* André Rezende – Foram dois meses e meio entre os primeiros registros de coronavírus (ou COVID-19), na China, e o anúncio da OMS (Organização Mundial da Saúde) de que o mundo está enfrentando uma pandemia da doença.
Até meados de março, mais de 160 mil pessoas de 116 países haviam sido diagnosticadas com o vírus, que até então causou mais de 6 mil mortes — número que cresce dia após dia.
A OMS não tem uma previsão de erradicação do COVID-19, mas estima que a pandemia dure mais cerca de quatro meses e, a partir de então, o mundo caminhe para uma normalização até o final do ano.
Enquanto isso, medidas de proteção são tomadas. Governos fecham fronteiras, determinam quarentena de cidades e até de países inteiros, suspendem as aulas e o funcionamento de ambientes culturais, como museus. As empresas, por sua vez, entram em um período de necessária reinvenção para não perder de vista as metas traçadas em seu planejamento.
Não é uma missão simples para os empreendedores brasileiros, especialmente quando lembramos do cenário econômico atual, com dólar na casa dos R$ 5 e bolsa de valores em quedas consecutivas. Mas, mantendo o foco no objetivo inicial do negócio e utilizando no máximo da potencialidade competências como inovação e criatividade, é possível não apenas atingir as metas, mas também manter as novas práticas como um legado do período de dificuldade.
Recriar processos com inteligência é o melhor caminho neste momento. É importante, seguindo as recomendações de infectologistas do Brasil e do mundo, minimizar o contato físico, diminuir a circulação pelo transporte público e evitar a permanência de muitas pessoas em um espaço físico fechado.
É a hora de as empresas migrarem todas as tarefas possíveis para o home office e deixarem as reuniões presenciais de lado, utilizando com mais frequência a comunicação via aplicativos de videoconferência. As equipes podem resolver por e-mail questões do dia a dia, como compras, vendas, logística e definições de materiais a serem produzidos, assim como o encaminhamento de suas execuções. O telefone e o Whatsapp passam a ser ferramentas para contatos com compradores, fornecedores, prestadores de serviço e com os colegas como um todo.
Se a presença física for imprescindível, é interessante repensar a distribuição das pessoas no ambiente. Garantir uma maior distância entre as estações de trabalho, manter a empresa arejada e estipular um protocolo de cumprimentos que evite apertos de mãos e beijos no rosto são atitudes bem-vindas.
Aproveitar os cuidados no sentido de evitar o coronavírus para renovar as formas de trabalho, ao mesmo tempo em que ajuda a garantir a integridade física dos funcionários, é um movimento inteligente para manter o andamento das atividades sem perder o foco no objetivo.
Passada a turbulência da pandemia, os procedimentos corporativos estarão maduros e poderão ser incorporados à rotina normalizada como uma herança pós-crise. A adversidade pode ser transformada em uma oportunidade de aperfeiçoamento para alcançar suas metas.
* André Rezende é consultor, palestrante e mentor de pessoas e negócios
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