Cia. Sansacroma realiza oitava edição do Circuito Vozes do Corpo

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Da Redação – De 23 de maio a 3 de junho de 2017, a Cia Sansacroma realiza a 8ª edição do Circuito Vozes do Corpo, mostra de danças contemporâneas que este ano reúne em dez dias de evento 30 apresentações diversas entre companhias de dança, coletivos artísticos, artistas solo, rodas de conversa e workshops. Toda a programação este ano acontece na Casa Popular de Cultura M Boi Mirim, na zona Sul da capital.

Com a realização do evento este ano, o Circuito Vozes do Corpo mantém-se firme resistindo às marés como na prática do surfista, ao se manter em pé na prancha, construindo um corpo resistente aos impactos com o objetivo de legitimar a dança, sua fruição e descentralização na região sul da cidade de São Paulo, promover ainda o protagonismo e participação dos sujeitos historicamente à margem, suas identidades e raízes, seres esses pretxs; periféricxs; mulheres (cis e trans*) e artistas da dança em suas pluralidades.

Assim como na edição anterior, a oitava edição do Circuito Vozes do Corpo não detém de subsidio para sua realização, porém mantém ainda acesa a vontade do acontecimento de uma ação potente, referencial e necessária diante dos atuais acontecimentos que envolve, as políticas culturais na cidade, a Sansacroma tem a honra e a gratidão de contar com artistas parceiros de profissão, de identidades e condições similares.

O eixo curatorial desta edição é o olhar para a cena das danças contemporâneas em diálogo estético político às produções da Cia Sansacroma, cuja direção, criação e concepção assinada por Gal Martins traça em suas inspirações para a cena as questões que envolve o corpo negro na construção da poética do corpo indignado e sua potência de transformação.

“É urgente a relação. É urgente a parceria para além dos pares e ímpares. Precisamos pensar em como as diferenças e as pluralidades podem se reinventar a partir de uma crise do conservadorismo e retrocesso instaurado”, comenta o assistente de direção Djalma Moura. “A chamada aqui é para recompormos nossas posições, nossos discursos, nossos confortos e certezas. Rever e questionar privilégios, refletir sobre as parcerias e como estabelece-las enquanto estratégia de sobrevida”, conclui Moura.

Confira abaixo a programação:
23 de Maio | 20h30 Abertura da Exposição: “Estigma” de Urubatan Miranda
Um corpo supostamente impróprio e os ecos do preconceito são os elementos de origem deste ensaio fotográfico. A imagem dos pés em contato com a terra, as pedras e a vegetação – ora oprimidos ora distorcidos como metonímia da inadequação física – evoca a qualidade essencial da natureza, entendida aqui como a disposição inata, o curso das coisas e o próprio universo, absolutamente perfeito em seu intricado rito de criar, desconstruir e renascer. Parte integrante do projeto, uma performance do artista pontua este movimento. Neste processo, compreender o ritmo e dançar a vida se torna a um só tempo proteção e cura.
Curadoria: Carmen Aliende
Artista visual, bailarino e educador. Graduado em Artes Visuais pela UNIFLU/FAFIC no Rio de Janeiro, pós-graduando em Artes Visuais, Intermeios e Educação pela UNICAMP, e pós-graduando em Filosofia pela UFSCAR. Bailarino clássico pela Academia DANCE, integrou a Cia Sansacroma (São Paulo), Cia Fragmento de Dança (São Paulo), Coletivo Intermitente Abismo e Sonhos (São Paulo), Packer Cia. de Dança, Cia. de Dança Simone Matheus, Souplesse Cia de Dança e Chamart.

