Brasileiros competem no sábado (9), na Swiss Cup
Da Redação (SP) – O ano de 2024 está quase no final, mas ainda não se encerrou a temporada de conquistas da Ginástica Artística do Brasil. Júlia Soares e Caio Souza subiram ao pódio na 41ª edição do Memorial Arturo Gander, disputada em Chiasso, cidade suíça onde mais de 90% da população fala italiano. A competição é conhecida também como Arthur Gander Memorial pelas pessoas que preferem o idioma inglês.
Júlia já tivera o gostinho de conquistar o ouro dessa competição, disputada no cantão de Ticino, o mais meridional da Suíça. Nesta quarta-feira (6), ela conseguiu o bronze, assim como Caio. “Fiquei bem feliz por poder voltar à Suíça para competir. Conseguir um resultado como esse que conquistei mostrou que a gente está trabalhando bem. Está dando resultado”, disse a ginasta curitibana, que completou 19 anos em agosto.
O Arturo Gander já está em sua 41ª edição. Duas cidades se alternam para receber o evento: Chiasso e Morges, comuna onde se fala francês, no cantão Vaud. Nascido em Berna, Gander foi presidente da Federação Internacional de Ginástica de 1966 a 1976.
O fluminense Caio, um dos melhores generalistas do mundo, também expressou seu contentamento pela conquista. “Tô muito feliz com os resultados. É a primeira vez que venho pro Arthur Gander. Já tem muitos anos que eu espero vir pra esta competição. Em 2014 fui convidado pra competir. Infelizmente, no Campeonato Mundial (de Nanning), antes do Memorial Arthur Gander e da Swiss Cup, acabei quebrando meu pé. Depois fiquei sem ser chamado até este ano, quando novamente me convidaram. Vir pra cá e ainda conseguir colocar o meu nome entre os medalhistas de uma competição tão importante é muito significativo para mim”.
O Gander tem um formato incomum. No masculino, os ginastas escolhem quatro entre as seis opções de aparelhos. No feminino, as atletas devem optar por três, num universo de quatro. Nesta quarta-feira (6), no masculino, o campeão foi Illia Kovtun. O ucraniano, vice-campeão olímpico nas paralelas em Paris, obteve 14.450 no solo, 12.650 no cavalo, 14.500 no salto e 15.500 nas paralelas. Somou 57.100 pontos. A prata coube ao canadense Félix Dolci, que somou 55.850 pontos, depois de registrar 13.850 no solo, 13.650 nas argolas, 14.300 no salto e 14.050 na barra fixa. Caio ficou pouco atrás de Dolci – o atleta de Volta Redonda somou 55.400 pontos, fruto de ótimas séries: 14.300 nas argolas, 14.350 tanto no salto como nas paralelas e 12.400 na barra fixa.
No feminino, Julia somou 38.700, depois de conseguir 12.800 no salto, 12.550 na trave e 13.350 no solo. O ouro ficou nas mãos da argelina Kaylia Nemour. A atual campeã olímpica nas assimétricas registrou 14.900 nesse aparelho; no salto, obteve nota 12.700. Na trave, conseguiu 13.750. A prata no Gander foi para a alemã Karim Schönmaier. As notas: 13.250 (salto), 13.300 (assimétricas) e 12.400 (solo).
Júlia avalia que o ótimo resultado é mais um fruto colhido num ano para lá de especial. Afinal, nunca é demais lembrar, a jovem paranaense conquistou, junto com suas companheiras de Seleção, o histórico bronze dos Jogos Olímpicos na competição por equipes. “Depois da Olimpíada continuei treinando, mirando o Campeonato Brasileiro, o Arthur Gander e a Swiss Cup. Estou me esforçando para poder representar a Ginástica do Brasil muito bem”, disse a medalhista olímpica.
A Swiss Cup também tem formato diferente. Trata-se de uma competição em duplas. As notas de Caio e de Julia no individual geral serão somadas, assim como as das duplas dos demais países inscritos. Se serve como indicador, o único país que “medalhou” no Arturo Gander tanto no masculino como no feminino foi o Brasil. Os demais países que tiveram representantes no pódio – Ucrânia, Canadá, Argélia e Alemanha – obtiveram medalha apenas em uma das duas disputas.
Caio está bem animado para a disputa. A Swiss Cup será em Zurique, no sábado. “Vou participar com a Júlia. A gente está traçando as estratégias para poder competir da melhor forma possível. O que me deixaria bem satisfeito é acertar as minhas séries, conseguir apresentar tudo que treinei”.
Júlia encara a competição do próximo sábado com confiança. “Vou apresentar as minhas séries de sempre. Este ano ainda não mudo nada, continuo com meus aparelhos de ponta, o solo e a trave. Vou competir nas paralelas também. Podem esperar que vou dar os meus 200% na Swiss Cup. É a minha última competição em 2024. Vou dar o meu melhor, como sempre. Se vou acertar ou não, saberemos apenas na hora da competição. Todos os dias trabalho para que possa ficar satisfeita com a minha competição”.
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