1º de maio: dia do trabalho e do trabalhador

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* Dom Pedro Carlos Cipollini – A todos os irmãos e irmãs na fé e na esperança, a todos os membros de nossa querida Igreja diocesana de Santo André que está no Grande ABC.

Aos batizados, ao Clero, consagrados e os afastados. A todos os cristãos. Às pessoas de boa vontade que, através da fé no ser humano e no bem, vislumbram a presença de Deus, Santo e Criador, que enviou seu Filho Jesus para nos salvar. Jesus que se fez operário em Nazaré e é aquele que nos ama (cf. Ap 1, 5). A vós saúde, paz e bênçãos!

Na metade do século passado nossa Região, com a formatação da via Anchieta, atraiu a maior concentração operária do país. Os sete municípios que formam o Grande ABC num curto espaço de tempo, triplicaram sua população. Formou-se um polo industrial com um operariado formado de pessoas vindas de todo o território nacional.

Surgiu então uma consciência nova, a partir do trabalho, de direitos de base, fruto da concentração operária. Esta realidade foi animada, pela presença da Igreja, sobretudo na pessoa dos dois primeiros bispos. A Igreja ajudou o operariado no envio de alimentos durante as greves e na sua proteção, quando reunidos na Basílica da Boa Viagem em 1980. “A consciência do país, no campo social, no campo político, mas também no religioso, passou pela história do Grande ABC e provocou grandes mudanças no nosso contexto” (Diocese de Santo André, Constituição Sinodal, n. 26).

Hoje a realidade mudou muito em todos os aspectos. No campo do trabalho porém a realidade continua difícil: o trabalhador não vive do trabalho, quando o tem, mas luta para sobreviver. Há um número enorme de desempregados e subempregados. A crise social é grave! Mais ainda se agrava com o momento atual que atravessamos, de pandemia da Covid-19. Momento de incerteza e de angústia diária, em especial os trabalhadores na área da saúde.

Faz quarenta anos da celebração da Santa Missa na Basílica de Nossa Senhora da Boa Viagem, por ocasião do 1º de maio, dia de São José Operário no calendário litúrgico da Igreja e dia do trabalhador no calendário civil. Assim, como naquela ocasião difícil e incerta, brilhou sobre todos a luz da esperança e da solidariedade, assim hoje também, peçamos a Deus que brilhe sua luz em forma de esperança e solidariedade entre nós. Esta luz é Jesus ressuscitado, vencedor da morte que sempre nos diz: “Não tenham medo!” (Mt 14, 27).

Neste tempo dramático que atravessamos, São José o carpinteiro de  Nazaré, é para nós exemplo de perseverança que vence o mal pelo bem. Portanto, perseveremos até o fim.

Nas quarentenas e quaresmas da história, em meio à escuridão, sabemos que há uma luz que brilha. Primeiro dentro de cada um de nós, e, se projeta para o brilho no fim do túnel que sempre chega. Pois este momento vai passar! Como escreve São Paulo; “Somos atribulados, mas não esmagados; perplexos e perseguidos, mas não desamparados; abatidos mas não destruídos” (2 Cor 4, 80). Nossa união, amizade e solidariedade, nosso verdadeiro patriotismo que deseja o bem comum, a fraternidade entre todos sem divisão nem ódio, terá sempre a palavra final. Tenhamos pois: fé e coragem!

Como pai e pastor deste amado povo de Deus que está no Grande ABC, a cujo serviço estou na oração e preocupação diuturnas, em nome de Jesus reparto a bênção de Deus, que ela espalhe saúde e paz para todos. Amém!

* Dom Pedro Carlos Cipollini é Bispo de Santo André

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