23 de Maio | 21h00
Núcleo Vênus Negra
Espetáculo: “REDES”
Conduzido em formato solo pela artista Talita Bonfim, Rede nasce a partir de pesquisa sobre Aureliano Ferreira Campos, avô da intérprete. Mais do que alinhar recordações, o espetáculo apresenta uma rede narrativa não linear, corpórea, visual e sonora que aprofunda o olhar para a história e corpo deste homem negro, baiano, pescador, pedreiro, marido, pai de sete crianças, que se deslocou com sua família da Bahia para São Paulo, na década de 70.
Numa ambientação de elevada plasticidade e estímulos sensoriais, a intérprete conduz o público em tramas afetivas a partir de deslocamentos corpóreos, visuais e sonoros que compartilham a relação dela com os seus familiares que migraram para São Paulo, mas parecem ter procurado (re) estabelecer os laços e lembranças com a sua terra de origem.
Ficha Técnica

Direção Artística: Deise de Brito | Concepção Coreográfica: Núcleo Vênus Negra| Interprete – Criadora: Talita Bonfim | Figurino: Vânia Santos e Gil Santos | Cenografia: Dalila D´Cruz | Trilha Sonora e organização musical: Talita Bonfim e Ravi Landin

24 de maio | 19h00
Corpo Molde Espetáculo: “Ausência”
O Grupo Corpo Molde de Dança-Teatro, apresenta o Espetáculo “Ausência”, o mesmo discute a cognição do corpo entre as relações humanas e afetivas no período tecnológico, que vivenciamos entre julgamentos abstratos e experiências subjetivas. O qual corpos emergem em seu interno, um corpo performático que, busca responder e desmistificar as relações atuais, considerando como limite as próprias descobertas de corpo, carinho, atenção, falta, sexo, amizade e outros eixos simbólicos do “corpocarne”. A representação das experiências do mundo se tornam um ciclo de desenvolvimento corporal, desafiando os intérpretes a se provocarem em busca do que falta em si, em um processo de evolução.

Ficha Técnica Intérpretes-Criadores: Willian Farias, Renan Marangoni, Livya Moura, Ellen Sousa, Laura Kethellen, Carina Ruiz, Rick Caled, Camila Cardim, Maria Marques e Luiz Gustavo | Direção Geral: Renan Marangoni | Concepção Textual: Grupo Corpo Molde | Produção:  Wendell Araújo, Reheron e Júlia Paiva | Provocadora Cênica: Dionisia Gonçalves | Professores: Lina Sabah (Dança do Ventre), Fernando Cervantes (Aéreo e Acrobacia), Renan Marangoni (Dança Contemporânea e Danças Brasileiras), Dionisia Gonçalves (Interpretação) e Vinicius Cosant (Ballet Clássico) | Iluminação: Agnaldo Nicoletti | Cenografia: Estúdio Deixa | Objetos Cênicos: Karen Furbino Lages | Figurino: Bruna Rodrigues | Sonoplastia: Wendell Araujo e Diego Henrique | Trilha Sonora: Frank Van Garret

24 de maio | 20h00
Cia Sansacroma Experimento: “Rebanho”
O experimento foi criado a partir de laboratórios realizados pela Cia em torno de seu método de pesquisa: A Dança da Indignação.  É composto por 05 solos que pressupõe uma recusa à submissão, uma insistência em ser, em afirmar a existência. Resistir é uma forma especial de lidar com o poder e com a liberdade. Resistir é o próprio ato de criar. Criar o possível para Si-próprio e o mundo.
Ficha Técnica
Direção: Gal Martins | Intérpretes Criadores: Djalma Moura, Verônica Santos, Ciça Coutinho, Flip Couto e Érico Santos | Trilha Sonora: Melvin Santana e Uribe Teófilo | Técnico de Áudio e Luz: Piu Dominó | Orientação de Pesquisa: Rodrigo Reis | Assistente de Direção: Djalma Moura | Direção de Produção: João Simões | Assistente de Produção:  Dandara Gomes | Assessoria de Imprensa:  Marcelo Dalla Pria |

