HMU de São Bernardo é referência em atenção humanizada

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Da Redação – O HMU adota série de medidas para promover o cuidado humanizado à mãe e ao bebê, além de valorizar o parto natural. A atenção especial começa assim que a parturiente dá entrada no hospital. Ali, ela preenche o chamado plano de parto, para que possa informar à equipe suas expectativas em relação ao atendimento e dúvidas sobre os procedimentos pelos quais irá passar. As salas de pré-parto receberam nova ambiência e agora contam com equipamentos como bola de Pilates e espaldar, instrumentos utilizados para aliviar a dor e o desconforto durante as contrações.

“Durante o trabalho de parto, a mulher ainda pode tomar banhos mornos, se movimentar, ser massageada. E pode optar também por receber analgesia, se assim preferir. Queremos ser menos intervencionistas, e realizar procedimentos mais invasivos só quando for realmente necessário”, explica a coordenadora do Cuidado Obstétrico do HMU Maria Aparecida Riva de Andrade.

Durante toda a gestação, a farmacêutica Camila acreditou que seria submetida à cesárea, por conta da síndrome de Isaque. Mas nem o trabalho de parto, dois meses antes do previsto, determinou a cirurgia. O bebê nasceu de parto normal, com 38 cm e 1,580 kg. Já passou pela UTI e hoje está na unidade de cuidados intermediários. No início, foi alimentado graças aos estoques do Banco de Leite Humano, mantido com a doação de mamães voluntárias. Em dois meses, o bebê engordou e cresceu. Já começa a mamar no peito, graças ao contato pele a pele do método Canguru, o que contribui para seu desenvolvimento.

Quando não está com ele nos braços, Camila não sai do lado da incubadora. “Sonho com o dia em que o levarei para casa, mas sei que no HMU ele está seguro.”

Mortalidade em queda – A farmacêutica Camila dos Passos Porçalli, 35 anos, escolheu ser atendida na rede municipal de Saúde, embora tivesse plano de saúde. Moradora do Rudge Ramos, ela procurou a Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro e iniciou o pré-natal. “Logo me pediram todos os exames e me classificaram como alto risco. A partir de então, comecei a receber atenção especializada e orientação. Senti muita confiança em toda a equipe”, conta.

Camila deu à luz em fevereiro no Hospital Municipal Universitário (HMU) a Isaque, um bebê prematuro, com síndrome de Down. “Sabia que teria um bom atendimento, por isso migrei para a rede pública. Mas confesso que fiquei surpresa com tanta qualidade”, avalia.

Mãe e filho estão sendo atendidos pela Rede Cegonha, uma série de ações orientadas pelo Ministério da Saúde para garantir assistência humanizada e de qualidade desde o pré-natal até os 2 anos de vida da criança. Em São Bernardo, a intensificação do cuidado às gestantes teve impacto direto na queda da mortalidade infantil. Em 2009, o índice era de 12,6 mortes para cada mil nascidos vivos; em 2014, baixou para dez, segundo dados preliminares.

“Conseguimos ampliar o acesso e melhorar a qualidade do pré-natal ofertado. Implantamos protocolos rigorosos para conseguir identificar o quanto antes os fatores de risco para evitar complicações. Realizamos, inclusive, média de consultas superior ao preconizado pelo Ministério”, explica o coordenador do Centro de Atenção Integral à Mulher (Caism), Rodolfo Strufaldi.

São Bernardo investiu na identificação precoce das gestantes, e passou a ofertar o teste de gravidez em todas as 33 UBSs e nas nove Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. O número de consultas realizadas também aumentou; no ano passado, foram 41.891, 22% a mais que em 2013.  Em média, a gestante passa por dez consultas durante o pré-natal; o indicado pelo Ministério da Saúde são sete.

Em cerca de 15% dos casos, a mulher é encaminhada para o Caism, quando a gravidez é considerada de alto risco. “O cuidado é individualizado e multiprofissional. Temos também atendimento especial para as gestantes menores de 15 anos”, conta Strufaldi.

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