunicação ainda acrescenta as diversas opções de tratamento para quem deseja abandonar o vício. ”Existem várias alternativas, que incluem terapias comportamentais, uso de adesivos de nicotina e até a prescrição de medicamentos. Cada método tem  características próprias e deve ser aplicado de acordo com o contexto que envolve o uso do tabaco de cada paciente”, finaliza.

De acordo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo. A OMS estima que um terço da população mundial adulta, isto é, um bilhão e 200 milhões de pessoas (entre as quais, 200 milhões de mulheres), sejam fumantes. Pesquisas mostram que aproximadamente 47% de toda a população masculina e 12% da população feminina no mundo fumam. Enquanto nos países em desenvolvimento os fumantes constituem 48% da população masculina e 7% da população feminina, nos países desenvolvidos a participação das mulheres mais do que triplica: 42% dos homens e 24% das mulheres têm o hábito de fumar.

Quem é o médico de família e comunidade (MFC)? – A medicina de família e comunidade é uma especialidade médica, assim como a cardiologia, neurologia e ginecologia. O MFC é o especialista em cuidar das pessoas, da família e da comunidade no contexto da atenção primária à saúde. Ele acompanha as pessoas ao longo da vida, independentemente do gênero, idade ou possível doença, integrando ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Esse profissional atua próximo aos pacientes antes mesmo do surgimento de uma doença, realizando diagnósticos precoces e os poupando de intervenções excessivas ou desnecessárias.

É um clínico e comunicador habilidoso, pois utiliza abordagem centrada na pessoa e é capaz de resolver pelo menos 90% dos problemas de saúde, manejar sintomas inespecíficos e realizar ações preventivas. É um coordenador do cuidado, trabalha em equipe e em rede, advoga em prol da saúde dos seus pacientes e da comunidade. Atualmente há no Brasil mais de 3.200 médicos com título de especialista em medicina de família e comunidade.

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