Da Redação – Secretário de Relações Internacionais da Câmara Federal, o deputado Alex Manente (Cidadania-SP) classificou como inadmissível a falha na segurança da Base Aérea de Brasília, que culminou no embarque do sargento Manoel Silva Rodrigues com 39 quilos de cocaína em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira), que dava apoio à comitiva do presidente Jair Bolsonaro, que estava a caminho do Japão para reunião da Cúpula do G-20, em junho.
O militar foi preso por tráfico internacional de drogas ao ser pego, em Sevilha (Espanha), com a droga em suas bagagens. As malas do militar não passaram pelo raio-X quando ele embarcou na aeronave na Base Aérea de Brasília, apontam as investigações, às quais o Fantástico, da TV Globo, teve acesso e divulgou neste domingo (1/9). As bagagens sequer foram pesadas antes de entrar no avião, mostra a reportagem.
“É inadmissível a falha na segurança. Coloca em risco as mais altas autoridades brasileiras porque, ao invés de drogas, poderiam ser explosivos que estavam sendo colocados ali. Além disso, tráfico de drogas sendo efetivado com o uso de instrumentos de comitiva presidencial envergonha e constrange o governo brasileiro perante o mundo”, afirma Alex Manente.
O Ministério da Defesa respondeu de maneira evasiva ao requerimento do deputado Alex Manente. Os questionamentos foram feitos especificamente sobre o episódio do militar preso. “A quais procedimentos de inspeção e segurança foi submetido o referido militar?”, indaga o parlamentar no ofício. As respostas são genéricas, sempre apontando os voos presidentes, nunca as aeronaves de apoio, como foi o caso do sargento.
Em resposta ao Requerimento de Informação 796/2019, expedido pelo deputado Alex Manente ao Ministério da Defesa com perguntas sobre o ocorrido, o ministro Fernando Azevedo e Silva respondeu que todo embarque de voo presidencial é realizado na estação de Autoridades, na Ala 1 da Base Aérea de Brasília, e conta com o apoio de equipamento de raio-X, “sendo todas as bagagens efetivamente verificadas, inclusive a dos tripulantes dessa aeronave”.
“Os procedimentos de bagagens são ajustados de acordo com a complexidade da missão e com os dispositivos disponíveis no local onde se dá o embarque”, ressaltou o ministro no documento, ao frisar que “todos os tripulantes do GTE (Grupo de Transporte Especial) são militares que assaram por processos rigorosos de seleção, formação e avaliação, incluindo quesitos técnicos-operacionais e de fortalecimento de valores”.
O deputado Alex Manente, no entanto, observa que o ingresso de qualquer profissional nas aeronaves presidenciais e de apoio às missões não pode ser permitido apenas pela confiança. “Todos têm de passar pelas inspeções e procedimentos de segurança, sem exceção”, alerta o parlamentar.
Ainda em resposta ao requerimento, o Ministério da Defesa afirma que não existem registros de outras ocorrências de tráfico internacional de drogas, armas ou outros produtos de contrabando envolvendo as Forças Armadas. Portanto, este teria sido o primeiro episódio. Observa ainda que o militar preso não possui histórico de atos demeritórios, nem qualquer apontamento médico ou psicológico em sua ficha.
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