Da Redação – O Índice de Confiança do Estado de São Paulo (IC-SP) aumentou quatro pontos em julho. O indicador, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), registrou 69 pontos, contra 65 em junho. Já o Índice Nacional de Confiança (INC), também da ACSP, caiu dois pontos e marcou 68 pontos em julho. A escala do INC vai de zero a 200 pontos. O intervalo entre zero e 100 é o campo do pessimismo e, de 100 a 200, é o campo do otimismo. A margem de erro é de três pontos. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Ipsos entre 1º e 12 de julho em todo o Brasil.
De janeiro para cá, o IC-SP vinha bem abaixo da média nacional e, agora, alcança-a (veja quadro mais abaixo). “As expectativas favoráveis em relação aos cenários político e econômico podem ter contribuído para essa melhora no caso de SP”, frisa Alencar Burti, presidente da ACSP. Mesmo com esse crescimento, a confiança do consumidor paulista continua fortemente pessimista, já que está bem abaixo de 100 pontos. “As famílias estão consumindo menos, em decorrência da crise, e as pessoas estão inseguras em seus empregos, derrubando a confiança”, diz Burti, sobre os atuais níveis do IC-SP e do INC.
No Brasil, a variação em julho ficou dentro da margem de erro, mas pode ser um sinal de alerta quanto à retomada do consumo: depois de o INC atingir mínima recorde em abril (64 pontos), o indicador registrou duas altas seguidas (em maio e junho), o que sugeria movimento de melhora. “Porém, o sinal de alerta é pontual e não pode ser caracterizado como uma tendência de piora na confiança. Precisamos esperar os próximos meses. De qualquer forma os dados merecem muita atenção”, diz Burti, que também preside a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Para se ter uma ideia de como o brasileiro tem sentido os efeitos da crise, em julho de 2015 o INC marcou 83 pontos (12 a mais do que agora). Já há dois anos – no início da retração econômica – a confiança foi de 134 pontos (63 acima do que hoje).
Regiões – Na amostragem por regiões, o Sul teve o pior desempenho, com sua confiança caindo de 72 pontos em junho para 63 em julho. A região Norte/Centro-Oeste também teve retração considerável: o INC foi de 76 para 70 pontos em julho. Em ambos os casos, o desempenho negativo deve-se a eventos climáticos -secas, geadas e temporais -, que atrapalharam o setor agrícola. Nordeste e Sudeste, por sua vez, registraram pequenas altas. No primeiro, o INC subiu de 65 para 66 pontos e, no segundo, de 69 para 71.
Grupos socioeconômicos – A classe C foi a que apresentou maior queda na confiança: o INC caiu de 69 pontos em junho para 64 em julho. Já a classe DE registrou movimento contrário, subindo de 77 para 81 pontos. A classe AB manteve-se estável em 62 pontos.
Para Alencar Burti, o recuo na classe C pode ser explicado pela inflação – e esse resultado precisa receber atenção do governo, pois trata-se da parcela populacional mais importante para o consumo. “Impactaram na confiança da classe C os preços dos alimentos – que continuam altos – e os reajustes dos salários dessa classe, os quais não têm acompanhado nem a inflação oficial”, destaca ele. “O governo precisa, portanto, se esforçar para trazer a classe C de volta para o consumo”.
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