Censo 2022: tecnologia e matemática vão ajudar a dar o retrato do Brasil

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Coleta de dados será realizada a partir de agosto nos municípios brasileiros. Tecnologia trouxe novas possibilidades aos recenseadores

Após dois anos de espera, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai realizar o Censo Demográfico, pesquisa estatística responsável por atualizar o número de habitantes do país, apresentar suas características e apontar condições de vida. A coleta de informações terá início em 1º de agosto e contará com o auxílio da matemática e da tecnologia.

O Censo Demográfico é realizado no intervalo de dez anos e tem como principal objetivo nortear a criação de políticas públicas para o país. A última edição foi feita em 2010 e, por isso, inicialmente a nova coleta de informações estava prevista para 2020. No entanto, a pesquisa foi adiada em decorrência da pandemia da Covid-19.

Em 2021, houve outro adiamento. Dessa vez, por conta do corte de verbas destinadas à área de pesquisas. Segundo levantamento do IBGE, a realização do Censo implica investimentos em torno de R$ 2,3 bilhões. 

A realização do Censo Demográfico 2022 a partir de 1º de agosto está confirmada, e os preparativos já começaram. No dia 4 de maio, o IBGE anunciou a abertura de processo seletivo complementar para a contratação temporária de profissionais que atuarão na coleta de dados.

Como é realizado 

A expectativa é que cerca de 180 mil recenseadores visitem mais de 70 milhões de domicílios brasileiros até outubro. O trabalho será supervisionado por mais de 20 mil agentes censitários. 

Durante a coleta de dados, os profissionais vão utilizar dispositivos móveis conectados com sinais de 3G ou 4G para que as informações abasteçam em tempo real o sistema do IBGE.

Desde a década de 1960, a pesquisa foi realizada pela técnica de amostragem probabilística, em que são usados dois modelos de questionários. Na prática, utiliza-se uma amostra estratificada.

Até 1980, os questionários eram aplicados em 25% dos domicílios particulares e 25% dos coletivos. Nas edições de 1991 e 2000, houve mudanças na metodologia — foram utilizadas frações amostrais diferenciadas, de acordo com a população de cada município pesquisado. Aqueles com até 15 mil pessoas tinham 20% dos lares visitados; nas cidades com população superior, a fração amostral era de 10%.

Uma nova alteração foi feita em 2010. Para a pesquisa foram utilizadas cinco frações amostrais, com visitas a 50% dos domicílios localizados em municípios com até 2,5 mil habitantes. Nas cidades com população entre 2,5 mil e 8 mil pessoas, a pesquisa chegou em 33% dos lares.

Já naquelas que tinham de 8 mil até 20 mil habitantes, a fração utilizada foi de 20%. O percentual para cidades mais populosas, com um número de pessoas acima de 20 mil e até 500 mil, foi de 10%. Nos municípios com mais de 500 mil habitantes, foram visitados 5% dos domicílios.

Projeções

O Censo Demográfico permite acompanhar o crescimento, a distribuição geográfica e outras características da população brasileira. Por ser atualizado a cada decênio, as projeções para os anos subsequentes à publicação são feitas a partir de um cálculo de probabilidades. Nesse caso, a matemática auxilia a identificar a possibilidade de determinados eventos acontecerem.

As informações coletadas no Censo Demográfico são usadas pelo poder público para a criação de diversas políticas, como as de saúde, educação, saneamento básico, transporte, energia e programas de assistência social. Para a iniciativa privada, os dados ajudam a identificar oportunidades de investimentos.

A estimativa populacional do Censo também auxilia o Tribunal de Contas da União (TCU) a definir as cotas do Fundo de Participação dos Estados e do Fundo de Participação dos Municípios.

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