Mestra em Serviço Social afirma que, em busca de aliviar a angústia, pessoas adquirem ou agravam vícios em substâncias psicoativas
Da Redação – O Consórcio Intermunicipal Grande ABC recebeu, nesta quinta-feira (21), um seminário sobre a saúde mental da população em situação de rua. O tema foi apresentado por Fernanda Araújo de Lima, mestra em Serviço Social e integrante do Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPS-AD) da Prefeitura de São Paulo.
Durante o evento, organizado pelo Grupo Temático População em Situação de Rua do Consórcio ABC, Fernanda afirmou que distanciar essa população da nossa realidade é um erro. A especialista apontou os fatores que distinguem o cidadão que exagera no álcool de forma social das pessoas que vivem em situação de rua. “A saúde mental do brasileiro, no geral, está prejudicada. Somos o país com o maior nível de ansiedade do mundo”, disse.
Para Fernanda, o crescimento da população em situação de rua não é um caso isolado dos problemas enfrentados pela sociedade. “Isso é a prova que estamos diante de um estilo de vida baseado em apenas aumento de capital e em um país sem zelo social. Ter emprego e moradia como pilares culturais desemboca no caos quando o índice de desemprego aumenta”, defendeu a mestra de serviço social.
A especialista explicou que o rompimento de uma série de vínculos, incluindo questões familiares, sociais e empregatícias, leva uma pessoa a viver em situação de rua. Além disso, na maioria dos casos, essa população vivencia pobreza extrema. Em busca de aliviar a angústia, são adquiridos ou agravados vícios em substâncias psicoativas, principalmente o álcool.
“As internações não devem ser a única opção. A Redução de Danos é uma política mais assertiva e próxima da realidade”, enfatizou Fernanda. Dentro desta estratégia, a interrupção do uso dessas substâncias é um objetivo da RD, mas o avanço nas relações familiares e a orientação de serviços para realização de exames também são considerados.
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