* Faustino Vicente – O fato de a 46ª edição da Copa América (de 14 de junho a 7 de julho) ser sediada no Brasil, representa uma enorme responsabilidade para que a nossa seleção inicie o resgate do prestígio do futebol brasileiro, cujo “pontapé inicial” foi dado em 29 de junho de 1958, na Suécia, quando fomos campeões mundiais pela primeira vez.
Vale destacar que desde 2002 não somos campeões do mundo, que Kaká, em 2007, foi o último jogador brasileiro a ser eleito o melhor do planeta e que em 2014, na Copa do Mundo realizada no Brasil, fomos eliminados por aquele inesquecível 7 x 1, que a Alemanha nos impôs.
Em termos de fundamentos do futebol, há quase 5 anos os nossos craques não conseguem marcar um gol de falta, em jogos oficiais, sendo que o último foi assinalado em 05 de setembro de 2014.
Fato que merece atenção especial é que, pela segunda vez consecutiva, a nossa seleção Sub-20, não consegue se classificar para disputar a Copa do Mundo dessa categoria, celeiro de futuros “galácticos”.
A frágil situação financeira dos clubes brasileiros, a maioria com dívidas elevadíssimas, os transformou num “centro exportador de pé de obra” para os poderosos clubes da Europa. A expectativa de sermos campeões, sem dúvida, significa pressão sobre a comissão técnica e os jogadores.
Nas categorias de base dos clubes, nas escolinhas de futebol ou nos campinhos de terra das nossas cidades, haverá sempre um sem número de garotos, correndo atrás da bola e, naturalmente, de seu sonho maior – “driblar” – a maior chaga do nosso país, a cruel desigualdade social.
Planejamento estratégico, investimentos em tecnologia e em infraestrutura física, comissão técnica multidisciplinar e excelência em recursos humanos, são ingredientes da receita indicada à conquista de títulos.
O esporte e a arte são segmentos extremamente democráticos, pois dão oportunidades (iguais) para que as pessoas possam revelar e desenvolver o seu talento.
Atraídos pelos euros e dólares, os craques têm trocado de clubes, e até de continente, com extrema facilidade, ao mesmo tempo em que cuidam da saúde física e aprimoram-se nos fundamentos essenciais da profissão.
O sucesso (sustentável) de uma carreira depende da visão estratégica da atividade em que se atue. Essa percepção tem sido o passaporte para que ex-jogadores se tornem técnicos, garotos-propaganda, comentaristas, empresários e empreendedores do Terceiro Setor.
Sobre competitividade mundial, válida para todas as atividades humanas, encerramos com a seguinte máxima: “em tempos de crise uns choram, outros…vendem lenços”.
* Faustino Vicente é consultor em Gestão Organizacional, Professor e Advogado e-mail: faustino.vicente@uol.com.br
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