Teatro Oficina exibe O Bailado do Deus Morto na Galeria Almeida e Dale

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Escrita por Flávio de Carvalho, em 1933, peça tem direção de Marcelo Drummond e marca a abertura da exposição em homenagem ao artista

Da Redação – A obra multidisciplinar de Flávio de Carvalho (1899 – 1973), expoente do modernismo brasileiro, será homenageada em exposição na Galeria Almeida e Dale. Com curadoria de Kiki Mazzucchelli, a mostra inaugurada no dia 17 de agosto, reúne registros das polêmicas performances do artista, além de pinturas e desenhos produzidos entre 1930 e 1970.

Para marcar o período expositivo, o Teatro Oficina faz duas apresentações de trecho da peça O Bailado do Deus Morto. Escrita pelo artista em 1933, a obra discorre sobre a tragédia da morte de deus e apresenta a vida criativa do homem livre de mitos. Com direção de Marcelo Drummond, os 12 atores da Companhia encenam com a musicalidade característica do Oficina e vestem as réplicas das máscaras criadas por Flávio. A primeira encenação foi realizada no dia da abertura da exposição. A segunda apresentação será no dia 7 de setembro, às 13 horas. Para assistir, é preciso se inscrever pelo telefone da Galeria: (11) 3887-7130. A mostra segue em cartaz até o dia 19 de outubro.

O antropófago ideal

A seleção de obras da exposição oferece um panorama esclarecedor da trajetória multidisciplinar de Flávio de Carvalho, cobrindo cinco décadas de sua produção. “Ele é uma das figuras mais interessantes da vanguarda brasileira do século XX. Seus projetos de cunho conceitual atestam seu extraordinário feito de expandir o campo da arte para além de territórios e formas conhecidos, ampliando assim a própria definição daquilo que pode ser considerado arte”, afirma Kiki.

Flávio de Carvalho realizou cinco performances, intervenções no espaço público, aos quais intitulava como experiências. A mais conhecida é a Experiência n.2, na qual caminhou, usando saia, contra o fluxo de uma procissão de Corpus Christi nas ruas do centro de São Paulo, o que, talvez, seja o primeiro registro de uma performance no Brasil.

Em 1956, quase aos 60 anos de idade, o artista desfilou pelas ruas de São Paulo vestindo um blusão bufante, uma saia plissada e sandálias, um traje projetado, segundo ele, para servir como alternativa ao padrão do terno e gravata e libertar o homem tropical do desconforto causado por estilos de moda importados da Europa. Acompanhado por uma extensa cobertura de imprensa organizada por ele próprio e que pode ser observada em algumas das fotografias presentes nesta exposição, Flávio de Carvalho batizou a obra de New Look (Experiência n.3). As vantagens funcionais da vestimenta foram impressas em um anúncio criado pelo artista, trazendo afirmações mais razoáveis como sua capacidade de minimizar a transpiração excessiva até alegações mais inverossímeis, como sua virtude de evitar guerras devido ao uso de “cores vivas (que) substituem desejos de agressão”.

Serviço – Flávio de Carvalho: o antropófago ideal, na Galeria Almeida e Dale, com curadoria de Kiki Mazzucchelli. Endereço: Rua Caconde, 152 | Jardim Paulista – São Paulo, de 17 de agosto a 19 de outubro, com visitação de segunda a sexta, das 10h às 19h. Telefone: 11 3882-7120. Entrada gratuita

Peça O Bailado do Deus Morto, com direção de Marcelo Drummond/ Teatro Oficina Próxima apresentação: sábado, 7 de setembro, às 13h. Duração: 20 minutos Classificação livre Importante: é necessário fazer a inscrição pelo telefone: (11) 3887-7130

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