* Iara Souza – Ao observar os comportamentos a nossa volta e como acontecem os encontros, a realização de tarefas cotidianas e as tendências, é possível concluir que, basicamente, vivemos uma alucinação. O que nos diferencia uns dos outros é a intensidade dessa imaginação
.O significado de imaginação nada mais é do que: aquele que está em estado de alucinação, que está delirando ou sofre de abstinência de algo. Vivemos em constante abstinência seja de sucesso, carreira, compras, corpo, relacionamento, viagens, etc.
Você já parou para pensar qual é a sua? E, mesmo que tenhamos todas essas questões resolvidas, a satisfação e bem-estar ainda seriam constantes, oscilantes ou, quem sabe, desestimulantes para você?
Uma pesquisa da Universidade de Harvard de 2010 aponta que em 46,9% do tempo, nossa mente está vagando, ou pelo passado ou imaginando o futuro. Pouco se vive o presente e isso talvez explique o número de pessoas com problemas de alta ansiedade e outros distúrbios psicológicos.
Por exemplo, como você se apresenta em um encontro com desconhecidos? Relata seu nome e sua profissão? Com certeza! Possivelmente nem imaginamos falar de uma forma diferente, pois fomos condicionados assim.
É muito comum sermos resumidos a títulos, cargos e profissões, que definem imediatamente uma linha de corte e uma projeção da nossa imagem ao mundo, criando um sujeito paralelo, o que traz uma sensação de pertencimento a uma sociedade de pessoas “NORMAIS” e nos leva cada vez mais a perda da nossa própria identidade.
Perdemos o hábito de falar de nós mesmos, especialmente em primeira pessoa, só falamos de nossas escolhas, nos adequamos ao ambiente e quando esse momento não representa “boas escolhas”, simplesmente não nos sentimos importantes ou capazes.
No século do diferencial competitivo, da tecnologia e dos algoritmos, a alucinação tem reinado e a consequência tem sido muitas pessoas distantes de seus talentos e propósitos.
A literatura é enfática ao abordar algumas técnicas de comunicação nesse sentido, com objetivo de que as pessoas tenham melhores relacionamentos e aceitação, o verdadeiro interesse pelo outro e pelo momento presente, o que gosto de chamar de escuta compassiva e respostas emotivas, voltando no âmbito de autoconhecer-se.
O processo de autoconhecimento muda a nossa interação com o mundo, seus valores e significados e por isso, se faz tão importante.O filósofo Sócrates já dizia: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo”. Se despir de capas e camadas que foram enraizadas em nossa caminhada como verdades absolutas, nos aproximam de nos reconectar ou conhecer a nossa essência.
Imagine uma alucinante busca por autoconhecimento, pelo que te faz verdadeiramente feliz? Podemos chamar esse processo de encontrar sua vocação, aquilo que te chama e que te faz feliz.Viver um verdadeiro propósito é uma busca e também uma dádiva, refazer os caminhos, rever alternativas e se permitir dar voz, aquela voz interna que muitas vezes é abafada, é um grande desafio.
Sem dúvida, é um caminho de muitas descobertas e a boa noticia é que a fonte não acaba e o resultado nunca está 100% concluído. Você pode avançar cada vez mais no autoconhecimento, expandir os critérios e valorizar o óbvio. Chegar a uma frequência original e se aproximar de um bem real e, consecutivamente, ver o bem permear. O autoconhecimento é um lindo desafio, só aceito por aqueles que se permitem embarcar nessa louca e profunda alucinação coerente e necessária. Vamos começar?
* Iara Souza é especialista em Desenvolvimento Humano. Bacharel em Comunicação Social, pós-graduada em Gestão Empresarial e engajada em trazer ainda mais profundidade para seus clientes, busca subsídios também na Psicologia, curso onde atualmente é graduanda
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