Especialista em fitoterapia, docente do Senac São Bernardo do Campo destaca benefícios desta prática milenar, reconhecida pela ciência e eficaz para saúde
Da Redação – Para boa parcela da população, as mudanças bruscas de temperatura, a poluição e a chegada do inverno costumam ser sinônimo de constantes visitas ao consultório médico. Divididas entre alérgicas (rinite, bronquite, asma) e infecciosas (gripes, resfriados, sinusite e pneumonia), as doenças da estação mais fria do ano atacam principalmente crianças e idosos que, devido ao sistema imunológico mais frágil, sofrem com ar seco e ambientes sempre fechados, com pouca circulação de ar.
Grandes aliados no tratamento das doenças, principalmente as respiratórias, os medicamentos fitoterápicos, cuja matéria-prima são de fonte exclusivamente natural, são a aposta de muitos brasileiros para driblar os efeitos negativos dessa época à saúde. A fitoterapia é uma prática milenar reconhecida pela ciência e uma terapia complementar ao tratamento convencional que, se combinada com hábitos mais saudáveis, como exercícios físicos e ao aumento do consumo de frutas e verduras, pode acelerar o processo de recuperação.
“O uso de chás, plantas in natura e cápsulas manipuladas sem aditivos químicos agem no corpo estimulando o combate natural de sintomas, como febres, dores e inflamações, por exemplo”, explica o farmacêutico Marcio Ravazoli, docente do Senac São Bernardo do Campo e especialista em fitoterapia.
No Brasil, a fitoterapia foi regularizada em 2006 com o Decreto n° 5813, que proporciona aos brasileiros o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais. Nos anos subsequentes, houve aumento significativo na busca pelos medicamentos, com alta de 161% na procura pelos fitoterápicos no Sistema Único de Saúde (SUS) entre 2013 e 2015, segundo o Ministério da Saúde.
“Esse aumento reforça que houve boa adesão dos brasileiros à prática”, comenta Márcio, que reforça a importância da conexão com a medicina tradicional. “A fitoterapia é uma medicina complementar, não há contraindicação em seu uso isolado, mas a associação com a medicina tradicional é recomendável. Ela não substitui o tratamento com antibióticos, por exemplo, mas pode complementá-lo, ajudando na redução da tosse, dores e expectoração do catarro. Além disso, é sempre importante buscar auxílio médico para diagnóstico e tratamento correto de qualquer enfermidade”.
Márcio elenca muitos benefícios para a terapia à base de remédios naturais, como o baixo índice de efeitos colaterais, a facilidade de encontrar os medicamentos, o custo baixo e as inúmeras patologias que podem ser tratadas com uma única erva.
Conheça algumas aplicações
Malva e Sálvia: ótimas descongestionantes, a inalação das ervas por meio da vaporização das plantas desprende catarro e melhora a respiração.
Echinacea: uma espécie norte-americana de plantas com flores da família do girassol. Estimula a imunidade, evita gripes e resfriados e fortalece o sistema imunológico.
Romã e Goji Berry: excelentes antioxidantes que evitam a formação dos radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento celular. Anti-inflamatória, a romã é ideal para gargarejos.
Camomila e Hortelã: além de proporcionar uma sensação confortável de aquecimento ao corpo, os chás com essas ervas são digestivos e antioxidantes.
Alecrim: suas flores e folhas podem ser usadas como ativos anti-inflamatórios e antissépticos.
Gengibre: ótima opção contra enjoo e indigestão.
Barbatimão: as cascas dessa planta possuem ação cicatrizante. Podem ajudar na cura de feridas, hemorragias, queimaduras, dores de garganta ou inchaços e hematomas na pele.
Maracujá: tanto as folhas quanto os frutos são indicados como ansiolíticos e possuem funções sedativas. São calmantes naturais muito populares.
Serviço – Senac São Bernardo do Campo (Avenida Senador Vergueiro, 400 – São Bernardo do Campo) Informações: www.sp.senac.br/sbcampo
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