25 de maio | 19h00
Mainá Santana, Thais Diniz e Willy Helm
Espetáculo: A Atitude Manifesta do Controle
Como as relações de poder presentes na sociedade constroem e controlam os sujeitos? Partindo desse questionamento, os artistas criadores buscam gerar um universo poético inspirado na teoria do filósofo Michael Foucault sobre o tema. Em cena, por meio de jogos de movimento, gestos cotidianos e memórias pessoais e sociais, os corpos se modificam procurando entender como eles se relacionam com a manutenção do mundo em que vivemos.
Ficha Técnica
Concepção: Mainá Santana | Artistas criadores: Mainá Santana, Thaís Diniz e Willy Helm | Intérpretes: Mainá Santana e Thaís Diniz | Preparação Corporal e Provocação Cênica: Willy Helm | Fotografia e Registro de Processo Criativo: Willy Helm | Fotografia e Vídeo Cênico: Levi Freschi | Criação de Luz: Rossana Boccia | Criação de Trilha Sonora: Vagner Cruz | Cenografia: TRIO Design e Marcenaria | Artista Gráfico: Rafael Carrion | Produção Administrativa e Executiva: Iolanda Sinatra

25 de maio | 20h00
Sarau do Binho
O Sarau do Binho acontece há mais de 15 anos na zona sul de SP. É um encontro de pessoas ligadas a várias linguagens culturais: poetas, artistas plásticos, músicos, cineastas, fotógrafos, atores e outros. Promove a articulação e o intercâmbio de informações relacionadas às várias manifestações culturais da região de Campo Limpo.

26 de maio | 20h00
Jô Pereira
Solo: “Qual é teu feminino?”
No início era um ponto, quase imperceptível. A ventania dos tempos sutilmente O impulsiona. O centro da tua Terra eruptiva clama a explosão. Na herança ancestral negritude e feminina, guerreira, maternal, erê, sábia, aprendiz, sedutora, buscadora de teus Femininos.
Ficha Técnica: Concepção, criadora-intérprete: Jô Pereira | Direção: Jô Pereira | Assistente de ensaio: Paula Mares | Trilha sonora ao vivo: Carla Lopes | Trilha sonora: Jô Pereira | Fotos: Juvenal Pereira | Foto Divulgação: Juvenal Pereira | Figurino: Jô Pereira e  Carmem Vieira Silva

Thiago Negraxa
Solo: Rua 4
O estudo deste trabalho inicia com o estímulo de algumas imagens de Grafite, em que os traços, linhas, cores e os afetos destas imagens possibilitam uma tradução corporal relacionada com certas situações de vida do intérprete.

Tiago S. Meira – Boogaloo Begins
Solo: “Sentir na Pele”
Corpo negro, corpo este que por ações opressoras transformou-se, e em sua negritude afirmou-se. Sentir na pele, é o negro do passado no presente, o ancestral no descendente, e questiona este corpo na sociedade em que vive.
Tiago S. Meira ou como é conhecido no ambiente artístico “Boogaloo Begins”, licenciado em dança, pesquisador e arte-educador em dança. Integra o grupo Chemical Funk desde 2006. Atualmente também desenvolve um trabalho como arte-educador no programa Fábricas de Cultura, ministrando aulas de Danças Urbanas para turmas de crianças, adolescentes e adultos.

27 de maio | 14h ás 16h
Oficina: Poéticas do Corpo Indignado – Primeiros ensaios
Mediação: Cia Sansacroma | Djalma Moura e Verônica Santos
A oficina propõe um compartilhamento da pesquisa e criação do conceito criado por Gal Martins, denominado: A Dança da Indignação. Uma linguagem estética em dança que possa reverberar as indignações sociais e pessoais através de uma abordagem política trazendo signos e elementos de uma singularidade entre arte e vida, vida e arte.
Por quê? Para que? E pra quem estamos produzindo dança?
Diante da questão abordada acima, é emergencial o amadurecimento da estética de um CORPO INDIGNADO. Não se trata de uma revolução segregadora e sim uma “rebeldia e resistência”  que se fundamenta na resistência que nos preserva vivos e nos engajam no processo radical de transformação e mutação. Esse conceito parte do princípio entre corpo e contexto e como se dá essa via comunicativa partindo de diversas inquietações e questionamentos a cerca de uma inter-relação efetiva entre o fazer coreográfico e seus diversos receptores, refletindo sobre os desafios de se produzir dança na cidade de São Paulo e suas “bordas” e interagindo diretamente com circuito cultural presente nas regiões centrais, eliminando as barreiras territoriais.

