Diadema disponibiliza mais de 20 imunizantes gratuitamente na rede municipal de saúde, entretanto, ampliar cobertura vacinal ainda é desafio
Texto – Renata Nascimento – Fotos: Mauro Pedroso (PMD)
Da Redação – Entre 8 de agosto a 9 de setembro, mais de 7.282 crianças e jovens até 15 anos foram às Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Diadema para avaliação da caderneta de vacinação e atualização do esquema vacinal, durante a Campanha de Multivacinação. A cada ano, são realizadas campanhas de vacinação contra poliomielite, influenza, sarampo e, mais recentemente, covid-19.
Mas a proteção contra doenças imunopreveníveis também é garantida para adultos e idosos durante todo o ano. Na rede municipal de saúde de Diadema, são disponibilizadas 19 vacinas e cinco imunizantes específicos para a prevenção da covid-19, que compõem o calendário vacinal oficial do Ministério da Saúde (MS). Além disso, há também vacinas indicadas para pessoas com condições de saúde específicas como portadores de imunossupressão e pessoas que realizaram transplantes.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza as vacinas para proteção das doenças mais prevalentes ou de maior importância para a saúde pública. A vacina contra a influenza, por exemplo, possui indicação para pessoas a partir de seis meses de idade. Entretanto, aquelas com maiores chances de adoecer e ter complicações em decorrência da gripe – como pneumonia – estão no escopo de pessoas recomendadas pelo MS para receber a dose.
“Seguimos o critério divulgado pelo Estado, mas que avalia o público alvo do agravo, isso é, a população que mais adoece ou é mais vulnerável a adoecer. Seguindo essa estratificação, também vem o número de doses disponibilizadas pelo Estado para cobertura dessa população. Assim, conseguimos pensar os critérios para imunizar ou não esse ou aquele grupo de pessoas”, explica a coordenadora da Vigilância à Saúde, Cristina da Silva Marins.
Para pensar as campanhas de vacinação e toda a logística envolvida nesse processo, Diadema conta com o Serviço de Epidemiologia e Controle de Doenças (ECD) e possui uma Central de Imunobiológicos, onde são armazenadas as vacinas do município antes de serem distribuídas para as 20 Unidades Básicas de Saúde. Cada UBS é equipada com sala de vacina estruturada para garantir as condições de armazenamento e aplicação dos imunizantes.
Resultado garantido
A partir dos anos 70, a taxa de mortalidade infantil (em crianças com até um ano de idade) vem caindo consideravelmente. Passando de 97,6 óbitos por mil habitantes, naquela década, para 12,8 em 2017, ou seja, uma queda de mais de 86% na taxa de mortalidade infantil, saindo da alta (maior que 50) para a baixa taxa (menor que 20) de mortalidade. Os dados são da Tábua Completa de Mortalidade para o Brasil – 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para a coordenadora, a introdução de vacinas como importante estratégia na prevenção de doenças pode ser uma das explicações para tal feito nas últimas décadas. “Nesses mais de 50 anos do Programa Estadual de Imunização (PEI), as recomendações para vacinação de rotina foram atualizadas contemplando inúmeras faixas etárias e incluindo novos imunobiológicos que impactaram na ocorrência de doenças imunopreveníveis e a mortalidade em geral. Um exemplo recente foi o impacto da vacinação contra a covid e a redução do número de óbitos relacionados a essa doença”, ressaltou Cristina.
Preocupação
Sem a proteção gerada pelas vacinas, a população se expõe ao risco do adoecimento, aumentando o número de internações e, consequentemente, de óbitos. “A crença nas campanhas anti-vacinas, o negacionismo e as fakes news relacionadas à vacinação interferem infelizmente e diretamente na queda desse indicador. A ausência de campanhas publicitárias nacionais, o pouco investimento na comunicação incentivando a vacinação também contribuem para a baixa adesão e a queda da cobertura vacinal”, pontua Cristina.
Com a queda na cobertura vacinal, há redução da proteção individual e comunitária. “Podemos voltar a lidar com doenças que já foram extintas ou estão sob controle, como é o caso do sarampo que está ressurgindo na população infantil e a poliomielite que também vem acometendo crianças”, enfatiza a coordenadora da Vigilância à Saúde.
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