Como reter profissionais de TI: alta rotatividade vai além de bons salários

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* Alex Campos – No Brasil, por conta da rápida pulverização da tecnologia e da inovação, a demanda por profissionais de TI (Tecnologia da Informação) pelo mercado ainda é maior que a oferta. E isso dá aos candidatos forte poder de barganha e migração entre empresas conforme os salários e benefícios oferecidos.

Em pesquisa recente realizada pela Wyser Brasil, consultoria especializada em oferecer serviços de recrutamento e seleção para cargos de média e alta gerência média, e diretoria da multinacional de RH, Gi Group, 60% dos consultados apontaram que, a falta de conhecimento técnico e informações sobre a vaga, são as principais dificuldades vividas nas seleções de vagas de empregos para quem atua na área de TI, e 30% disseram que entrevistas mais técnicas são mais atrativas e efetivas, seguido por 15% que preferem ser abordados por especialistas da área correspondente.

A rotatividade desses especialistas nas empresas brasileiras é muito alta: 1,3 ao ano. Partindo desta visão, a Wyser explora algumas questões problemáticas para departamentos de recursos humanos com relação ao processo de recrutamento e práticas de retenção de funcionários no setor.

A rápida atualização do setor representa um desafio até mesmo para o recrutador, que pode ter dificuldade de combinar as necessidades específicas da empresa com o perfil adequado.

Dados aprofundados sobre a pesquisa – Quando se trata de diferenciais na busca por emprego, 46% dos profissionais de TI disseram que o crescimento profissional e as oportunidades que permitam desenvolver suas habilidades são os principais atrativos na decisão por novos desafios, seguido por 35% que preferem pacotes de benefícios e remuneração e 18% por um plano de carreira.

De acordo com a análise da Wyser Global, uma “remuneração e benefícios excelentes” é o que os profissionais de TI altamente qualificados desejam em um emprego (66%), mas também há outros aspectos que importam. 62% da amostra considera crucial ter um equilíbrio adequado entre o cargo ocupado e a vida privada; 45% a flexibilidade nos arranjos de trabalho e 42% uma cultura organizacional inspiradora.

Há outro dado que devemos considerar: apenas 24% da amostra considera a segurança no trabalho importante. Isso significa que os profissionais de TI não apenas têm um grande poder de barganha para negociar, mas também deixa evidente que não estão preocupados em perder o emprego porque sabem que podem encontrar outro com facilidade.

No Brasil, 30% classificaram que o crescimento e reconhecimento profissional são o que estes especialistas mais desejam em um trabalho. Já 27% da amostra considera crucial ter uma “cultura de ambiente relacional e focada nas pessoas” como diferencial de retenção; e apenas 8% pontuaram que o ambiente físico diferenciado (dress code informal, pinball, ping-pong, vídeo game, por exemplo), é importante na retenção de profissionais dentro da área.

Deve se destacar a orientação a empresas e candidatos também após a contratação. Os profissionais de TI costumavam trabalhar em condições inteligentes e flexíveis com experiências como freelancer. Além disso, hoje em dia, cuidar das pessoas é um valor organizacional fundamental. Negociar a remuneração não é mais suficiente para garantir a permanência e a satisfação (e, portanto, a produtividade) de um funcionário. Existem muitos outros aspectos que as empresas devem aprimorar e levar em consideração com a ajuda também, de consultores especializados da área de RH.

* Alex Campos é head de Recrutamento Especializado em TI da Wyser

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