Dom Pedro: “A Igreja pode viver sem muitas coisas, mas nunca sem o amor”

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“Que o Senhor nos ensine a cada dia a viver o seu mandamento, guardando a sua palavra, o seu mandamento do amor. A igreja pode viver sem muitas coisas, mas nunca sem o amor.”

Da Redação – Com uma profunda reflexão sobre os tempos de pandemia em que os fiéis são orientados a realizar a comunhão espiritual, o bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, celebrou a Santa Missa matutina do 6º Domingo da Páscoa (17/05), destacando a união que existe entre eucaristia e vida no amor.

“Porque o essencial na igreja é esse mandamento do amor. Porque a eucaristia é a expressão deste sacramento do amor vivido de forma humana e divina por Jesus, se entregando na cruz por nós. Não há maior amor do que dar a vida”, medita Dom Pedro.

“Muitos dizem devolvam a eucaristia, mas não dizem devolvam o amor. É preciso que a Igreja devolva a si mesmo, o amor que dá sentido à eucaristia”, complementa o bispo.

Diretamente da residência episcopal, o bispo tem presidido as missas todas as quartas e domingos desde a segunda quinzena de março, em virtude da realização de celebrações sem a presença de fiéis, sendo transmitidas pelo Facebook da Diocese. 

Unidade na comunhão

Para falar sobre a importância de se colocar o amor como essencial em nossas atitudes diárias e momentos de oração durante o isolamento social, o bispo diocesano recordou que o cristianismo foi perseguido durante 250 anos, no Japão, e mesmo assim superou todas as adversidades na determinação pela evangelização.

“Todos os padres foram expulsos, não tinha missa, mas as comunidades remanescentes viviam o mandamento do amor. Decoravam trechos do evangelho que foram todos queimados. E 250 anos depois a Igreja ressurgiu. Porque há uma unidade tão grande na Igreja que se eu comungo, toda a igreja comunga. Mesmo se não pode participar da eucaristia, se um irmão recebe a comunhão neste grande corpo da Igreja, toda a Igreja recebe a santa comunhão e os benefícios que ela nos traz. Por isso, enquanto esperamos o momento de voltarmos a receber a eucaristia, tenhamos essa fé. Nós cremos na comunhão dos santos”, sintetiza.

Igreja do amor

Durante a homilia e mensagem aos fiéis antes da benção final, Dom Pedro recorreu novamente ao mandamento do amor como fundamental na vida da Igreja e do povo de Deus. “O que é o essencial da igreja? É a Igreja ser uma Igreja do amor. E a eucaristia é a expressão total deste amor que Cristo viveu e ensinou”, constata.

O bispo também disse compreender a angústia de muitas pessoas não conseguirem comungar neste período de quarentena. No entanto, mais uma vez deixou um aprendizado para toda a vida.

“Se você ler o capítulo 25 do Evangelho de São Mateus, o juízo final, o juiz vai perguntar se você amou, e não se você tomou a santa comunhão. Não que não seja necessária e importante. O próprio Cristo disse a Santa Margarida Alacoque, por meio do Sagrado Coração de Jesus, que comungássemos. Porém, o certo é que uma pessoa pode se salvar vivendo o mandamento do amor, mesmo sem comungar, mas muitos que comungam todos os dias e não vivem o mandamento do amor podem se perder”, pondera.

Comunicado

Com o período da quarentena prorrogado até o dia 31 de maio em todo o estado de São Paulo, a Diocese de Santo André, por meio do bispo diocesano, divulgou nota no dia 13 de maio, em que mantém suspensas as celebrações presenciais, após reunião online com os padres coordenadores das dez regiões pastorais. O decreto do dia 20 de março continua em vigor, sem alterações no momento. As transmissões de missas e atividades continuam ocorrendo apenas pela internet, sem a presença de fiéis. Em sintonia com as orientações das autoridades civis e da área da saúde, a Igreja Católica no Grande ABC recomenda cautela e prioriza, sobretudo, o cuidado com a vida das pessoas.

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