Da Redação – A automatização dos processos industriais não é um assunto novo. Os robôs industriais também não, há décadas a indústria automobilística já os utiliza, o que é novo é a inserção de robôs em pequenas e médias indústrias. Mesmo a revolução industrial não sendo um assunto novo, ela ainda assusta muito quando vem acompanhada de novas soluções para produtividade acelerada e inteligente.
Entre todos os pontos destacados, sejam positivos ou negativos, podemos citar uma produção escalável mais acelerada, menor preocupação do empresário com riscos à vida e saúde dos colaboradores, falta de mão-de-obra qualificada, entre outros. Pelo lado negativo, o que muito se ouve é sobre, principalmente, desemprego.
E dentro deste contexto todo, o que de fato é verdade? Tudo depende muito de como as empresas tratam e inserem as tecnologias robóticas em seu chão de fábrica, mas o fato é que sabemos que a robotização dos processos tende a trazer muito mais benefícios do que malefícios.
O coordenador técnico e engenheiro especialista em robótica da SCHUNK Intec BR, Julio Del Valle deixa bem claro que este processo é bom inclusive para os colaboradores. “Os robôs têm como principal função auxiliar os seres humanos e, em alguns casos, podem substituir o operador, como exemplo, um processo industrial que possua um alto risco de vida para o funcionário, acidentes, ou até mesmo trabalho repetitivo. Para estes processos, se bem instalado e com seus periféricos adequados, os robôs podem substituir o operário e, consequentemente, trazer benefícios à empresa e, ao funcionário por ele não estar executando função de risco.”, afirma.
Além disso, o especialista esclarece que os robôs não são inimigos e que eles são a grande oportunidade de aprimoramento profissional. “Engana-se quem acredita que os robôs são inimigos. Nossa sociedade deve se preparar para vivenciar cada vez mais estas novas tecnologias. Ainda é preciso que as pessoas encarem esta nova ferramenta tecnológica como algo positivo e se preparem para trabalhar com os robôs por que, por mais modernos que possam ser, ainda precisam de programação, operação e de manutenção, atividades estas geradoras de novos empregos com maior valor agregado, consequentemente, melhor ao colaborador.”, diz Julio.
O engenheiro ainda vai além e esclarece que não aceitar este avanço é a mesma coisa que atrasar o desenvolvimento do País. “A tecnologia avança de uma maneira exponencial, com milhares de benefícios para automatizar tarefas rotineiras. Se não estivermos preparados e com uma nova mentalidade tecnológica, com mão-de-obra qualificada para esse avanço, e continuarmos impedindo essa nova revolução, continuando com processos ainda arcaicos e manuais, estaremos atrasando o desenvolvimento tecnológico de nossa nação em relação ao resto do mundo.”
E para mostrar esta relação positiva, Julio exemplifica de forma simples mencionando anos atrás, quando os computadores ainda entravam em nossas vidas, em um desses avanços tecnológicos. “Antigamente nossa sociedade tinha uma reação negativa quanto à automação. Atualmente já reconhecemos que é um dos caminhos de nossa evolução tecnológica, pois temos diversas experiências positivas que comprovam que não só robôs, mas também máquinas automatizadas e/ou o uso mais difundido de computadores, aumentam o conforto de nossas vidas e nossa produtividade, além de gerar postos de trabalho de maior valor agregado. Por exemplo, a quantidade de colaboradores de um departamento de T.I. nos dias atuais é muito maior do que poucos anos atrás.”, lembra.
Se pensarmos de forma realmente negativa e não avançarmos junto com a tecnologia, sem dúvida haverá perda de postos de trabalho, pois assim não haverá mão de obra qualificada para acompanhar este avanço, da mesma forma que houve diminuição de vagas de datilógrafos alguns anos atrás. “Mesmo assim ainda há uma polêmica sobre a relação da automação com o desemprego pois, sem dúvida alguma, a automação muda a estrutura de recursos humanos de uma empresa. Em alguns casos, as oportunidades de empregos são diminuídas, principalmente os trabalhos manuais repetitivos. Em contrapartida, percebe-se um constante efeito positivo da automatização na quantidade de empregos mais complexos.”, diz.
O especialista cita ainda que a cada dia teremos mais aplicações com novas tecnologias, com inúmeros benefícios, como menor tempo gasto em projetos e fabricação de novos produtos, aumento da qualidade, entre outros.
“Utilizando-se dessa tecnologia, a indústria obtém maior competitividade. Se antes pensava-se que a automação visava apenas redução do quadro de funcionários, não teria sentido, pois haveria aumento da oferta e diminuição da demanda, o que seria economicamente inviável. Hoje se pensa diferente, o objetivo é o aumento de oferta e consequentemente da demanda, com postos de trabalho de maior valor agregado.”, finaliza Julio.
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