Brasil vive os últimos dias de magia olímpica na Rio 2016

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* Wilson Moço – Os Jogos Olímpicos Rio 2016 terminam apenas no domingo e ainda reservam muitas surpresas, mas já permitiu a espectadores do mundo todo acompanhar momentos emocionantes, outros de rara beleza, de dor, decepção, alegria e frustração. Também registrou resultados praticamente impensáveis, como favoritos indiscutíveis amargando derrotas e vencedores que não figuravam entre os principais candidatos a medalhas nas bolsas de apostas.

Mas em dois casos em particular os brasileiros, principalmente, tiveram a rara oportunidade de ver ao vivo e em cores duas das maiores estrelas dos Jogos Olímpicos em todos os tempos: o nadador norte-americano Michel Phelps e o corredor jamaicano Usain Bolt, que no Rio chegou ao tri olímpico nos 100 metros rasos. Os dois devem deixar o Rio com mais medalhas de ouro do que o Brasil. Vão deixar saudade por aqui, mas também devem deixar no mundo todo.

Tanto um quanto outro provavelmente terão disputado em solo brasileiro a última Olimpíada de suas vidas. Phelps já tinha se aposentado em 2012, mas resolveu voltar às piscinas em 2014, recuperou a antiga forma e se credenciou a disputar a Rio 2016, para o bem do esporte e da Olimpíada. Deu show por aqui.

Usain Bolt, ‘o Raio’, nem participou de seletivas para garantir vaga nos Jogos, mas a confederação de atletismo da Jamaica o escalou para as disputas mesmo assim. O tempo que ficou parado para se recuperar da contusão não fizeram falta na pista de atletismo da Rio 2016, tamanho foi seu desempenho. Se é excelente dentro das pistas, pode-se dizer que também o é fora delas. Sempre de bom humor, não recusa tirar selfies com torcedores e assim vai conquistando fãs mundo afora.

O desempenho dos dois era o esperado, mas um brasileiro de Marília espantou o mundo ao conquistar a medalha de ouro no salto com vara na noite de segunda-feira (15). O feito de Thiago Braz é ainda maior porque, ao estabelecer a marca de 6,03m, bateu o recorde olímpico e superou o francês Renaud Lavillenie, recordista mundial que buscava o bi dos Jogos na Rio 2016.

O ginasta de São Caetano Arthur Zanetti foi outro brasileiro a marcar seu nome na história dos Jogos Olímpicos ao conquistar a medalha de prata na ginástica artística. Com o resultado, se tornou o primeiro ginasta do País a chegar a duas medalhas olímpicas, pois em Londres 2012 ficou com o ouro.

Na mesma segunda-feira (15), o Brasil levantou a medalha de bronze com Poliana Okimoto e pela primeira vez o País subiu ao pódio olímpico na maratona aquática. Resultado surpreendente, ainda mais porque ela chegou em quarto lugar e só ficou com a medalha porque a francesa Aurelie Muller, que tinha terminado a prova em segundo, foi desclassificada por causa de uma infração. A italiana Rachele Bruni passou para segundo e Okimoto, para terceiro.

Feminino – Mas se teve o que comemorar, o Brasil teve também o que lamentar, como a desclassificação do futebol feminino, derrotado nos pênaltis pela Suécia, na tarde desta terça-feira (16), no Maracanã, após empate em 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação. O resultado foi até certo ponto decepcionante porque, na primeira fase, as meninas da seleção golearam por 5 a 1.

E talvez o mais triste nesta história é que deve ter sido a última Olimpíada da craque Marta, assim como da incansável veterana Formiga…

Frase:

Perdi as 10 primeiras lutas da minha vida no boxe. Imagine se desistisse? Hoje sou campeão olímpico. Queria agradecer a todos que incentivaram muito. É um orgulho lutar por esse país

Robson Conceição, boxeador brasileiro, que conquistou a primeira medalha de ouro do boxe brasileiro em Olimpíadas, ao recordar o seu início de carreira no pugilismo s


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JOGO RÁPIDO

SEM MEDALHA…

  • A campeoníssima norte-americana Kerry Walsh-Jennings, ou simplesmente Walsh, viu o seu reinado no vôlei de praia ruir nesta segunda-feira (16) na Rio 2016. Com três medalhas de ouro olímpicas, Walsh contava como certa mais uma dourada no peito. Se deu mal e perdeu o primeiro jogo de sua carreira. A derrota para as brasileiras Agatha e Barbara, que deram aula de vôlei de praia e de espírito de competição, foi a única em 27 partidas desde 2004. Uma hora depois, algumas poucas pessoas que caminhavam no calçadão de Copabacana, puderam ver uma cena ainda mais rara. Muitos presenciaram Walsh, após encontrar o marido Casey Jennings, se abraçar por alguns minutos e derramar copiosas lágrimas. Alguns amigos da jogadora americana garantiam que ela pretendia encerrar o seu ciclo no esporte com mais uma medalha de oura olímpica.

