Seleção brasileira conquistou a medalha de ouro na Arena Carioca 1, no Rio de Janeiro (RJ)
Da Redação – A Seleção Brasileira de Ginástica Artística Feminina deu um verdadeiro espetáculo neste domingo (17.07), emocionando a torcida, que compareceu na Arena Carioca 1, no Rio de Janeiro (RJ), num show de técnica e eficiência. Após ótimas apresentações, a equipe do Brasil conquistou a medalha de ouro, inédita na história da modalidade.
As disputas no Pan-Americano feminino foram encerradas com a competição por equipes na manhã de hoje. Sem descarte de resultados, cada série deixou os torcedores com a respiração em suspenso. No final, com uma equipe mais experiente e altamente qualificada, acrescida do talento ascendente de Julia Soares, o Brasil levou a melhor sobre os Estados Unidos, com quase dois pontos de vantagem (162.999 a 161.000), e celebrou um título inédito.
A final começou com um dos aparelhos mais favoráveis ao Brasil, o salto sobre a mesa. Carolyne Pedro executou um salto que valeu 13.033. Na sequência, Flávia Saraiva (14.033) e a campeã olímpica e mundial Rebeca Andrade (14.500), as únicas com notas superiores a 14 pontos, colocaram o Brasil em vantagem.
No aparelho seguinte, a comissão técnica colocou Lorrane Oliveira, que fora reserva no primeiro dia de disputas, para fazer uma das séries nas paralelas assimétricas. A experiente atleta mostrou consistência. Rebeca, que foi vice-campeã mundial nesse aparelho no ano passado, fez ótima apresentação (14.433).
Em desvantagem na somatória, o Brasil foi confiante para a trave, que é hoje o carro chefe da equipe. Na classificatória, a equipe brasileira registrara as três melhores notas no aparelho, com Flávia, Rebeca e Julia. Na final, novamente as três melhores notas foram das ginastas da equipe da casa. Por outro lado, Kayla Di Cello sofreu uma queda, e recebeu uma nota mais baixa, 12.300.
Quando se iniciou a disputa do último aparelho, o Brasil já tinha vantagem de quase dois pontos e meio (2.399), o que deu tranquilidade para que as ginastas brasileiras mostrassem o que sabem. Com belas séries de Kayla Di Cello e de Lexi Zeiss, os EUA chegaram a encurtar a diferença, mas sem ameaçar a vitória brasileira. Já o Brasil, com desempenhos muito bons de Julia e de Flávia, que conseguiu a melhor nota no solo (13.633), fez mais do que o suficiente para terminar na liderança, conquistando um título que fortalece a confiança da equipe para o Mundial de Liverpool, programado para o final de setembro.
Após a premiação, o sentimento era de total satisfação. As ginastas brasileiras comemoraram muito o resultado inédito. Rebeca destacou o fato de o resultado estar aparecendo após muito trabalho e dedicação.
“Esse resultado mostra todo o nosso processo, o nosso trabalho, a confiança uma na outra, nos treinadores. É uma conquista muito grande para todas nós, para o futuro da ginástica, para as novas meninas que estão vindo e mesmo para as que já passaram por aqui. Estamos muito felizes e agora o público que nos aguarde, porque estamos com mais garra ainda”, disse Rebeca.
A ginasta ainda falou sobre a importância do trabalho em equipe na seleção brasileira. “Esse é um resultado muito importante para a nossa equipe. Nós nos empenhamos muito para chegar até aqui, abrindo mão de muitas coisas. Então é o nosso esforço, o nosso trabalho, confiança e saber por que acordamos todos os dias cedo para lutar e ir atrás. Todo mundo quer dar o melhor sempre e nós conseguimos”, destacou a ginasta.
Flávia fez questão de ressaltar o valor de toda a equipe estar envolvida na conquista deste domingo. “Conseguimos aproveitar tudo. Fomos com toda garra e força, estávamos prontas, muito treinadas, demos o nosso melhor nos treinos e o resultado veio agora. Isso representa um trabalho muito bem-feito de uma equipe multidisciplinar. Não somos só nós que estamos competindo, tem muita gente importante por trás. Estamos muito felizes com o resultado e com o trabalho que conseguimos fazer”, afirmou Flavinha.
Julia Soares, que teve uma marcante passagem pelo Campeonato Pan-Americano no ano passado, demonstrou todo o orgulho em estar de volta à Arena Carioca 1. “Foi muito importante contar com o apoio da torcida. Isso dá uma garra e uma adrenalina a mais. Conseguimos mostrar o treinamento que fazemos todos os dias para todo o Brasil. Estou muito feliz de participar da competição. No ano passado pude homologar um elemento com o meu nome e fazer aqui novamente é muito gratificante. Houve muito trabalho meu, das minhas técnicas e fisioterapeutas. Estar aqui com essa equipe maravilhosa, superforte, ajuda muito”, disse Julia.
O treinador Francisco Porath Júnior, o Xico, falou sobre a satisfação que sentiu com o resultado da final. “Essa competição superou as expectativas e deu um resultado incrível para o Brasil. No final foi uma forte emoção, porque nós entendemos o sacrifício de cada atleta. Quando vemos o resultado acontecendo e que as decisões que toda a equipe tomou deram certo, dá uma satisfação muito grande”, destacou o treinador.
Xico já faz projeções sobre o Mundial de Liverpool. “Gostaria muito que esse número que somamos como equipe se repetisse em Liverpool. Foi um número bastante expressivo. Estamos no caminho certo e lá esperamos entrar nas finais, entre os oito. Depois disso, sabemos que final é final”, concluiu o treinador.
RESULTADOS – CAMPEONATO PAN-AMERICANO – COMPETIÇÃO POR EQUIPES
1º) BRASIL (Flávia Saraiva, Rebeca Andrade, Julia Soares, Carolyne Pedro, Lorrane Oliveira) – 162.999
2º) Estados Unidos (Skye Blakely, Kayla Di Cello, Lexi Zeiss, Zoe Miller, Elle Mueller) – 161.000
3º) Canadá (Sydney Turner, Rose Woo, Ava Stewart, Denelle Pedrick, Shallon Olsen) – 155.534
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