Da Redação – Cerca de 200 trabalhadores da rede municipal de Saúde participaram na tarde desta terça-feira (15) de um encontro que reuniu a secretária de Saúde de São Bernardo, Odete Gialdi, e o ex-ministro da Saúde e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Arthur Chioro. O evento, realizado no auditório do Hospital de Clínicas Municipal (HC), integra as comemorações do segundo aniversário de funcionamento da unidade.
“O padrão de saúde que temos em São Bernardo é o que deveríamos ter em todo o País. A excelência do serviço público deve ser a regra, não a exceção”, disse Chioro, durante sua fala sobre os desafios de construção do cuidado em rede. Para ele, o HC tornou-se o símbolo dos avanços conquistados pela cidade nos últimos sete anos, mas todas as áreas, da atenção básica à saúde mental, passando pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), são exemplares de um sistema que funciona, de fato, em defesa da vida. “Vocês, trabalhadores da saúde, podem se orgulhar do que fizeram e do que continuam construindo aqui. As unidades têm padrão de atendimento e condições de trabalho melhores que na rede particular. Não só do ponto de vista da infraestrutura, mas há uma nova lógica que norteia a relação das equipes com os usuários da rede, que leva em conta as reais necessidades da população.”
O ex-ministro frisou ainda que é preciso defender o Sistema Único de Saúde (SUS) em todos os níveis e romper com a ideia de que somente o ambiente hospitalar é capaz de resolver todos os problemas de saúde da população. “Esse modelo de atenção centrado no hospital é ultrapassado e restringe o acesso à saúde. É excludente, porque os hospitais, historicamente, são espaços de poder que deixam a maioria de fora. O hospital precisa ser pensado de outra forma, ele precisa dialogar com toda a rede de saúde. E é isso que a Saúde de São Bernardo vem fazendo desde a inauguração do HC”, pontuou.
A secretária de Saúde de São Bernardo afirmou que o HC impulsionou mudanças importantes em toda a rede. Processos de cuidado foram revistos para que nenhum dos quatro hospitais públicos da cidade – somam-se ao HC o Hospital Municipal Universitário (HMU), o Hospital Anchieta (HA) e o Hospital e Pronto Socorro Central (HPSC) – atuassem de forma isolada. “Estamos construindo essa teia e revendo constantemente nossa atuação para estabelecer pontes definitivas entre os nossos serviços. Esta é a marca que queremos deixar para a cidade”, ressaltou.
Odete citou que as equipes da atenção básica, na figura dos apoiadores de rede, estão diariamente nos hospitais para discutir e planejar o cuidado, acompanhando o período de internação e fornecendo informações sobre o paciente que possam contribuir para a resolução efetiva dos casos. “Fazemos um acompanhamento minucioso do pós-alta, para que esse usuário continue recebendo os cuidados de que necessita em outros serviços da rede. Isso é um diferencial importante”, finalizou.
Aniversário – A programação comemorativa de aniversário continua durante a semana no HC. Além das visitas monitoradas, na quinta-feira (17), às 14h, haverá mais um encontro entre trabalhadores da rede e especialistas em saúde pública. Dessa vez, a mesa será composta pelo professor de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Luiz Cecílio e pela professora de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) Laura Feuerwerker.
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