Texto: Luciana Gandelini – Fotos: Douglas Almeida
Da Redação – No dia 25 de abril de 2018 – data oficial de seu aniversário – a Fundação das Artes de São Caetano do Sul, realizou uma grande celebração na Sala São Paulo que conectou gerações e diversas linguagens artísticas, para referenciar a memória de uma das instituições de formação em artes mais importantes do Brasil.
Em parceria com a Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul e com o SESC-SP, SESC São Caetano, Secretaria de Cultura de São Caetano do Sul, Secretaria de Cultura do Estado e Fundação OSESP – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, o evento foi realizado em um dos melhores espaços para concertos do mundo, o que proporcionou aos estudantes uma vivência pedagógica muito peculiar e até inédita, já que muitos puderam realizar o sonho de tocar pela primeira vez em um dos espaços mais emblemáticos da música clássica, dividindo partituras com artistas renomados e músicos profissionais.
Com a amplitude da Sala São Paulo, a Fundação das Artes pode reunir simbolicamente em uma noite especial, toda a diversidade que a compõe. Entre participantes do evento, elenco e convidados, um clima de reencontro e de reconexão entre várias pessoas que de alguma forma já se relacionaram com a instituição em algum momento destes 50 anos.
Professores, funcionários, ex-estudantes da instituição, pessoas do bairro, artistas consagrados, crianças e jovens estudantes acompanhados de suas famílias, foram adentrando a Sala da São Paulo, junto com autoridades locais e outros convidados da instituição.
A abertura do evento aconteceu no Foyer da Sala São Paulo e foi realizada pelo Grupo Institucional de Dança da Fundação das Artes com uma apresentação ao estilo abre-alas que encantou o público.
Já no espaço principal, o público pode conferir outras apresentações da Escola de Dança da Fundação das Artes, entre elas um monólogo leve e muito poético da ária O Mio Babbino Caro, trecho de uma das mais belas obras de Giacomo Puccini.
Entre os discursos cerimoniais que marcaram a noite, uma fala de Danilo Santos de Miranda, Diretor Regional do SESC-SP. Houve também uma salva de palmas do público presente, em uma grande homenagem aos funcionários e professores que estavam na cerimônia.
O Concerto de 50 anos da Fundação das Artes começou por volta de 21h00 e foi realizado sob a regência dos Maestros Geraldo Olivieri e Ogair Junior. Com apresentações da Orquestra Jovem, Big Band Salada Mista, Cameratas de Cordas, Grupo de Percussão e Coro de Repertório da Fundação das Artes, o concerto contou com a participação especial de músicos convidados da OSESP – Orquestra Sinfônica de São Paulo e do cantor João Bosco.
Crianças e jovens, acompanhados de seus professores, outros estudantes e até ex-alunos da instituição, levaram para o palco a experiência que adquiriram durante a passagem pelos diferentes níveis de Cameratas de Cordas, que a Fundação das Artes peculiarmente propicia.
Entre os jovens integrantes da Camerata de Cordas, a participação histórica de Malka, compositora, instrumentista e estudante de viola de arco na Fundação das Artes, que foi a primeira trans a tocar no palco da Sala São Paulo. Sua participação, além de importante, marca uma reflexão necessária e quebra barreiras no cenário artístico.
Uma grande noite de comemoração repleta de significados, que uniu gerações e conectou diferentes linguagens artísticas, celebrando uma história que há 50 anos vem fomentando a cultura em sua diversidade, colaborando com o estímulo à formação artística e a formação de público para as artes.
A Semana de Celebração dos 50 anos da Fundação das Artes teve início na segunda-feira (23 de abril) e envolveu a população do bairro Nova Gerty com várias ações, entre elas uma edição especial do projeto Som na Calçada. O projeto do professor e ex-aluno da instituição Rodrigo Braga, que há cinco anos ocupa a calçada da Fundação das Artes com repertório instrumental de jazz e bossa nova, agradou o público que pode se deliciar ao som de um repertório que vai de Miles Davis, Frank Sinatra e Cole Porter, até Tom Jobim, trazendo música de qualidade de graça para a população de São Caetano, em plena segunda-feira.
Na terça-feira, dia 24 de abril, aconteceu uma aula aberta de desenho com alunos de Artes Visuais e performance do Grupo Institucional de Dança da Fundação das Artes, no saguão da escola.
No dia 26 de abril aconteceu a abertura oficial da Exposição “Os primeiros 50 anos” na Pinacoteca de São Caetano, que faz um recorte da produção artística que permeou a Escola de Artes Visuais da Fundação das Artes desde sua criação (em 1968) e conta com obras de Daniel Melim, Bruno Andrade, Elton Hipólito, Bruno Novaes, trabalhos dos orientadores atuais da escola (Anete Lopes Nascimento, Edevania de Souza Rego, Liliane Pires dos Santos, Martin Braga de Siqueira) e obras de edições dos Salões de Arte Contemporânea, realizados na cidade entre as décadas de 1960 e 1980.
O evento de abertura contou com a presença de artistas que possuem obras expostas, entre eles o professor Valdo Rechelo, que assina a curadoria e Daniel Melim, que já ministrou curso na Fundação das Artes e tem suas pinturas apresentadas em galerias e museus no Brasil e no exterior, como Galeria Choque Cultural, Museu AfroBrasil, Memorial da América Latina, Bienal de Valência na Espanha e MASP. A abertura do evento foi realizada com uma Performance Digital dos alunos do curso Mediotec Dança.
A Semana de 50 anos da Fundação das Artes seguiu com a apresentação do espetáculo do Núcleo de teatro de Rua “Ser, ou não sei. Hamelete, a estória recontada”, no dia 27 de abril, na Calçada da Fundação das Artes. E apresentações do espetáculo “Ontem será solidão” da Escola de Teatro nos dias 28 e 29 de abril, no Teatro Timochenco Wehbi. A temporada de “Ontem será Solidão” segue até o dia 12 de maio, com apresentações aos Sábados, às 20 horas, e domingos, às 18 horas.
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