O que, de fato, dizem os supostos grampos da ‘Lava Jato’ ?

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* Gabriel Clemente – A pauta da vez, agora, na novela “Lava Jato”, que já dura 5 anos, trata dos tais vazamentos de conversas escritas por aplicativos entre o ministro Sergio Moro e os procuradores da força-tarefa da mais ampla operação anticorrupção da história do país. As divulgações só acirraram ainda mais os ânimos e a polarização política. Inevitável.

Pergunto: Será que Sergio Moro, à época, juiz, foi o único magistrado da história a usar tal expediente? Por que não grampearam, também, o juiz Marcelo Bretas, responsável pelo julgamento das ações penais, em primeira instância, no Rio?

Como combater criminosos contumazes do ‘colarinho branco’ que, acuados, com uma avalanche de provas contrárias, vão à imprensa e desafiam o juiz publicamente, ofendem e usam uma série de falácias para tentarem desqualificar as autoridades constituídas? Como?

Muito ‘nobre’ falar em ‘plena legalidade’, mas, o fato, é que o povo gosta de ver bandidos na cadeia.

Além disso, mesmo que os grampos sejam verdadeiros, isso não inocenta ninguém, diante do robusto conteúdo probatório contra os mais diversos e variados figurões da nossa política recente.

O povo brasileiro está farto de aturar marginais de terno e gravata que pilham o país há décadas. Farto! O respaldo e apoio popular à operação vêm ao encontro do anseio de tentar minimizar a corrupção e os roubos desenfreados no país.

Moro suspeito? Estranho. As ações são distribuídas no Fórum. Ninguém o ‘escolheu’ para julgá-las. Os processos caíram em suas mãos de forma aleatória, como deve ser. Aliás, foi assim que, à época, magistrado, foi alçado da condição de desconhecido a uma celebridade, devido ao alcance da operação e aos famosos nomes envolvidos em suas investigações.

O tal site ‘Intercept’, responsável pela divulgação dos grampos, diz que a Lava Jato tem ‘fins puramente políticos’, insinuando uma perseguição a Lula. Nada disso.

Até o momento, 113 pessoas foram condenadas, com várias prisões de ‘medalhões’ da nossa política. Lula é só um deles. Aliás, o viés político justifica-se, apenas e tão somente, porque os investigadores e agentes miraram mandatários públicos, leia-se políticos, que roubam as estatais e o erário há muito tempo. Então, aí sim concordo que tenha ‘fins políticos’.

Como lidar com réus que mandam destruir provas e ameaçam testemunhas? Como? Será que só Moro agiu de forma ‘antiética’ no Judiciário deste país? Por que não grampeiam, também, juízes suspostamente suspeitos que absolvem delinquentes cheios de provas que os incriminam? Estranho, não?!

O fato é que o ministro da Justiça, embora um pouco constrangido, vem recebendo enorme apoio popular e a confiança cega do presidente da República, seu chefe direto.

O povão não está nem aí para ‘perfumarias jurídicas’. Quer ver criminosos no cárcere cumprindo pena. Afinal, os grampos não absolvem ninguém. Ninguém. Como justificar a inocência de alguém condenado em três instâncias judiciais e com dois habeas corpus negados pelo Supremo Tribunal Federal? Como?

Estejam certos que o que Sergio Moro supostamente fez, em conluio com o Ministério Público Federal, não é novidade no nosso Judiciário. A diferença é que alguns magistrados fazem isso para o bem social, outros, para o mal.

Ameaçam divulgar mais informações? Pois é. Estamos aguardando os áudios. Os áudios!

Diante de tamanha revolta da população, desde que a operação eclodiu, em 2014, com as denúncias de um desconhecido empresário, dono de um posto de gasolina, Moro ganha força de quem está cansado de ouvir falácias e de aturar a cara de pau de muita gente.

* Gabriel Clemente é jornalista graduado pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Atuou como assessor de imprensa político, repórter da Rádio ABC e assistente de Comunicação institucional do Centro Universitário Fundação Santo André (FSA)

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1 comentário on "O que, de fato, dizem os supostos grampos da ‘Lava Jato’ ?"

  1. Silvio Bussi

    Excelente reflexão Gabriel. Infelizmente muitas perguntas ainda precisam ser respondidas, se é que existem respostas.

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