Da Redação – Como forma de intensificar as políticas públicas realizadas ao longo do ano voltadas ao combate à violência contra a mulher, a Prefeitura de São Bernardo do Campo lançou nesta quarta-feira (25), na Praça da Matriz, a Campanha do Laço Branco. A ação prossegue no local até o dia 10 de dezembro com uma série de atividades visando a sensibilização de homens e mulheres sobre o tema. Participaram do ato o secretário de Serviços Urbanos, a secretária de Desenvolvimento Social e Cidadania, e representantes da sociedade civil.
Em sua fala o secretário de Serviços Urbanos pontuou algumas das ações da Administração direcionadas ao atendimento à mulher vítima de violência e a importância da discussão do tema como forma de se combater tais atos.
Na Praça da matriz foi montada uma tenda e houve distribuição de panfletos informativos sobre as ações e orientação sobre os serviços de acolhimento oferecidos pela Administração a mulheres vítimas de violência. No último dia 16 as mesmas ações, direcionadas a servidores públicos, foram realizadas no Paço Municipal.
A campanha também tem o objetivo de mostrar que existem homens que não são violentos, que não concordam com a violência voltada às mulheres e que apoiam o direito de bem viver e de autonomia das mesmas.
A Campanha do Laço Branco surgiu em 1989 com a mobilização de homens canadenses pelo fim da violência contra a mulher após o massacre de 14 jovens mulheres estudantes de Engenharia da Universidade de Montreal.
Desde 2013 o município tem intensificado as ações da campanha com oficinas e seminários para reflexão sobre esse grave problema que afeta a população feminina em diversos países.
A prefeitura desenvolve uma série de políticas e ações afirmativas pela igualdade entre mulheres e homens, como as oficinas de masculinidade (capacitação sobre os diversos papéis desempenhados pelos homens em sociedade e em família), o Centro de Referência e Apoio à Mulher Márcia Dangremon (que acolhe mulheres vítimas de violência), projeto Mulheres da Paz, educação não sexista no currículo da educação de jovens e adultos; e capacitação sobre igualdade entre mulheres e homens no Programa Saúde na Escola (PSE).
Estudos apontam que as diversas formas de violência (física ou sexual) afetam um terço das mulheres em todo o mundo, segundo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) de 2013, sendo que muitas destas agressões são feitas pelo parceiro. O documento “Estimativas mundiais e regionais da violência contra mulheres: prevalência e efeitos na saúde da violência doméstica e sexual” foi o primeiro estudo mundial sobre violência de sexo/gênero.
Estima-se que no Brasil, de 2001 a 2011, ocorreram mais de 50 mil feminicídios, o que equivale a aproximadamente 5 mil mortes por ano. Acredita-se que grande parte desses óbitos foram decorrentes de violência doméstica e familiar contra a mulher, uma vez que aproximadamente um terço deles tiveram o domicílio como local de ocorrência.
No Brasil, em 7 de agosto de 2006, tornou-se lei a violência doméstica e familiar contra a mulher. A Lei 11.340 – batizada de Lei Maria da Penha Maia Fernandes, militante dos direitos das mulheres, que ficou paraplégica por conta das agressões sofridas pelo marido – é resultado de luta histórica do movimento feminista e de mulheres por uma legislação contra a impunidade no cenário nacional de violência doméstica.
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