As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no país e o 42º Congresso da SOCESP irá debater o tema em parceria com ginecologistas e obstetras
Da Redação – Os dados mais recentes apurados pela Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP – revelam que, anualmente, as doenças cardiovasculares são as que mais matam no país: 359.761 pessoas, sendo 189.215 homens e 168.503 mulheres. Há 60 anos de cada 10 pessoas com problemas no coração, apenas uma era mulher.
O tema vem tendo cada vez mais espaço nos eventos de cardiologia e no 42º Congresso da SOCESP, que será realizado em junho, no Transamérica Expo Center, foi firmada uma parceria inédita com a Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo – SOGESP – e a Associação Brasileira do Climatério.
“Durante uma manhã inteira iremos debater a saúde feminina com a participação de especialistas das áreas de cardiologia, ginecologia e obstetrícia”, informa o presidente do 42º Congresso, o cirurgião cardíaco, Walter Gomes. “Após a menopausa, o risco de morte é 50% maior entre as mulheres infartadas do que entre os homens, além disso os sintomas que elas têm são, muitas vezes, distintos da clássica dor no peito, que ocorre entre os homens”, comenta Gomes. As mulheres sentem náusea, fraqueza, dores gástricas, sudorese e falta de ar.
Para a coordenadora científica de ginecologia da SOGESP, Lucia Helena Simões da Costa Paiva, depois da menopausa com a diminuição dos níveis de hormônios sexuais, a incidência de doenças cardiovasculares aumenta muito nas mulheres, mas também podem ocorrer em outras fases da vida, como na gravidez. Já para o presidente da Associação Brasileira do Climatério, Rogério Bonassi Machado, o envelhecimento natural e os fatores associados, como sedentarismo, hipertensão arterial e obesidade, entre outros, fazem com que as mulheres no climatério sejam particularmente mais vulneráveis às doenças cardiovasculares.
“O estudo do climatério envolve necessariamente a avaliação do risco cardiovascular, muito mais afeita ao cardiologista. Por outro lado, a utilização do estrogênio, tratamento mais familiar para o ginecologista, pode trazer dúvidas para o cardiologista. Dessa forma, o assunto é relevante tanto para os cardiologistas quanto para os ginecologistas, que atendem no seu dia-a-dia mulheres que devem ter atenção particular nesse período de vida. A interação entre as entidades de classe focada no assunto tem grande papel na orientação do médico de acordo com as melhores evidencias científicas, motivadas pela discussão entre os especialistas”, contextualiza Rogério Bonassi Machado sobre a importância do evento na SOCESP.
Reposição hormonal
“Não existe um protocolo para terapia de reposição hormonal que seja recomendado para todas as mulheres. A escolha da terapia de reposição hormonal é uma decisão conjunta feita entre a mulher e o seu ginecologista, levando em consideração as preferências da mulher, as indicações e as contra indicações de cada uma. Existem diretrizes e recomendações que devem ser seguidas, mas não há um protocolo, a terapêutica deve ser individualizada”, explica a coordenadora científica de ginecologia da SOGESP, Lucia Helena Paiva.
Para Rogério Bonassi Machado, as bases da terapia de reposição hormonal recaem sobre os estrogênios, acompanhados ou não por um progestagênio, usados com as menores doses eficazes, para o alívio dos sintomas climatéricos, como ondas de calor, instabilidade emocional, prevenção da atrofia urogenital e da osteoporose. “As formas de uso mais comuns são a via oral, transdérmica ou vaginal, sendo utilizados hormônios mais próximos ao natural e bastante seguros nas doses e esquemas habituais”, completa o Associação Brasileira do Climatério que corrobora que o tratamento tem que ser individualizado.
Serviço – 42º Congresso de Cardiologia da SOCESP, dias 16 a 18 de junho 2022, no Transamérica Expo Center, São Paulo/SP
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