Amor, ah o amor! Quem sabe o que é não vira a página

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0c831b_a8e331bb9d184fd8aa24f0150f0b27f4mv2* Maristela Prado – Quem já sentiu ou sente o amor sabe a coisa boa que é. Quando amamos alguém queremos o melhor para aquela pessoa. Entendemos que para amar é preciso, antes de mais nada, respeito. O amor não tem espaço se não há respeito.

Mas o que isso significa? Aprender a entender as escolhas do outro, os costumes, manias, opinião e o EU que cada um carrega. Somos seres únicos, nascemos e morremos sozinhos, portanto não somos iguais a ninguém. Para se manter uma relação onde existe amor é necessário que sejamos seres individuais.

Como alguém pode dizer que ama se quer mudar o padrão, a história do outro? Isso não é amor. Você quer desenhar o amor à sua maneira, ao seu ideal. Não temos isso nem com nossos filhos e, mesmo assim, morremos de amor por eles, não sendo como esperamos, mas amamos com todos os defeitos.

Aprendemos que para viver ao lado de outras pessoas precisamos relevar as atitudes que não gostamos. Afinal, tornam-se poucas as que não gostamos perto daquilo que amamos. Ou será que você é perfeito e não existe nada que te desabone diante dos outros? Não, não somos seres perfeitos, somos imperfeitos para nosso aprendizado. O ser humano precisa da imperfeição para aprender, tanto o que deve e o que não deve ser. Passamos por situações que apenas o tempo nos mostra para que existiram no nosso caminho. Um dia terás a resposta.

Agora, o que está acontecendo com o amor de hoje? Será que as pessoas estão mesmo amando ou querem excesso de atenção e carinho, querem um ser só para si, exigindo, aprisionando, sufocando para o bem próprio? Estão ficando cada vez mais perigosas as relações, e justamente por não haver mais
esse sentimento puro no coração das pessoas, o amor.

Quem ama não sente ódio, não quer o mal da pessoa amada, não revida, não maldiz. Mas dizem que amam mais do que tudo. Como isso pode ser chamado de amor se não há respeito? O que fizeram do mundo? Um lugar para cada um ter mais poder do que o outro, para o EU sou, tudo posso, tudo faço? Não há mais esse é meu espaço, esse é meu direito, ou seja, o respeito.

Estamos vivendo em uma guerra entre pessoas próximas e não tão próximas. A falta desse sentimento puro está gerando relações de posse, atormentadas, de competições. É preciso de mais diálogo nas casas, mais atenção dos pais com suas crianças e adolescentes. A humanidade tem de entender que os filhos que criamos serão os adultos de amanhã, formarão famílias, amigos e será necessário equilíbrio para o futuro.

O mundo está nas mãos deles. E se não tiverem esse alicerce bem formado dentro de casa se tornarão adultos desequilibrados, mimados e violentos, para conquistarem o que querem e como querem. Mas, infelizmente ou felizmente, o mundo lá fora não é assim, não é um pai ou uma mãe que de tanto chorar e
pedir faz o que quer. O choro, talvez, não seja a melhor maneira da conquistar, seja lá o que for. Serão necessários muitos lençóis para enxugar as lágrimas até chegar onde quer.

Ensine seus filhos a enxugarem as lágrimas e aprenderem que a conquista é através de esforços, e com muito amor no coração. Sem isso, não adianta berrar, ninguém vai ouvir.

* Maristela Prado é Bacharel em Letras e revisora de textos, casada e mãe dois filhos adultos. Leia mais no Blog da colunista

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