A saúde cardiovascular moderna e os germes

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* Prof. Dr. Edmo Atique Gabriel – Estamos em 2021, executando praticamente tudo com auxílio de alguma ferramenta tecnológica. A inteligência humana já não é única no comando das ações; a inteligência artificial vem somando recursos cada vez mais paradigmáticos ao universo das “coisas comuns”.

No entanto, os germes ainda matam! No âmbito da saúde cardiovascular, estas mortes não cessam de acontecer, sendo que os germes são milenares, mas os recursos terapêuticos (muitos destes embasados na tecnologia avançada) não conseguem ainda superar estes temidos “bichos”.

O mosquito chamado ” bicho barbeiro” continua picando as pessoas nas fazendas e sítios e, muitos anos depois, estas pessoas estão morrendo em larga escala graças à Doença de Chagas, patologia descrita em 1909 e até hoje letal!

As bactérias, por inúmeras razões, ou são subestimadas, como por exemplo nas infeções de garganta, ou simplesmente desenvolvem resistência à maioria dos principais antibióticos. As consequências podem ser infeções bacterianas acometendo as válvulas cardíacas, causando a endocardite bacteriana, ou quadros de infecção bacteriana sistêmica, a qual também pode afetar nosso coração indiretamente.

Por último, os vírus! Os vírus talvez sejam os mais brandos em nível de agressividade, quando comparados com outros germes. Não obstante está aparente brandura, há vírus que podem desencadear um processo inflamatório no músculo cardíaco (miocárdio), causando a miocardite viral e esta, por sua vez, resultar em insuficiência cardíaca e falência de órgãos.

O coronavírus é o vírus do momento. O mesmo pode até ser brando na teoria, mas já se tornou uma pandemia global. O coronavírus poderia causar uma repercussão cardíaca como uma miocardite grave? Teoricamente sim e o tempo vai nos mostrar quais as facetas negativas deste vírus que tem sido brando e letal, de acordo com as circunstâncias.

Não podemos subestimar os germes e seu impacto na saúde cardiovascular. Em relação ao coronavírus em particular, a revista Nature destacou em sua última edição que dois pontos são preocupantes: a capacidade de disseminação deste vírus e o alto grau de inação no que se refere ao controle e tratamento desta virose e suas possíveis complicações.

A medicina cardiovascular modernizou – se ao longo do tempo, mas os germes ainda matam de forma desenfreada.

* Prof. Dr. Edmo Atique Gabriel é Cirurgião Cardiovascular do HCOR, Hospital Sirio-Libanês e Hospital Albert Einstein

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