CIGABC forma para o serviço regional de educação e responsabilização para homens

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Servidores públicos municipais das sete cidades consorciadas atuarão como multiplicadores e facilitadores do SerH Grande ABC

Da Redação – O Consórcio Intermunicipal Grande ABC finalizou na quarta-feira (20/10), a formação de facilitadores para o Serviço regional de educação e responsabilização para homens autores de violência contra mulheres do Grande ABC (SerH Grande ABC).

O curso promovido pela Escola de Governo e Desenvolvimento Regional do Consórcio ABC, teve início no dia 4 de agosto, e formou 29 servidores públicos municipais das sete cidades consorciadas que atuarão como multiplicadores e facilitadores do SerH Grande ABC. O objetivo é ampliar o alcance do serviço, contribuindo com as políticas públicas regionais de enfrentamento às violências contra mulheres.

Coordenador do programa “E Agora, José?”, que reeduca homens autores de violência doméstica em Santo André, Flávio Urra afirmou que a possibilidade de promover um serviço do gênero em âmbito regional, por meio do Consórcio ABC, é a concretização de um antigo projeto.

“Nosso sonho sempre foi esse serviço se tornar uma política pública. Realizá-lo dentro do Consórcio ABC é melhor ainda, pois a gestão continuada da entidade possibilita a manutenção dos projetos além das gestões municipais, como é o caso do Programa Casa Abrigo”, disse.

O psicólogo e sociólogo explicou que a ideia da formação é possibilitar que homens das sete cidades capacitados atuem em escolas, unidades de saúde e centros de referência, contribuindo principalmente para a prevenção da violência contra a mulher.

Para Maurício de Oliveira Filho, coordenador do Grupo Temático Gênero e Masculinidades do Consórcio ABC, o SerH tem como foco não apenas a responsabilização pelo processo de violência, mas também a multiplicação do conhecimento. “O SerH é um serviço pensado para atender as sete cidades, conduzido por homens e voltado para homens”, afirmou.

A coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) Gênero e presidente do Conselho Gestor da Casa Abrigo, Maria Aparecida da Silva, enfatizou que a formação é mais uma ferramenta para a descontinuar a prática da violência contra a mulher. “Seguimos avançando nas políticas públicas na nossa região. Além do Programa Casa Abrigo e o Programa Acolhe, que realizam a proteção da mulher, o SerH vai responsabilizar e promover a reflexão acerca da desconstrução da cultura da violência dos homens”, disse.

Segundo levantamento feito pelo programa, somente 12% das mulheres atendidas pela Casa Abrigo Regional Grande ABC retornam ao mesmo convívio do agressor, o que mostra a efetividade da ação na reestruturação social da mulher.

Atualmente, o Consórcio ABC coordena três importantes programas no combate à violência de gênero. A Casa Abrigo Regional que já protegeu mais de 1.200 mulheres e filhos das sete cidades da região desde sua criação, o SerH Grande ABC – programa pioneiro no país – idealizado para desconstruir a cultura de violência contra às mulheres naqueles que foram condenados pela Justiça a cumprirem pena com base Lei Maria da Penha e o Programa Acolhe – Grande ABC, uma parceria com o Instituto Avon para o acolhimento temporário de mulheres e meninas em situação de violência doméstica nas sete cidades, bem como seus filhos e filhas menores de 18 anos.

Conheça o SerH

Lançado em março de 2020 pelo Consórcio Intermunicipal Grande ABC, o Serviço Regional de Educação e Responsabilização para Homens Autores de Violência contra Mulheres do Grande ABC (SerH Grande ABC), é pioneiro no país, tendo como objetivo desconstruir a cultura de violência contra às mulheres naqueles que foram condenados pela Justiça a cumprirem pena com base na lei 11.340/2006, popularmente conhecida Lei Maria da Penha.

O Judiciário determina que esses homens participem, como parte da pena, dessas atividades educativas e os encaminha para as Centrais de Penas e Medidas Alternativas das cidades consorciadas, que faz uma triagem e direciona os homens para o SerH Grande ABC.

Cada turma será composta por, aproximadamente, 20 homens, que devem comparecer em 20 encontros, sendo um por semana. Depois deste processo, o condenado pela Lei Maria da Penha segue sendo acompanhado e participa de grupos trimestrais e, posteriormente, semestrais, até completar dois anos de trabalho com o serviço. Existe desde 2014, no município de Santo André, o serviço reconhecido internacionalmente chamado “E Agora, José?”, que serviu de inspiração para a versão regional, o primeiro do tipo no país.

Com a finalização da formação de facilitadores para o serviço regional, o trabalho ganha mais força, ampliando o alcance do serviço regional e contribuindo com as políticas públicas regionais de enfrentamento às violências contra mulheres.

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