Mentiras que candidatos contam podem atrapalhar contratação

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O que parece ser uma boa estratégia para ganhar vantagem entre os concorrentes, é o pior erro que se pode cometer na busca por emprego

Da Redação – O currículo é o cartão de visita do candidato a vagas. É com essa ferramenta que ele demonstra sua capacidade e sua experiência. Na ânsia pela contratação, muitos apelam. “Alguns chegam a mentir na entrevista, mas é muito difícil que um profissional com experiência em recursos humanos não perceba”, explica Renata Motone, Coordenadora de Recursos Humanos da Luandre, empresa com 49 anos de atuação no mercado, que atende 200 das 500 maiores empresas do Brasil.

A conclusão da história é a exclusão do candidato da lista de possibilidades de contratação da empresa. Para Motone, além de não apresentar os pré-requisitos necessários, o mentiroso demonstra falta de ética, qualidade cada vez mais prezada no ambiente corporativo — “a última coisa que queremos incentivar é a mentira”.

Saiba quais as mentiras mais comuns e entenda como fazer bem seu próprio marketing sem ter de “maquiar o CV”.

Valor salarial

Há quem minta sobre o salário anterior como forma aumentar o poder de fogo na barganha por um valor maior no próximo emprego. Renata aconselha a não fazer isso porque há uma média salarial para cada cargo e quem seleciona sabe disso: “Ainda estamos num momento de crise, mas ir à mesa de negociação é a melhor maneira. Nunca vimos nenhum caso em que o empregador baixou o salário oferecido porque a pessoa ganhava menos. Os valores já estão estabelecidos previamente”.

Idiomas

“Fluência em língua é outra mentira super frequente”, diz a coordenadora da Luandre — “a questão é que na primeira prova escrita ou entrevista oral já se nota a diferença entre o real e o que se conta no currículo”. Ela aconselha a ser claro quanto às habilidades, linguísticas, afinal, há vagas em que não é necessário o inglês.

Voluntariado

Muitos querem impressionar e acreditam que adicionar experiência como voluntário em causas sociais vai facilitar a contratação, mas não passam autenticidade na entrevista. “A estratégia em vez de contar pontos, joga contra”, esclarece Renata, que acrescenta que este não é um fator decisivo na maior parte dos casos e, portanto, só deve constar no currículo se, de fato, o candidato puder contribuir para a empresa com sua real vivência como voluntário.

Universidade

Como forma de status, candidatos mentem sobre a universidade em que se graduaram, “mas isso é bobagem”, segundo Renata. Há cargos que exigem formação específica, mas o importante é poder comprovar o conhecimento — “onde o candidato cursou a faculdade, não é um ponto decisório”.

Demissão

Não existe problema em admitir que foi demitido. É algo até considerado normal e pode acontecer por uma série de razões. O que se deve evitar é falar mal da empresa anterior, mesmo que a demissão não tenha sido amigável. “Tentar atacar o antigo empregador só gera dúvidas ao selecionador sobre o caráter do candidato. O melhor é ser direto sobre o motivo da demissão e ter uma atitude a mais neutra possível sobre o assunto. Nunca demonstre nervosismo ou raiva neste momento”, aconselha Motone.

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