27 de maio | 17h00
Ciça di Cecília
Solo: território MEU
Solo autobiográfico que investiga a relação desta mulher negra com o assédio. seu Corpo sua passagem nas ruas, como é atravessado por invasões masculinas e como reage. Corpo como território de histórias e de apropriações de si frente à sociedade machista que objetifica a mulher, sexualiza o corpo e banaliza relações
Ficha Técnica
Concepção, pesquisa, direção, interpretação: Ciça di Cecília | Assistência de direção e operação de som: Verônica Santos | Registro fotográfico: Jônia Guimarães

Micaela Cyrino
Performance: “Cura”
CURA é… Espiritualidade, restauração…
Na performance “Cura” a artista Micaela Cyrino trás em questão o corpo negro, feminino e soropositivo as violências vivenciadas nos mecanismos de saúde pública e na sociedade.  No Brasil as mulheres negras morrem mais por decorrência da AIDS comparado a outras pessoas. O corpo da mulher negra é um fetichizado, violentado e negado em vários espaços sociais.
CURA é… ERVAS que são afetividades e ancestralidade. Ervas que curam, não apenas um corpo feminino, negro e soropositivo, e sim uma cura que transcende o corpo e o espaço. Uma cura para além das aparências. Cura que transgride e deforma o olhar genocida…. É um salto para o passado na possibilidade de idealizar o futuro…Estigmas são aromatizados e se retorcem na busca do outro, epidermes maceradas ao calor do contato…saberes entrelaçados que nos foi retirado desde o momento em que fomos invadidos, explorados e colonizados.

27 de maio | 18h00
Fluxos de Pensamentos
Consiste em uma roda de conversa, onde a temática será discutida através das experiências e olhares plurais do público presente. Não havendo nenhum tipo de hierarquia na construção do pensamento. Um espaço de expressão e escuta constantes.
Tema: Danças Contemporâneas e o Devir Mulher: negra, afrodiaspórica, ameríndia, periférica…

27 de Maio | 20h00
Nave Gris Cia Cênica – Fredson Cunha
Espetáculo: Brevidade
“As pesquisas para Brevidade começaram num tempo muito distante, quando se anunciava uma inquietação no meu corpo e a morte e suas transformações/transmutações e simbologias eram o assunto que se avolumava. O meu interesse em uma dança que não precisasse de chancelas oficiais e consagradas me levou a pensar no meu próprio corpo e na minha identidade. A encruzilhada que me constitui é preta, índia e branca; o lugar de onde venho é interior, rural, manufaturado. Isso, posso dizer hoje, é um motor potente das escritas do meu corpo. A dança que danço vem também deste lugar, real e subjetivo e que se reelabora como toda coisa viva.

Em Brevidade, para falar da morte, fui em busca de minhas origens índias, em Mato Grosso (de onde venho) conheci os Bororo e seu ritual funerário com todas as complexidades estruturante de sua cosmogonia. Com eles pude encontrar um sentido, um caminho por onde trilhar. No Butô, assunto de interesse longo, pude mergulhar no conceito de ‘corpo morto’ e perceber como o entrelaçamento dos caminhos se davam no meu corpo. O processo, portanto, é fruto das reflexões acerca do corpo morto do butô e do corpo represetativo do índio enlutado que obedece a uma ritualização em forma de bordado, de costura, de amarrações e construções simbólicas e físicas, que assentam sobre si e se reelaboram numa constante troca com a ancestralidade, o corpo da cultura e o momento presente”

Ficha Técnica
Concepção, pesquisa, direção, interpretação: Fredyson Cunha | Assistente de direção: Rosana Baptistella | Criação e operação de luz: Eduardo Albergaria

30 de maio | 19h00
Zumb.Boys Espetáculo: Dança por Correio
Tem o desejo de comunicar-se com os transeuntes, viajantes de sua própria cidade e turistas de uma vida dedicada ao infinito trabalho e busca pelo conforto, utilizando seus corpos para traduzir as sensações de um “ser urbano”. A intenção é interferir nos fluxos cotidianos, na paisagem urbana, fazendo com que as pessoas escolham uma carta, e a partir dessa escolha seja determinado o que será dançado, onde o interprete-criador traduzirá os sentimentos e sensações que a carta expressou, com o intuito de transformar e interferir no trajeto das pessoas que por ali passam, diluindo a arte no cotidiano.

