* Caio Bruno – De acordo com as últimas pesquisas de opinião divulgadas, o presidente Jair Bolsonaro alcançou os melhores índices de aprovação desde o início de seu mandato. O maior crescimento quantitativo se deu na região Nordeste. Em média, o ex-capitão do Exército conta com quase 40% de ótimo/bom.
Alguns analistas – ao se depararem com esses números – cravaram o favoritismo de Bolsonaro à reeleição em 2022, já outros menosprezaram o aumento de popularidade do presidente comparando-o com os mesmos índices de seus antecessores e também dizendo que o crescimento se deu devido ao auxílio emergencial distribuído à milhões de pessoas.
Nem muito ao céu e nem tanto ao inferno. Bolsonaro está ficando mais popular por uma série de fatores mais complexos e um deles é sua conexão com o Brasil Real, que muitos dos players políticos tradicionais não identificaram e/ou perderam a conexão.
Sempre houve uma parcela do país que se manteve em silêncio e buscava uma referência sem encontrar. É uma parcela que é (conservadora nos costumes, não tem noção de posicionamento econômico e busca se aliar com quem lhe oferece vantagens. Seja quem for. É esse Brasil que Bolsonaro soube ler.
No cenário político-eleitoral atualmente, o presidente nada de braçadas deixando toda a classe política atônita. A esquerda parou no tempo e não consegue se inserir nos tempos atuais. A principal força desse campo, o PT, prefere uma pauta de odes ao seu líder inconteste, Lula. Esquecendo que já faz uma década que o ex-torneiro mecânico saiu da presidência.
As demais forças de oposição ou se apegam a discursos insignificantes ou flertam com o governo em algumas pautas, há siglas inclusive, na espera de aderir ao poder atual. Em suma: não há alternativa palatável ao bolsonarismo que chegue ao Brasil real.
Importante lembrar que todas as crises que o presidente atravessou em seus 20 meses de governo foram causadas por puro fogo amigo tanto é a letargia política que paira no país. Não sou adepto da vidência e nem de apostas por isso não cravo resultado eleitoral com dois anos de antecedência. Mas uma coisa é certa: ou as forças contrárias a Bolsonaro saem de suas bolhas e se conectem com as pessoas que fizeram e fazem o Brasil apresentando uma pauta ou, a inércia prevalecerá e o pêndulo cairá para o lado do presidente.
* Caio Bruno é jornalista, pós-graduado em Comunicação e especialista em Marketing Político. www.caiobruno.com.br
Se a pesquisa citada na matéria for a feita pelo Data-Folha, é melhor o governo ficar com um pé atrás quanto ao fato desses resultados terem sido tão bondosamente divulgados e não menos bondosamente analisados, pois pode ser uma estratégia de marketing “pelo avesso”, a qual será usada posteriormente contra o próprio Presidente. Aguardemos!