Da Redação – O ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Cesar Asfor Rocha, tem dito que a Justiça brasileira precisa se tornar ainda mais transparente. “A Justiça tem avançado muito, principalmente, no combate à corrupção”, diz o ex-ministro. “Mas se quiser mesmo dar o exemplo aos outros poderes e instituições, precisa se tornar ainda mais transparente”, afirma.
Cesar Asfor Rocha foi ferrenho defensor da transparência ao longo dos vinte anos em que esteve no STJ. Ao assumir a presidência, em 2008, digitalizou os processos da corte, tornando-os mais acessíveis à população. O reconhecimento ao projeto encampado pelo ministro correu o mundo, virou modelo para exportação e ganhou diversos prêmios.
“Meu maior sonho é que a Justiça seja distribuída não como uma iguaria de festa, mas como o pão nosso de cada dia”, disse à época César Asfor Rocha. De fato, o tribunal abriu as portas para muitos que sequer sonhavam em pisar por lá. Ao digitalizar o acervo da corte, o ministro encarregou centenas de surdos-mudos para executar o trabalho. E portadores de Síndrome de Down passaram a ser contratados com frequência para ocupar cargos.
Em 2010, o STJ sediou a I Conferência Mundial sobre Transparência, Ética e Prestação de contas dos Poderes Judiciários, com a participação de magistrados de 45 países, e parceria do Banco Mundial. E, três meses antes de encerrar o mandato como presidente, Cesar Asfor Rocha fez do tribunal o primeiro órgão a possibilitar ao Tribunal de Contas da União (TCU) o acesso direto e em tempo real a todos os atos administrativos praticados por seus ministros.
“Transparência é a melhor forma de combater malfeitos e dar mais eficiência para o serviço público como um todo”, diz Cesar Asfor Rocha. “Na Justiça, isso não é diferente”, conclui.
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