Clube de Leitura em Presídios faz 10 anos e seminário na Feira do Livro de Ribeirão

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Da Redação – Um programa que já permitiu a remissão da pena de mais de 8 mil homens e mulheres, o Clube de Leitura em Presídios comemora 10 anos com um seminário durante a 19ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto. Realizado pela Fundação Observatório do Livro e da Leitura, em parceria com a Funap (Fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel”), da Secretaria da Administração Penitenciária do Estado, o programa já chegou a 17 unidades prisionais do Estado de São Paulo. O seminário “Clube de Leitura em Presídios: 10 anos Transformando Vidas” será na próxima segunda (10/06), às 11h, no Centro Cultural Palace, com entrada gratuita.

Os convidados para debater a experiência de sucesso são o juiz coordenador do Departamento Estadual de Execução Criminal da 6ª Região Administrativa Judiciária de Ribeirão Preto, José Roberto Bernardi Liberal; Carlos Alberto Ferreira de Souza, coordenador das Unidades Prisionais da Região Noroeste da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo; o diretor-adjunto de Atendimento e Promoção Humana da Funap, Sebastião Carlos Romão da Silva; Tania Cosci, da Faculdade de Direito da Unaerp; a integrante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Franca, Fernanda P. Sousa Cruz; a coordenadora de Letras do Instituto Federal de Sertãozinho, Andréia Ianuskiewtz; o ex-monitor da Funap nos clubes de leitura do Centro de Progressão Penitenciária de Jardinópolis, Carlos Andrade; e o presidente da Fundação Observatório do Livro e da Leitura, Galeno Amorim. A mediação será feita por Luciana Paschoalin, coordenadora de Projetos da Fundação Educandário.

17 clubes e 8.000 presos

Desde os primeiros clubes, em 2009, em Ribeirão Preto e Serra Azul, a ação já chegou a 17 unidades prisionais em várias regiões do estado e beneficiou, diretamente, mais de oito mil homens e mulheres presos. No ano passado, 1.153 detentos passaram pelos clubes nas unidades prisionais de Ribeirão Preto (3), Araraquara (3), Serra Azul (3), Itirapina (2), Jardinópolis, Franca, Pontal, Taiúva, Casa Branca e Guariba. Cada clube possui, em média, entre 10 e 20 participantes, que leem um livro por mês, escolhido pelos próprios presos – em alguns locais, esse número chegou a 24 livros/mês, cinco vezes a média nacional.

O projeto chega ao seu décimo aniversário com uma novidade: agora, a leitura dos livros, seguida de uma resenha, pode proporcionar a remição da pena. A cada livro lido, a Justiça pode reduzir a pena em até quatro dias.

“Os livros têm uma capacidade extraordinária de mudar as pessoas”, diz o estudante de Direito Carlos Andrade, que participou dos clubes enquanto esteve preso nas penitenciárias de Serra Azul e Jardinópolis. “Os livros mudaram radicalmente meu modo de pensar e agir e a minha própria vida”, afirma.

“Essa iniciativa levou o formato e a dinâmica dos clubes de leitura para as unidades prisionais da região de Ribeirão Preto, o que fortaleceu as nossas ações de promoção do acesso ao livro e à leitura, ampliando processos de formação de leitores na prisão. Essa e outras importantes parcerias na área da leitura nas outras regiões do estado se juntaram ao que historicamente já era realizado pela fundação nesse campo, culminando, em 2018, na criação do Programa de Incentivo à leitura – Lendo a Liberdade,” afirma o gerente regional da Funap em Ribeirão Preto, Silvio Luís do Prado.

“Esses clubes em penitenciárias demonstram a capacidade transformadora da leitura na vida das pessoas”, diz o presidente da Fundação Observatório do Livro e da Leitura, Galeno Amorim. Em 2018, o projeto foi contemplado com a Certificação de Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil, que reconhece iniciativas sociais com boa qualificação.

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