Da Redação – Cientes das dificuldades enfrentadas atualmente e do que ainda podem encarar no futuro, os idosos do Grande ABC se reuniram e listaram, pela primeira vez, suas demandas e necessidades.
O trabalho foi realizado pela 1ª Conferência Regional dos Direitos da Pessoa Idosa do Grande ABC, promovido pelo Consórcio Intermunicipal Grande ABC, por meio do Grupo Temático Pessoa Idosa, e pelos Conselhos Municipais do Idoso.
O evento, realizado nos dias 21 e 22 de março, reuniu cerca de 100 pessoas no Centro Universitário Anhanguera, em Santo André, para discutir e avaliar políticas públicas em benefício dos direitos fundamentais dos idosos.
No segundo dia de atividades, foi formatado e aprovado um documento com as demandas consideradas prioritárias pela população com mais de 60 anos da região, com sugestões de todas as cidades consorciadas.
Também foram eleitos os delegados municipais que representarão as cidades do ABC na Conferência Estadual da Pessoa Idosa, que deve ser realizada até 15 de agosto – foram escolhidos integrantes das administrações públicas e representantes da sociedade civil.
Entre as propostas apresentadas pelos idosos da região, estão a ampliação dos Centros de Referência do Idosos, de locais e atividades físicas, de lazer e esporte para pessoas idosas com acompanhamento de profissionais capacitados, de vagas gratuitas de estacionamento para pessoa idosa nas vias públicas, de programas que contribuam com a reinserção do idoso no mercado de trabalho, entre outros pedidos.
Na área da Saúde, um dos principais pleitos é a descentralização da distribuição de medicamentos de alto custo, que hoje é entregue somente no Hospital Estadual Mario Covas, em Santo André. A proposta é uma demanda antiga do Consórcio e já foi encaminhada ao Governo do Estado para que esse tipo de remédio seja entregue também nas unidades do Poupatempo existentes no ABC, mas o programa ainda depende de aprovação e implementação estadual.
No transporte, os idosos da região pedem a extinção do cartão com biometria para acesso aos ônibus, qualificação dos motoristas para melhor atendimento da população com mais de 60 anos e melhoria na acessibilidade dos veículos, entre outros temas.
“Essa conferência foi um evento inédito e marcante para o Grande ABC. Teve a participação da população, com propostas que serão levadas para a Conferência Estadual da Pessoa Idosa, onde haverá uma discussão em âmbito ainda maior”, comentou coordenadora do Grupo Temático Pessoa Idosa, Solange Aparecida Zilli.
Dados sobre a população idosa do ABC
Dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) mostram que o Grande ABC tem aproximadamente 250 mil idosos – o levantamento é de 2017. Estudo feito pela instituição mostra que a região chegará em 2030 com cerca de 370 mil pessoas com mais de 60 anos.
Seguem as principais reivindicações apontadas pela conferência:
– Ampliar os Centros de Referência do Idoso para os demais territórios com ações intersetoriais
– Ampliação de locais e atividades físicas, de lazer e esporte para pessoas idosas com acompanhamento de profissionais capacitados.
– Garantir medicamentos, agilidade nas consultas e nos exames solicitados, bem como mais médicos e profissionais nas UBS, UPAs e hospitais
– Incluir profissional médico com especialidade em Geriatria na equipe de saúde
– Criar e ampliar Centros Dias, públicos ou conveniados, para atendimento de pessoas idosas, Grau I e Grau II de dependência
– Realizar, com as empresas de ônibus, reuniões demonstrando a importância de ter um auxiliar para manuseio e acompanhamento de pessoas idosas com mobilidade reduzida e pessoas com deficiência para subir e descer dos ônibus, utilizando a plataforma (elevador)
– Garantir em todos os estabelecimentos privados e públicos para idoso com mobilidade reduzida vagas de estacionamento próximo à entrada do local
– Ampliar as vagas gratuitas de estacionamento para pessoa idosa nas vias públicas
– A adequação das calçadas e das rampas de acesso, garantindo o direito de ir e vir das pessoas idosas
– Ampliação de vagas específicas para idosos nas imediações das Unidades Básicas de Saúde, Hospitais e demais estabelecimentos de saúde que atendam idosos (SCS)
– Descentralização da distribuição de medicamentos de alto custo, para que tais remédios sejam distribuídos pelos próprios municípios, evitando que o idoso tenha que se deslocar até o Hospital Mario Covas ou outro local que faça a distribuição na atualidade
– Promoção de concursos culturais que estimulem a participação dos idosos
– Ampliar os programas de capacitação de policiais e guardas municipais para preparo e aprimoramento no atendimento e abordagem à pessoa idosa
– Ampliação de Programas como o Agente Sênior ou algum semelhante que contribua com a reinserção do idoso no mercado de trabalho, contribuindo com o seu desenvolvimento pessoal e na sua qualidade de vida
– Transporte: extinguir o cartão com biometria, qualificar os motoristas e melhorar a acessibilidade
– Triagem médica mais ágil ao idoso, direcionando ao médico especialista
– Garantir e melhorar o fornecimento dos medicamentos e não a troca dos mesmos (validade) e modernização no sistema de marcação de consultas
– Criação de Lei Federal que obrigue planos de saúde privados a atender com valores compatíveis à renda do idoso de acordo com a tabela AMB
– Unificar a gratuidade do transporte público para 60 anos em todo território Nacional
– Garantir gratuidade para os maiores de 60 anos nas atrações culturais, como Teatro, Cinema, Exposições, Museus
– Cursinho preparatório para vestibular da terceira idade
– Que na alfabetização tenha uma classe somente para a maior idade e após a alfabetização fosse uma classe inclusiva com pessoas de todas as idades, podendo ter a opção de escolha da sala
– Implantação de programas de capacitação de idosos para o retorno ao mercado de trabalho, os preparando para a nova realidade
– Empresas e concursos públicos tenham cota para contratação de idosos, assim como temos hoje, para negros e pessoas com deficiência
– Inclusão da matéria “envelhecimento humano” na educação básica e inserção das disciplinas geriatria e gerontologia, nos cursos de formação superior
– Proibição na oferta indiscriminada (telemarketing, abordagem pessoal) do Crédito Consignado à pessoa idosa, bem como de cartões de crédito e aumento de limites
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