CHAPELEIRO OLÍMPICO…?

  • Em terra que sedia as Olimpíadas, quem seria o dirigente político mais importante da nação? O presidente interino ou o ministro dos Esportes? É que no dia da premiação da medalha inédita de ouro para o baiano Robson Conceição, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, chegou atrasado à luta que deu o ouro a Conceição e entrou no Riocentro quando a disputa já tinha terminado. Lamentável… Haja espírito de porco, ops espírito olímpico…

ISSO É ESPÍRITO OLÍMPICO…

  • Duas corredoras foram celebradas como verdadeiras atletas olímpicas após pararem, em momentos diferentes das eliminatórias dos 5.000 metros no Rio. Abbey D’Agostino, de 24 anos, ajudou a neozelandesa Nikki Hamblin, que caiu após as duas se enroscarem no final da fila . Depois foi a vez de Hamblin, de 28 anos, ajudar D’Agostino. Ambas terminaram a prova com os últimos tempos. Elas se abraçaram antes de D’Agostino deixar a pista em uma cadeira de rodas, com o tornozelo lesionado. Nenhuma inicialmente se qualificou para a final, mas foram muito aplaudidas pela atitude. E a recompensa veio em seguida. As duas corredoras foram incluídas entre as finalistas pelos organizadores, se estiverem em condições de disputar a final na sexta-feira.

DOR INSUPORTÁVEL

  • A contusão da saltadora Fabiana Murer, que acabou falhando na tentativa de ultrapassar a marca de 4,55 m de altura, estava incomodando e muito à saltadora brasileira. Elson Miranda, marido e técnico da saltadora, disse que a hérnia de disco que atrapalhou a preparação da atleta mal a deixava colocar uma calça. Debilitada e com muitas dores, Fabiana fez um último esforço, mas deu adeus à carreira sem nem passar à final do salto com vara na última terça (16).

LEVANTAMENTO DE ROUPA SUJA…

  • O brasileiro Fernando Saraiva Reis, quinto colocado na prova de levantamento de peso para atletas com mais de 105 quilos na Olimpíadas Rio 2016, reclamou do comando da Confederação Brasileira da modalidade. Segundo ele, faltou apoio durante todo o ciclo olímpico. Fernando explica que o apoio recebido veio do Comitê Olímpico do Brasil). Na final olímpica, o atleta brasileiro quebrou o recorde pan-americano ao levantar 435 quilos na soma do arranco e arremesso. Fernando falou também que a partir de agora já começa a pensar na Olimpíada de 2020. O halterofilista afirmou ainda que poderia ter conseguido um resultado melhor no Rio, mas que o nível da prova foi elevado.

ADEUS

  • A capitã da seleção brasileira de vôlei feminino, Fabiana, assim como a saltadora Fabiana Murer, anunciou sua aposentadoria. Ao usar a rede social Instagram, a jogadora disse que a eliminação para a China, ontem, está doendo, após 13 anos defendendo as cores verde e amarela. “A dor desse momento me faz relembrar toda uma vida dedicada ao meu país e ao esporte que tanto amo”, escreveu a jogadora. Durante os 13 anos em que serviu a seleção, Fabiana disputou quatro Olimpíadas, conseguindo dois ouros olímpicos. Seu último título foi o Grand Prix conquistado em julho deste ano.

 

24540_119355818076389_6557068_n* Wilson Moço é jornalista, com passagens pelos jornais Diário do Grande ABC nas funções de repórter e editor-assistente de Esportes, de Política e de Setecidades, além de redator da Primeira Página; Gazeta Esportiva, como chefe de reportagem e editor-assistente; Bom Dia ABCD, como editor; ABC Repórter, como editor; e Revista Livre Mercado, como editor-executivo, além de atuar na Secretaria de Comunicação das Prefeituras de Santo André e São Bernardo. Contatos com o autor e colunista pelo e-mail wilsonmoco53@gmail.com

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