Mariana da Cruz Mascarenhas – Não é à toa que ele é considerado um dos melhores lugares do mundo para viver. Eu falo do Canadá, país onde tive o privilégio de estar para desfrutar minhas férias. Confira mais fotos da viagem: clique aqui
Meu passeio concentrou-se em conhecer as essências do leste canadense começando por uma das cidades mais movimentadas, culturais e enérgicas do Canadá: Toronto. Após enfrentar dez horas de viagem em voo direto, o primeiro ponto de parada foi em uma das principais atrações turísticas do local: a Casa Loma.
Único castelo de tamanho real da América do Norte, a construção da obra foi fruto da ideia do Sr. Henry Pellatt que, em 1911, contratou um arquiteto para ajudar a realizar o sonho antigo de criar um castelo sob uma colina, com vista para toda a cidade. Passados três anos, com a ajuda de 300 homens, e gastos de $3.500.000 (na época), nascia a Casa Loma com seus 200.000 metros quadrados, situada em 5 acres de terreno, sendo considerada no período a maior residência do Canadá.
Recomenda-se tempo para visita-la e apreciá-la, afinal são dois andares divididos em mais de 30 ambientes suntuosos, compostos por quartos, salas de jantares, suítes e biblioteca decorados de acordo com o período da época, nos transportando para a história concretizada em tempo real. Sem contar os belos jardins floridos ao redor do castelo e que ainda abrigam um restaurante a céu aberto de onde se pode apreciar shows noturnos.
Ao sair de lá dirigi-me ao centro da cidade para fazer algumas compras e conhecer a região à noite. É impossível andar nas movimentadas ruas de Toronto e não se lembrar de Nova York. Cercada por anúncios eletrônicos piscando em diversos prédios, casas de shows e teatros, a cidade também encanta pela diversidade de nacionalidades de todo o mundo presentes no ambiente. O idioma predominante é o inglês.
No dia seguinte, ao continuar meu city tour pelas ruas de Toronto, encantei-me com o contraste arquitetônico no mesmo espaço. Prédios ultramodernos, principalmente nas áreas comerciais, ao lado de construções mais antigas que nos remetem ao classicismo europeu. Segui então para Niágara, a 130 km de Toronto, onde fui contemplada com um espetáculo da natureza: as Cataratas do Niágara. Para sentir seu frescor, fiz um passeio de barco que foi até as quedas d’-água e ainda almocei num restaurante giratório localizado numa torre de 160 metros, de onde tive uma visão incrível das cataratas em sua totalidade.
E por falar em torre, ao regressar à Toronto, não pude deixar de visitar a principal atração turística da região: a CN Tower – trata-se de uma torre com 342 metros de altura, de onde se pode ver toda a cidade e ainda pisar num chão de vidro, que torna a visita ainda mais emocionante. Há, inclusive, os mais aventureiros que encaram se pendurarem na torre em sua estrutura com cabos de aço. Radical!
No outro dia despedi-me de Toronto e segui na estrada para Ottawa, a capital do Canadá. Interrompi o percurso para um minicruzeiro por algumas das mais de mil ilhas canadenses, cercadas pelas águas do Rio São Lourenço. Alguns arquipélagos são ainda mais deslumbrantes, abrigando pequenos castelos.
Ottawa é outro lugar encantador, repleto de histórias, cultura e uma arquitetura também contrastante, enriquecida pela mescla do moderno e do clássico. Localizada na Província de Ontário, assim como Toronto, a cidade é repleta de flores diversas, que contribuem para colori-la. Contemplei construções belíssimas e antigas do Parlamento do Canadá, residências do Primeiro Ministro e do Governador Geral, além de outros edifícios.
No período da noite, assisti a um emocionante filme de 30 minutos, projetado em todo o prédio do Parlamento, com efeitos especiais, contando a história de formação do Canadá até 2017, quando completa 150 anos. É possível, inclusive, ver diversas referências ao número pelos locais em que se passa, além de programações especiais acontecendo pelo país para celebrar a data.
Saindo da Província de Ontário fui para a Província de Quebec, especificamente na cidade de Quebec, há mais de 400 km de Ottawa. Uma das regiões mais visitadas do Canadá, sua língua oficial é o francês, já que foi colonizada pelos franceses. O lugar é agraciado com ruas e construções clássicas, com um ar europeu, em meio a ambientes totalmente arborizados e floridos.
Um dos seus destaques é o belo Château Frontenac, um castelo construído no final do século 19, que funciona como hotel de luxo, o qual já abrigou ilustres personalidades como a Rainha Elizabeth e o Rei George VI. No outro dia visitei a Basílica de Sainte-Anne-de-Beaupré. Belíssima igreja por dentro e por fora, composta por 240 vitrais, com uma réplica da escultura “Pietá” de Michelangelo e um altar admirável, de cores brilhantes compostas pelo vermelho e o branco.
A seguir fui para o Canyon Sainte-Anne, um cânion localizado a 43 km de Quebec, que nos presenteia com uma linda floresta composta por algumas trilhas, belas cascatas de água e pontes suspensas sobre o rio. Ainda aproveitei o dia para conhecer as Cataratas de Montmorency. Localizadas a 10 km da cidade de Quebec, as quedas d’água estão situadas num parque e possuem 83 metros de altura, superando as quedas do Niágara, chegando a congelar no inverno, período em que as temperaturas podem atingir 40 graus negativos. O lugar também possui um teleférico que faz o percurso entre a base da cachoeira e o topo do penhasco. Como fui no período do verão, pude contemplar a paisagem ensolarada em tardes onde a temperatura chegava a 30 graus.
A última cidade que visitei foi Montreal, a pouco mais de 200km de Quebec. Segunda maior cidade de língua francesa do mundo depois de Paris, pertencente a Província de Quebec, a região mescla urbanismo e bucolismo num mesmo espaço, rico em diversidades culturais, raciais e históricas. Nesta região pude visitar uma Cidade Subterrânea com mais de 40km de extensão, repleta de lojas e variedades feitas especialmente para que os moradores possam fazer suas compras no período do inverno rigoroso – que também já chegou a 40 graus negativos – que, assim como nas outras cidades, dura aproximadamente sete meses.
No dia seguinte visitei a Catedral de Notre Dame de Montreal – para mim uma das mais belas construções sacras já vistas em minha vida, mesmo tenho conhecido a arquitetura de Roma e de Paris. O altar central de brilho dourado é de paralisar os olhos e exige um bom tempo para contemplação, com a imagem do Cristo crucificado ao centro, cercado pelos doze discípulos. Ao fundo, um azul celestial se funde com o amarelo reluzente do altar, numa perfeição difícil até de ser descrita. Não consegui conter as lágrimas ao participar de uma missa celebrada com o coral, enquanto contemplava a magnitude do altar.
Os vitrais da Catedral são belíssimos, trazendo a história da Virgem Maria, e projetados de modo que, a cada momento, os raios solares incidem na Igreja de um determinado ângulo. Para mim, um dos momentos mais emocionantes de toda a viagem. No período da tarde visitei o Jardim Botânico de Montreal, segundo maior do mundo, fundado em 1931, com mais de 22000 espécies de plantas. O lugar está localizado ao lado do Parque Olímpico, Torre de Montreal e do Biodômio, que mistura zoológico e aquário.
Heterogeneidade de pessoas, histórias, culturas e arquitetura é o que define o Canadá e faz desse país um lugar tão vivaz e rico de atrações. Destaco também a receptividade com que as pessoas nos recebem, sempre com um belo sorriso e procurando ajudar como podem. Uma experiência diferente e valiosa seja para conhecer, morar ou estudar.
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