Ficha Técnica
Direção Geral: Márcio Greyk | Intérpretes Criadores: Danilo Nonato, David Xavinho, Eddie Guedes, Guilherme Ferreira, Igor Souza e Márcio Greyk | Operador de som: Alex Araújo | Produtor: Kelson Barros – Cazumbá Produções Artísticas

30 de maio | 20h30
Núcleo de Pesquisa e Criação Os Peculiares (antiga Cia. Street Son)
Espetáculo: “Falem comigo”
O espetáculo “Falem Comigo” nasceu do estudo que fizemos sobre a LIBRAS (língua Brasileira de Sinais) e a Cultura Surda, uma Cultura cheia de cores e de muitas alegrias!
Esse universo maravilhoso nos apresentou a comunicação que é feita através de um bailado expressivo, repleto de símbolos, significados e sentimentos.

Mostraremos nessa composição alguns momentos que colaboram diretamente com a formação da identidade do surdo e do deficiente auditivo ao longo de suas vidas. Falem Comigo é uma possibilidade de dialogarmos de uma forma inusitada e peculiar!
Ficha Técnica
Direção Artística: Duda Moreno | Intérpretes criadores: Carlos Alexandre, Emerson Oliveira, Duda Moreno, Marcus Oliveira, Thays Peric e Yago Azevedo | Professor de Dança Contemporânea: Robson Ferraz | Professor de LIBRAS: Filipe Macedo | Trilha sonora: Fabricio Zavanella, Duda Moreno | Colaborações sonoras: Rita Pontes e Luiz Pontes – Som de Cristal | Iluminação: Gabriela Rosso | Figurino: Duda Moreno

31 de maio | 14h ás 16h
Oficina: “Contágio” – Mediação: Flip Couto
Partindo de sua bagagem vinda das Danças Urbanas e se utilizando princípios da dança “Locking”, Flip Couto trabalha a partir de imagens e gestualidades propondo dinâmicas em busca criar um fluxo de contágios, sensibilizando os corpos para interagir entre si, com o espaço, sonoridade, memórias e histórias que carregamos em nossos corpos.
O trabalho faz parte da pesquisa de movimentação de seu solo “Sangue”.

31 de maio | 19h00
Performance de danças urbanas com o grupo juvenil “FreeStyle HD Crew”

31 de maio | 20h30
Móbile.s Cia. de Dança
Espetáculo: Morfema
Foi quando o Mal bateu suas asas, sobre o mundo que desconhecia, que ele se viu em queda livre. Sem abrigo, ele renasceu fragmentado e encontrou o seu refúgio nas contradições, medos e dúvidas de si mesmo: o que, ou quem, seria ele, afinal? Com o tempo, do pedaço mais primitivo se construiu o simples, que na composição da linguagem tornou-se o tudo e deu à luz novos variados: os indivíduos e o transformar.

Ficha Técnica
Direção: Natália Moura | Elenco: Diego Oliveira, Dom Gabriel, Doug Ibanez, Ivan Augusto, Larissa Luzeti, Marcia Marcos e Thays Peric | Iluminação: Gabriela Russo

01 de junho | 19h00

Fragmento Urbano

Espetáculo: “Encruzilhada”
“Encruzilhada” é um espetáculo de dança sobre a atualidade, a ressignificação da ancestralidade, os espaços urbanos e propostas de numa nova consciência corporal e política, em movimento propõe um ato de resistência das periferias, dos mestres da cultura popular e do Hip Hop pouco reconhecidos.

