Da Redação – Os alunos da rede municipal de São Bernardo avançam em projeto pedagógico inédito para criação de games e animação infantil. A expectativa é que os jogos fiquem prontos até o fim do ano, e que estejam disponíveis em uma plataforma aberta para utilização de internautas de todo o mundo. O projeto Laboratório de Inteligência em Edugamificação Urbana (LiEU) prevê potencializar o conhecimento dos professores e alunos para construir games/apps/sistemas e transformar São Bernardo em referência na produção pedagógica de tecnologias avançadas.
Edital para encontrar interessados em investir no projeto foi publicado recentemente, mas, independentemente do resultado das parcerias, o projeto terá início em março com a formação dos professores, no Centro de Formação dos Profissionais da Educação (Cenforpe). E ainda no primeiro semestre as aulas preparatórias com os alunos. “Já temos experiências nas escolas na construção de jogos, o que nos motivou a ir além”, disse Grace Pereira, chefe de Divisão de Incremento ao Ensino.
As práticas nas unidades ocorreram por meio do projeto “Game(r)s Na Escola” em parceria entre quatro escolas de São Bernardo: Annita Magrini Guedes, Edson Danillo Dotto, Gofredo Teixeira da Silva Telles e José Cataldi. “A atividade desafiou nossos alunos a construírem jogos usando como tema a cidade. Trabalhou de forma lúdica, vivenciando e estimulando o raciocínio lógico e a criatividade, auxiliando os alunos no processo de construção do conhecimento, tendo em vista que o jogo não deve ser apenas encarado como divertimento ou brincadeira para liberar energia, pois também favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e, principalmente, a interação e o respeito pelo próximo”, explicou.
Desafios urbanos – De acordo com Grace, é necessário combinar e aproveitar o conhecimento acumulado dos alunos com os projetos de grandes empresas ligados ao trânsito. “Vamos trabalhar os desafios urbanos, especialmente nas questões de mobilidade e suas soluções, e por trás estará uma metodologia relacionada ao conteúdo pedagógico”, explicou.
Além de buscar parceria com empresas e universidades, o projeto tem o apoio do professor de economia do audiovisual da Universidade de São Paulo (USP) Gilson Schwartz. “Já existem escolas totalmente “gamificadas” nos EUA. Os movimentos de mudança nos conteúdos com uso intensivo de tecnologia estão na vanguarda da pedagogia e são uma necessidade também para as empresas, de todos os setores, que receberão esses alunos como profissionais chamados a resolver problemas complexos”, afirma Schwartz.
Para o professor, a prática pedagógica combinando temas do dia a dia coloca a educação e a imaginação das crianças no centro dos debates e decisões sobre a cidade e seus desafios urbanos e até a pensar a cidade e as fontes de energia do futuro. “Transformar tudo em game não é o objetivo, mas criar games que transformem tudo, sim. As escolas da cidade que responde pela quase totalidade da produção de carros no Brasil vão mobilizar crianças, educadores e famílias a pensar e a brincar com games, simuladores, robótica e impressoras 3D, vídeos e animações em um laboratório voltado à “edugamificação” dos problemas urbanos associados ao uso do automóvel”, explicou.
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