* Gabriel Clemente – A cisão no PSL (Partido Social Liberal), sigla que, por enquanto, ainda ‘abriga’ o presidente Jair Bolsonaro, tornou-se a pauta mais relevante na ‘agenda setting’ da grande imprensa no atual cenário político brazuca.
Mas o que esse racha nos revela? Com a crise instalada há pouco tempo, Bolsonaro ganhou ainda mais força. Por quê? O partido, outrora nanico, tornou-se um gigante, a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados e com quatro senadores na Casa Legislativa revisora.
O que explica isso? Parece óbvio, não é? A agremiação partidária só é o que é hoje graças ao presidente. Isso é fato incontestável.
Bolsonaro já revelou o fenômeno político que é atualmente ao alavancar uma sigla que, até pouco tempo, era irrelevante. Aliás, muitos parlamentares do partido reconhecem isso, sem nenhuma divergência ou contestação.
Aliás, 30 dos 52 deputados federais eleitos, já manifestaram interesse em seguir o presidente, caso ele decida mesmo migrar para outra agremiação. Inclusive, no meio político, gratidão e confiança, sentimentos esvaziados hoje em dia, valem mais do que dinheiro.
Durante a campanha, fotos e vídeos ao lado do presidente tornaram desconhecidos em potenciais celebridades da nossa política.
Portanto, parece claro que o PSL é refém do presidente, não o contrário. Bolsonaro nunca teve compromisso com partidos. Sempre foi um parlamentar independente, com convicções políticas próprias e bem definidas.
Nunca se curvou a interesses de agremiações político-eleitorais. Não tem papas na língua. Aliás, foi esse seu perfil que o levou ao Palácio do Planalto. Não tenham nenhuma dúvida disso.
Parece que nem o ‘laranjal’ de Minas Gerais, com o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, enrolado até o pescoço, parece sangrar Bolsonaro.
O líder do partido, Luciano Bivar, fala hesitante e medroso à imprensa quando questionado sobre as críticas do presidente que, inclusive, já pediu, extrajudicialmente, um ‘pente fino’ na prestação de contas do diretório nacional.
Afinal, com a possível desfiliação de Bolsonaro e a debandada de muitos parlamentares, o PSL pode perder muito dinheiro do fundo partidário.
Bolsonaro parece quebrar o paradigma do chamado ‘presidencialismo de coalizão’, que nada mais é que puro fisiologismo, clientelismo político, e banca ministros com perfis técnicos, sem o ‘toma lá dá cá’ velho conhecido da nossa política.
Questionado se tem receio de não conseguir consolidar uma base sólida no Congresso, diante de algumas derrotas do governo, o presidente mantém-se firme nas suas convicções de não lotear cargos a partidos em todos os escalões, algo em torno de 12 mil comissionados, os servidores não concursados.
Trata-se de um comportamento típico de quem não está governando preocupado com reeleição. Ótimo.
Isso só revela que, gostem ou não e mesmo que tente a reeleição, Bolsonaro não é refém de absolutamente ninguém, inclusive do partido que ajudou muito a se tornar um ‘Golias’ da política tupiniquim.
O PSL deve muito a ele.
E estejam certos de que a recíproca, com toda a certeza, não é verdadeira…
* Gabriel Clemente é jornalista graduado pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Atuou como repórter da Rádio ABC, assessoria de imprensa política e na comunicação institucional do Centro Universitário Fundação Santo André (FSA)
Parabéns!!! Reflexão inteligente e que só agrega apoio ao nosso querido presidente! Tenho certeza que o povo que o elegeu pensa igual e o apoia 100% assim como nós!!