Da Redação – No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma[i]. Apesar dos avanços no diagnóstico e no tratamento em estágios cada vez mais iniciais, não havia medicamentos aprovados para os pacientes que demonstram, por meio de um marcador detectado no sangue, que o câncer de próstata voltou a progredir após o tratamento da doença localizada, antes do surgimento da metástase.
Para esses pacientes agora se apresenta uma nova opção com o nome de apalutamida, medicamento desenvolvido pela Janssen, empresa farmacêutica da família de companhias Johnson & Johnson. O produto acaba de receber sua primeira liberação de uso no mundo (no dia 14 de fevereiro), pela agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA), após avaliação dos dados do estudo em regime de priorização pelo órgão.
Comparada ao placebo, a apalutamida comprovou diminuir em 72%[ii] o risco do surgimento da metástase ou de morte e proporcionou um ganho na mediana de sobrevida livre de metástase de mais de dois anos. Outro dado promissor do estudo foi que a apalutamida reduziu em 51%[iii] o risco da segunda progressão da doença (PFS2 – tempo de progressão da doença ou morte após o segundo tratamento), o que sinaliza que a apalutamida também pode ter impacto em uma melhor resposta dos pacientes a tratamentos subsequentes.
“Esses resultados são os primeiros a convencer que as metástases podem ser adiadas nesse estágio da doença e sugerem que a apalutamida pode se tornar o padrão de tratamento desses pacientes”, afirmou Eric Small, investigador-líder do estudo SPARTAN e chefe da divisão de Hematologia e Oncologia da Universidade da Califórnia.
“A Janssen já está trabalhando para que o medicamento também seja uma opção de tratamento para os pacientes brasileiros”, adianta Telma Santos, Diretora Médica da Janssen Brasil.
O tratamento do câncer de próstata no Brasil também conta com uma nova opção terapêutica para os pacientes que já apresentam metástase. Na última semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a indicação do acetato de abiraterona (associado à prednisona) para o tratamento de pacientes recém-diagnosticados com câncer de próstata metastático, sem tratamento hormonal prévio e com fatores de prognóstico de alto risco, avaliado pela classificação patológica do tumor, número e localização das metástases.
O acetato de abiraterona já está disponível no Brasil desde 2012. “A Janssen busca desenvolver e oferecer soluções de saúde para as necessidades não atendidas desses pacientes em estágios cada vez mais precoces da doença, com novos medicamentos e tratamentos em combinação”, complementa Telma.
A decisão da ANVISA foi baseada nos resultados do estudo LATITUDE, que comprovou redução significativa no risco de morte (38%), diminuição no risco de progressão da doença ou morte (53%) e prolongou o tempo até o início da terapia subsequente com quimioterapia (56%), além de melhora de aspectos relacionados à qualidade de vida do paciente, como redução de 30% no risco de piora da dor, do surgimento de fraturas ou de outras comorbidades relacionadas ao esqueleto[iv].
O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens no país, atrás apenas do câncer de pele não melanoma, com uma estimativa de mais de 60 mil novos casos anuais, cerca 30% do total dos tumores masculinos[v]. Além de causar dor, a progressão da doença pode provocar fraturas ou até compressão da coluna vertebral e diminui, consideravelmente, a expectativa de vida nos pacientes com doença avançada[vi].
Sobre o câncer de próstata não-metastático resistente à terapia de deprivação androgênica – Trata-se de um estágio da doença em que o câncer de próstata já não responde a tratamentos médicos ou cirúrgicos que diminuem a testosterona, mas ainda não foi detectado em outras partes do corpo. As características incluem: ausência de doença metastática detectável, antígenos específicos da próstata em rápida elevação com terapia de deprivação androgênica contínua e nível de testosterona sérica abaixo de 50ng/dL[vii][viii]. Noventa por cento dos pacientes com câncer de próstata não-metastático resistente à terapia de deprivação androgênica, eventualmente, desenvolverão metástases ósseas, o que pode causar dor, fraturas e compressão da medula espinhal, levando a uma diminuição importante na expectativa de vida. A taxa de sobrevida de 5 anos para pacientes com metástases à distância de câncer de próstata resistente à castração é de cerca de 30%[ix],[x].
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