Mediador de Conflitos de Diadema ministra palestra em São Vicente

Crédito-fotos: Sônia Feitosa – Divulgação

Da Redação – A convite da Prefeitura de São Vicente, Reginaldo Bombini, funcionário público da Prefeitura de Diadema que atua no Serviço de Mediação de Conflitos da Secretaria de Defesa Social, deu uma palestra sobre “Masculinidades e Políticas Públicas no Enfrentamento às Violências”, nesta sexta-feira, 22/3, na Faculdade UniBR em São Vicente/SP.

O encontro se deu durante o Iº Encontro Vicentino de Construção de Saberes para o Enfrentamento das Violências de Gêneros e suas Causas: Cuidados para Todas e Todos”, evento organizado pelo Núcleo Gestor de Justiça Restaurativa de São Vicente em parceria com a Assistência Social da Defensoria Pública e com a Prefeitura Municipal.

Com uma abordagem educativa, preventiva e restaurativa no enfrentamento à violência contra mulher, Reginaldo Bombini falou sobre questões preocupantes como a violência de gênero, uma vez que há um aumento, principalmente, do feminicídio que é o homicídio cometido contra mulher por conta de ela ser mulher. Esse número tem crescido contra mulheres negras, o que evidencia a necessidade de se repensar a configuração patriarcal da sociedade como marcador de opressões contra as mulheres, pessoas negras, pobres, LGBT e outros grupos vulneráveis.

Contudo, Reginaldo Bombini relatou que a violência de gênero também atinge os homens, afinal, o machismo, apesar dos privilégios no que se refere aos homens em função da crença na superioridade masculina sobre as mulheres, também é construído a partir do uso de agressão.

“Os homens aprendem a ser homens praticando e sofrendo violências. Essa masculinidade hegemônica machista e tóxica faz com que os homens pratiquem e sofram mais no que se refere à violência de gênero que lhes atinge, que se manifesta na forma de homicídios, suicídios, acidentes fatais no trânsito, encarceramento, internação, dependência química e pessoas em situação de rua”, afirmou.

Bombini entende que a sociedade ainda tem buscado enfrentar esse problema de forma reativa e punitiva, não o enfrentando de forma adequada, uma vez que tem dificuldade para entender a relação dessas violências com o machismo e o patriarcado, pois os homens são ensinados a se comportar assim desde crianças. “Para enfrentar aviolência de gêneros e contra mulheres, temos que investir numa educação pró-feminista não violenta e igualitária em direitos humanos e oportunidades”, completou Reginaldo Bombini.

“Um dos objetivos do evento é, sem dúvidas, a aproximação da rede e o fortalecimento das parcerias para que haja a consolidação das políticas públicas institucionais. Reunimos as pessoas que estão nas “pontas” dos diferentes serviços públicos, para que este espaço de acolhimento, de escuta e de sugestões de práticas colaborativas, possa diminuir a distância entre os diferentes atores sociais”, comentou o coordenador Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação de São Vicente e integrante do Núcleo de Educação para a Cultura de Paz e Não Violência, Wagner Bessa.

Segundo a juíza da Vara Cível e Criminal, dra. Fernanda de Lima Carvalho, “com este evento, entendemos que devemos estabelecer um fluxo de atendimento das questões relacionadas às violências de gêneros, criando abordagens adequadas para a desconstrução de padrões”, afirmou.

O foco do encontro é criar instrumentos para conectar personagens sob a ótica das práticas restaurativas. A ideia é estabelecer um fluxo de atendimentos e cuidados no qual cada pessoa é atora indispensável e cada ser humano, em situação de violência, possa ter resgatada sua autoestima, dignidade, autonomia, se empodere e  interrompa o ciclo desenvolvendo resiliência. “Os temas abordados hoje vão ao encontro dos serviços oferecidos no Creas. Atendemos também casos de alta complexidade. Na minha opinião, deveríamos fazer mais parcerias com instituições para aumentar oferta de atendimentos aos grupos minoritários”, comentou o estagiário de psicologia do Creas de São Vicente, Lelton Silvestre.

No período da tarde, Reginaldo Bombini participou como facilitador de um dos grupos temáticos – ele coordenou as atividades do grupo que debateu políticas públicas voltadas para os homens. No final do evento, os participantes elaboraram um documento contendo propostas para melhorar a rede municipal de atendimento e enfrentamento às violências para ser entregue à Administração.

Serviço

O Serviço de Mediação de Conflitos, órgão ligado à Secretaria de Defesa Social é responsável pela prestação do serviço público de mediação de conflitos legalmente reconhecido no atendimento de munícipes de Diadema. A mediação é um método alternativo e adequado de solução de conflitos (desentendimentos, divergências, controvérsias e disputas) envolvendo questões familiares, entre vizinhos e comerciais em geral com o objetivo de contribuir para a resolução pacífica, amigável e consensual entre as partes envolvidas.

Serviço – Mediação de Conflitos da Prefeitura de Diadema (Avenida Doutor Ulysses Guimarães, 3.399 – Vila Nogueira – Diadema – SP) Telefone (11) 4044-0255 / 4044-0254) mediacao.conflitos@diadema.sp.gov.br