Companhia Antropofágica promove Diálogos Antropofágicos no Espaço Pyndorama

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Da Redação – A Cia Antropofágica convida artistas, pesquisadores, estudantes, articuladores culturais e público interessado para participar dos Diálogos Antropofágicos – Encontros para debater temas importantes do fazer teatral e sobre questões sociais da sociedade contemporânea. De 20 a 28 de março, a Companhia Antropofágica de Teatro promove mais a primeira série de Diálogos Antropofágicos do ano em sua sede, o Espaço Pyndorama localizado em Perdizes.

Durante quatro encontros, a companhia recebe convidados especiais para falar sobre produção teatral, processos criativos de companhias como Kiwi Companhia de Teatro, Cia Os Satyros e da própria Antropofágica. Participarão também dos encontros, pesquisadores que abordarão temas como Biodiversidade, Sistemas Agrícolas de Produção Alimentar, Desenvolvimento e Planejamento Urbano e Cultural.

As temáticas dos Diálogos Antropofágicos foram escolhidos de acordo com o novo projeto da Antropofágica, [D.E.T.O.X] – Devising Experimental da Toxicologia do Objeto X, projeto que parte da necessidade da Companhia em aprofundar as pesquisas sobre questões eco-ambientais contemporâneas, a fim de operar a ponte entre um pensamento desenvolvido no início do século XX e os processos de devastação do planeta atualmente em curso.

Uma proposta de pesquisa sintetizada no conceito de Modernidade Tóxica: uma ampla toxicologia dos muitos projetos modernos que coabitam no país, abrangendo desde questões do manejo ecológico do solo como oposição aos agrotóxicos industriais até a dimensão metafórica do conceito de tóxico presente na arte, na literatura, no teatro e em manifestações diversas da indústria cultural.

Este é um projeto de continuidade dos quinze anos de trabalho teatral coletivo da Antropofágica, que busca abarcar a totalidade de seu diálogo artístico com a cidade de São Paulo. Com mais de trinta integrantes que se revezam entre direção, atuação, música, pesquisa, produção, registro e muitos dos quais com mais de 10 anos de trabalhos conjuntos e ininterruptos, o grupo busca desde sua origem devolver à cidade criações e experiências cênico-musicais que sejam alimento para o livre pensar.

Diálogos Antropofágicos – Programação – Os encontros acontecerão sempre às 19h30, a sede da companhia, o Espaço Pyndorama (Rua Turiassú, 481 – Fundos – Perdizes – São Paulo)

Dia 20 de março de 2018 – A Atualidade do Teatro Documentário – Convidada: Fernanda Azevedo (Atriz, integrante da Kiwi Companhia de Teatro desde 2006. Pesquisadora e mestranda em teatro no Instituto de Artes da Unesp, sob orientação do Prof. Alexandre Mate)

Para discutir a atualidade do teatro documentário, analisaremos alguns dos seus fundamentos conceituais e suas consequências estéticas e sociais, além de examinar exemplos retirados da produção teatral contemporânea.

Dia 21 de março de 2018 – Processos de Devising no Trabalho Criativo dos Satyros – Convidado: Rodolfo García Vázquez II (Dramaturgo, diretor teatral e um dos fundadores da Cia Os Satyros Prêmio Shell de Melhor Diretor em 2005 por “A Vida na Praça Roosevelt”, de Dea Loher)

O encontro visa esclarecer as diferenças entre devising e o teatro colaborativo desenvolvido no Brasil. Em um segundo momento, o encontro visa apresentar possibilidades diferentes de devising no processo da montagem teatral, através da desconstrução de processos criativos de alguns espetáculos emblemáticos dos Satyros.

Dia 27 de março de 2018 – Segurança Alimentar e Nutricional – Convidada: Soraia de Fátima Ramos – (Geógrafa; Mestre em Geografia; Doutoranda na Faculdade de Saúde Pública – USP, Pesquisadora Científica no Instituto de Economia Agrícola (IEA); foi Conselheira do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável -CONSEA/SP).

A segurança alimentar e nutricional abrange o acesso a alimentos com qualidade biológica, sanitária e nutricional, de modo regular e permanente. Alia-se a práticas alimentares promotoras de saúde, com atenção às populações vulneráveis. A produção no campo deve estar amparada em sistemas agrícolas da agricultura familiar com atenção à preservação da biodiversidade e diversidades culturais locais.

Dia 28 de março de 2018 – Desenvolvimento e Planejamento Urbano e Cultural – Convidada: Terezinha Ferrari (Pesquisadora e Professora do Centro Universitário Fundação Santo André – Doutora em Ciência Política. Autora do livro, a Fabricalização da cidade e ideologia da circulação, além de outros textos)

A temática proposta tanto pode ser tratada de modo afirmativo como crítico. A segunda opção seduz porque para enfrentá-la é preciso destacar a presença do Estado no planejamento das cidades; no capitalismo neoliberal esse planejamento urbano contempla também um desenvolvimento e um planejamento cultural – o que nem sempre foi assim. Como o Estado do capital planeja uma cidade para poucos, perguntamos qual é, afinal, o papel da cultura nesta cidade planejada para poucos?

Temporada do Espetáculo OPUS XV – OPUS XV – Máquina de Memória dos quinze anos da Companhia Antropofágica, que desafia a história do grupo na busca por responder aos mecanismos históricos que determinam a própria possibilidade de qualquer existência coletiva. Uma engrenagem teatral projetada para expor suas próprias entranhas, desafiando o individualismo crescente. Como forma de resistência à realidade degradada, a peça crava uma fresta de liberdade entre as determinações objetivas do passado social e as escolhas subjetivas do indivíduo, transformando o espaço do palco em uma plataforma onírica em meio às tensões históricas do tempo presente. De 2 de março a a22 de abril d 2018, às sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 19h. Preço: Gratuito – Classificação Indicativa: 18 anos. No Espaço Pyndorama – Endereço: Rua Turiassú, 481 – Fundos – São Paulo – SP

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