Ficha Técnica
Direção: Douglas Iesus | Intérpretes-Criadorxs: Anelise Mayumi, Douglas Iesus, Juliana Sanso, Luan Afonso, Tiago da Silva | Produção: Anelise Mayumi e Diego Castro | Preparador corporal: Mauro Alves | Artistas provocadores: Luli Ramos e Fernando Ferraz | Artistas dos Blocos de Formação Encruzilhada: Fernanda Cruz, Cláudio Thebas, Banks Back Spin, Marcelino Freire, Lamartine Silva, Dinho Nascimento, Rapadura Xique Chico, Pedro Peu, Thales F. Sarjo, Pikolé, Edson Jacaré, Morgana Souza, Nego Love e Vanilton Lakka | Captação de áudio e vídeo: Marianna Midori e Aline Senzi | Ensaiador: Thales F. Sarjo | Assessoria de imprensa: Marianna Midori e Luan Afonso | Figurinos e adereços: Denise Guilherme | Apoio cênico: Thales F. Sarjo | Design gráfico: Adriana Nogueira | Fotografia: Roger Cipó | Paisagem sonora: João Nascimento, Rapadura Xique Chico, Ana Diniz e Clã Nordestino

01 de junho | 20h30
Solo: Flor da Vida
Intérprete: Verônica Santos
“Flor da vida” surge do desejo de Suelly Machado (bailarina e diretora do Grupo de dança Primeiro Ato – Belo Horizonte/MG) presentear a mais nova bailarina de sua companhia com um solo, a intérprete Verônica Santos.
Em 09 de setembro de 2009, aos 22 anos, Verônica Santos integrasse oficialmente ao elenco de um dos grupos mais renomados do Brasil e estreia o solo “Flor da vida”.
O solo é montado e coreografado por Rosa Antuña, bailarina mineira que apresentou dentro da sala de ensaio o livro “Mulheres que correm com os lobos – Mitos e Histórias do arquétipo da mulher selvagem” da  autora Clarissa Pinkola Ester, tendo como proposta uma leitura conjunta com Verônica Santos durante toda a preparação corporal.
De maneira poética, coreografa e  bailarina criam uma conexão entre os mitos e contos do livro. Buscando coreograficamente os arquetipos que o mesmo apresenta

01 de junho | 21h00
Coletivo Desvelo
Mostra de processo: Depoimento para fissurar a pele_1º
O Coletivo Desvelo, através das filosofias e/ou mitos de Iansã [Deusa dos raios, ventos e tempestades, guerreira que se transmuta em búfalo ] e Caipora [ protetor das matas e dos animais, que usa de suas forças para enganar os caçadores com sons e ruídos ]. Dois contos aqui que se unem, o primeiro através da diáspora africana ao Brasil e outro vivido pelos indígenas brasileiros.
Fissurar a pele está para compartilhar um processo de compreensão dos imaginários em que cada artista-criador aqui se lança ao refletir sobre suas identidades e as identidades transmutadas brasileiras. Como se fazer presente, dentro do contexto de cada um, nas resistências preto-indígenas na sociedade.
Ficha Técnica
Concepção + Direção: Djalma Moura | Interpretes + Criadores: Erico Santos; Juliana Nascimento; Mônica Caldeira; Piu Dominó; Renato Almeida; Shayanny Sá; Victor Amaro e Djalma Moura | Direção musical: Leandro Perez | Figurinos: Coletivo Desvelo | Assistente de Produção: Cassia Rosário.

2 de junho | 16h as 18h
Oficina de Danças Brasileiras com Andrea Soares
Trilhando uma investigação corporal em torno das danças tradicionais brasileiras, partindo da percepção e consciência corporal, a oficina “Danças Brasileiras: um olhar contemporâneo”, pretende situar os participantes não só sobre os passos de algumas destas danças, mas também sobre seus contextos originais, de forma a entendê-las não como uma ação estética isolada, mas como fruto de uma realidade sociocultural.
Tendo como base do trabalho, noções de Eutonia, Técnica Klauss Vianna, com ênfase na sua fase lúdica, e a força rítmica e gestual das danças tradicionais brasileiras, os encontros pretendem buscar a ampliação do repertório de movimento dos participantes, gerando a construção da dança nas possibilidades expressivas dos mesmos.
Andrea Soares é atriz, dançarina, eutonista e Mestre em Estética e História da Arte pela USP, além de pesquisadora das culturas populares tradicionais brasileiras e diretora do Núcleo Pé de Zamba de Pesquisa Cênica.

