Da Redação – O governador Geraldo Alckmin lançou no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), centro especializado da Secretaria de Estado da Saúde, ligado ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, equipamentos inovadores dentro do ambiente cirúrgico, o sistema de fluorescência a laser. O investimento foi de R$ 5 milhões, via projeto Pronon (Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica).
“É uma grande conquista para a medicina brasileira e paulista. Este é o único equipamento do tipo existente no país, tanto em hospital público quanto privado, colocando o Icesp na vanguarda da tecnologia. Estamos oferecendo o que há de melhor e o que é mais importante, de graça, por meio do SUS, para quem mais precisa”, ressaltou o governador.
Por meio de contrastes fluorescentes, a nova tecnologia permite o mapeamento do sistema circulatório do paciente durante a cirurgia, em tempo real, o que facilita a identificação imediata de áreas de irrigação sanguínea e oferece ao cirurgião mais precisão na tomada de decisões durante a retirada de tumores ou reconstruções plásticas.
Além disso, a fluorescência também pode atuar como um sistema de GPS, guiando o cirurgião pelas áreas que são iluminadas em verde, nas quais são detectados os linfonodos. Esses gânglios linfáticos, que contêm células do sistema imunológico, têm a função de ajudar o corpo a combater infecções, filtrando ou mesmo matando também as células cancerígenas. Porém, em alguns casos, esses linfonodos podem ser acometidos pelo câncer, quando localizados perto de um tumor. Nessas circunstâncias, eles devem ser retirados na cirurgia.
Dentre as vantagens do uso da técnica, estão ainda a diminuição da duração do procedimento, o menor volume de sangramentos e a redução dos riscos de complicações pós-operatórias, como necroses e infecções. Há, ainda, a recuperação mais rápida do paciente, que pode retornar à sua rotina em menos tempo do que o habitual.
A novidade faz parte de um protocolo de pesquisa do Instituto do Câncer e irá beneficiar mais de 400 pacientes, ao longo de 36 meses, em procedimentos minimamente invasivos (por vídeo laparoscopia), convencionais (abertas) ou em cirurgias robóticas de cinco diferentes especialidades: aparelho digestivo, cabeça e pescoço, plástica, ginecologia e urologia.
“A pesquisa busca, também, apresentar uma análise do custo-efetividade da tecnologia no tratamento de pacientes oncológicos no SUS. A ideia é que, futuramente, essa técnica passe a ser uma realidade mais presente nos centros públicos. É um orgulho para o Icesp ser pioneiro no uso da técnica em todo o país”, explicou Ulysses Ribeiro Jr, coordenador cirúrgico do Icesp e pesquisador principal do projeto.
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