Confiança do consumidor começa o ano em baixa, informa ACSP

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Da Redação – O Índice Nacional de Confiança (INC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) registrou 75 pontos em janeiro – o que representa uma queda de dois pontos em relação a dezembro de 2015 e de 62 pontos em relação a janeiro daquele ano.

Essa é a décima queda nos últimos doze meses. O INC é elaborado pelo Instituto Ipsos, que realizou a pesquisa entre os dias 14 e 24 de janeiro em todo o Brasil. No INC, os valores entre 100 e 200 pontos apontam otimismo; o intervalo de zero a 100 indica pessimismo.

De acordo com Alencar Burti, presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), a contínua baixa da confiança no início de 2016 sinaliza para o aprofundamento da crise política e econômica pela qual passa o País. “A confiança está estabilizada, mas em patamares mínimos. Para que o consumidor saia desse pessimismo, é preciso haver uma solução rápida da crise político-institucional e a queda da inflação. Somente assim, poderemos retomar a atividade econômica”, comenta Burti.

Segundo o presidente da ACSP, o recuo da inflação melhorará, sobretudo, a confiança das classes mais baixas. Já o fim da crise política irá reduzir a incerteza que paralisa as compras parceladas.

Situação, consumo e emprego – Em janeiro, 52% dos entrevistados avaliaram sua situação financeira atual como ruim e apenas 24% como boa. Há um ano, essa relação era de 32% e 40%, respectivamente. Em relação ao trabalho, 54% sentem-se inseguros em seus empregos, contra 14% que se sentem seguros (27% e 35%, respectivamente, em janeiro de 2015).

Mais do que isso, cada entrevistado disse conhecer, em média, 4,96 pessoas que perderam o emprego nos últimos seis meses. É o maior número desde que a pesquisa foi criada, em abril de 2005. Em janeiro do ano passado, essa média foi de 3,31 pessoas.

Como consequência desse cenário, apenas 16% dos consumidores disseram estar à vontade para comprar eletroeletrônicos nos próximos meses (41% em janeiro de 2015). “A insegurança no emprego e a má percepção que o brasileiro tem de sua situação financeira se refletem no consumo das famílias, sobretudo na aquisição de bens duráveis”, explica Burti. Na comparação com dezembro, todos esses indicadores mantiveram-se estáveis ou dentro da margem de erro de 3 pontos.

O Índice de Confiança do Consumidor Paulista registrou 60 pontos em janeiro – o pior resultado desde que a pesquisa começou. Em dezembro de 2015, a confiança entre os consumidores de São Paulo tinha sido de 64 pontos. Já em janeiro do mesmo ano, foi de 126. A queda mais forte em SP pode ser explicada pelo fato de o estado ter uma grande presença de consumidores da classe AB, a mais pessimista. Além disso, por ser um estado altamente industrializado, sofre ainda mais com a recessão econômica, pois a indústria tem sido o setor mais prejudicado.

Das regiões analisadas, apenas o Nordeste apresentou alta em relação a dezembro de 2015. O INC nordestino subiu de 82 para 91 pontos, embora continue no campo pessimista. O Sudeste caiu de 70 para 66 pontos; o Norte/Centro-Oeste, de 91 para 85; e o Sul despencou de 74 para 63 pontos.

A classe DE foi a única a apresentar ligeira elevação de confiança, com o INC desse grupo indo de 90 para 92 pontos. Já a confiança da classe C baixou de 76 para 73 pontos, e a da classe AB caiu de 64 para 62. A melhora na confiança tanto da classe DE quanto na região Nordeste pode ser explicada pelo aumento do salário mínimo, que impacta mais esses dois grupos.

O INC de janeiro foi elaborado pelo Instituto Ipsos a partir de 1,2 mil entrevistas domiciliares em 72 municípios, por amostra representativa da população brasileira de áreas urbanas (Censo 2010 e PNAD 2013), com seleção probabilística de locais de entrevista e cotas de escolha do entrevistado, ambas baseadas em dados oficiais do IBGE.

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