02 de junho | 20h00
Performance com o Grupo Flor de Lis
O Grupo Flor de Lis, formado em 2000, na Casa Popular de Cultura do M´Boi Mirim é composto de 40 mulheres, na faixa etária de 60 a 88 anos. Originalmente era somente um grupo de convivência, e em 2003, a partir do resgate das experiências de suas participantes, passa a se dedicar à pesquisa e a promoção de manifestações da cultura popular tradicional brasileira, através da poesia, de danças, cantigas de roda, cortejos, brincadeiras, etc.
Hoje o Grupo possui em seu repertorio mais de 18 coreografias, baseadas em diferentes ritmos brasileiros (ciranda, samba de roda, dança indígena, cacuriá, carimbô, xaxado, maracatu, coco, cavalo-marinho, bumba-meu-boi, quadrilha junina, pastoril, frevo, congada…)

02 de junho | 20h30
Malu Avelar
Solo: CORpo Excluso
A criação desse trabalho se deu dentro de uma Universidade Federal e também da perda do irmão da melhor amiga da artista, assassinado em uma favela da cidade de Belo Horizonte. Através dessas condições o processo revelou uma série de dificuldades tanto burocráticas, tendo em vista o local onde estava sendo criado, e os sentimentos conflituosos de uma perda injusta. CORpo Excluso é uma premissa onde a criadora-intérprete busca atravessar as condições de ser mulher-preta dentro de um território que são instituídos a anulação da existência e importâncias de determinadas pessoas que fazem parte da sociedade, sendo assim, os impedindo que esses corpos se movimentem, transitem, dialoguem, ou que se reconheça, identifiquem, ou que apenas tenham o direito de existir. Esse trabalho é o início de uma sensação de descoberta e existência de um desses corpos que são exclusos.

02 de junho | 21h00
Calcâneos
Work in Progress: Filhxs –da—Pº##@! T O D A
É sobre tomar na cara.
É sobre ser.
É sobre ser perseguido no supermercado, é sobre ser considerado sujo, é sobre ser colonizado, é sobre não ser privilegiado pela história, é sobre não ser documentado.
É sobre não poder doar sangue. É sobre ser um desperdício de homem. É sobre ser dandara. É sobre não poder demonstrar afeto.
É sobre ser tida como louca. É sobre a culpa ser minha. É sobre apanhar e manter silêncio. É sobre um estupro a cada 12 segundos.
E nessa parte do texto já ter ocorrido um estupro.
É sobre exclusão. É sobre não ter 3,80. É sobre tiro e dispersão.
É sobre o receio da cor vermelha e azul.
É sobre achar que a maior droga do mundo é a maconha.
É sobre o fanatismo acima da vida. É sobre a ingenuidade de ser abusado. É sobre ser princesa, barbie ou patrícia.
É sobre mamar nas tetas do governo. É sobre mimimi. É sobre diferenciar opinião de opressão
É sobre mulher, sobre homem, sobre heteronormatividade, sobre cis, sobre trans, sobre lgbt, é sobre o negro, sobre o branco, sobre o índio, sobre ritos.
Sobre humano!
É “Quando a educação não é libertadora, e o sonho do oprimido é ser o opressor”.  Paulo Freire.
Ficha Técnica
Direção Geral e Artística: Victor Almeida | Interpretes-Criadores: Henrick Moreno, Isadora Battiato, Joelma Souza, Lucas Pardin, Rachel Souza, Richard Pessoa, Victor Almeida e Vinicius Longuinho | Músicos: Lion Lourenço, Paula Beatriz, Thalyta Turano | Concepção de Letra e Música: Coletivo Calcâneos | Texto: Coletivo Calcâneos | Ensaiador: Richard Pessoa | Assessoria de Comunicação: Joelma Souza e Vinicius Longuinho | Auxiliar Administrativo: Rivaldo Ferreira | Direção de Produção: Victor Almeida | Produção Geral: Coletivo Calcâneos

03 de junho |17h00
Grupo Batakerê
Girança
Os corpos de ontem e de hoje se expressando no mesmo lugar, juntos. Uma Jam de improviso, o roteiro nascerá da criação de um jogo partindo da metáfora “Jogo da vida”. A improvisação traz como imagem a viagem/ deslocamento, suas estradas e caminhos, atenção aos obstáculos, sinais, retas e imprevistos, entre leveza e níveis (baixo, médio, alto), formas e imagens, qualidades advindas da experimentação de embarcar juntos na viagem e desafios da vida, seguindo em busca do ponto X, plataforma dos encontros e troca dos saberes. Música e dança, o que de melhor cada um pode levar para a rua, para o encontro. O que bebeu e o que plantou? Pelas estradas que passou…

03 de junho | 18h00
Flip Couto
Solo: Sangue
Tendo como ponto de partida o ambiente dos Bailes Black dos anos 70, festas de bairros, reuniões de famílias negras e as diversas relações presentes no dinâmico cotidiano das cidades, a obra busca criar um ambiente relacional tendo o auto depoimento como disparador de sensações, sonoridades, gestos, imagens e ritmos. Estímulos esses que criam um fluxo de improvisação através da troca de contaminações, culminando assim em um resgate/transformação das memórias de cada um. O processo da obra traz como poética a experiência dos vínculos pré estabelecidos entre público e obra que se encontram e se diluem em um mesmo espaço, podendo se transformar numa coisa só.
Sangue é a união das individualidades e suas composições; Sangue é a circulação das vivências familiares conscientes e Inconscientes; Sangue é corpo! Um Corpo Negro, Um corpo Homo, Um corpo Positivo.

03 de junho |19h00
Fluxos de Pensamentos
Consiste em uma roda de conversa, onde a temática será discutida através das experiências e olhares plurais do público presente. Não havendo nenhum tipo de hierarquia na construção do pensamento. Um espaço de expressão e escuta constantes.
Tema: A estética LGBTQ+ na Dança

03 de junho – A partir das 21h00
Festa Amem
A Festa Amem surge a partir da vontade de criar espaços de encontros, diálogos e trocas de um grupo de pessoas que não se sentia pertencentes aos espaços já estabelecidos na cidade. Com a proposta de criar protagonismos, dar voz e visibilidade para a comunidade negra, feminina e lgbt, a festa traz um ambiente inclusivo onde a música negra de diversas décadas e gêneros provoca a dança nos corpos os colocando em estado de celebração e também propõe uma plataforma artística convidando artistas de diversas linguagens para expor suas questões através de performances de identidade.

Nesse ciclo de um ano o coletivo propôs discussões sobre a liberdade do corpo feminino, objetificação do corpo negro, homoafetividade negra, silenciamento e estigma em torno do HIV, saúde da população negra e periférica, estética afrofuturista, entre outros temas trazidos por pessoas que circulam pelo espaço da Amem.

No dia 20 de Abril de 2017 a Festa Amem completou 1 ano de atividade e para celebrar esse ciclo, propôs um grande encontro de artistas e festas negras que desde o início dialogam e são parceiras como a festa Batekoo e as cantoras Liniker, Luana Hansen, Tassia Reis entre outras atrações, contribuindo assim para o fortalecimento de uma cena artística que vem emergindo em todos os cantos da cidade.

Serviço – VIII Circuito Vozes do Corpo, com realização da Cia. Sansacroma. Direção e curadoria: Gal Martins. Assistente de Direção: Djalma Moura, de 23 de maio a 03 de junho de 2017, na Casa Popular de Cultura M´Boi Mirim, à Avenida Inácio Dias da Silva, s/n, Piraporinha, São Paulo – SP.
Telefone: (11) 5514-3408 Entrada franca

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