Da Redação – O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, deu início nesta sexta (28) ao Seminário Internacional Participação Cidadã, Gestão Democrática e as Cidades no Século XXI. O evento, que está sendo realizado nos dias 28 e 29, no Centro de Formação dos Profissionais da Educação (Cenforpe), analisa as perspectivas da participação pública na gestão das cidades.
Durante a abertura, o prefeito Luiz Marinho disse que é uma alegria a realização de um evento que trata de temas relevantes para a população da cidade. “A história de consolidação de nosso município é um exemplo de sucessivos esforços para o futuro. Fazer um plano agregador é sempre um grande desafio e nisso desenvolvemos o projeto São Bernardo do Campo 2021, com propostas e caminhos de convergência que surgiram desde 2009. A cidade das pessoas é o resultado do desenvolvimento do mundo das ideias, e a cidade das pessoas deverá firmar suas ideias e trabalhar seus instrumentos e desenvolver as condições para acontecer. E este é nosso desafio”, afirmou.
A primeira mesa, com o tema Participação Cidadã, Cidades e Insurgências Urbanas, foi mediada pelo secretário de Serviços Urbanos, Tarcísio Secoli, e contou com os convidados Gilberto Carvalho (presidente do Conselho Nacional do Sesi), o governador de Santa Fé (Argentina), Antonio Bonfatti, Joroen Klink (Universidade Federal do ABC); Sergio Lirio (Revista Carta Capital); e do convidado da sociedade Jerônimo de Almeida Neto (Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC).
Tarcísio Secoli ressaltou que nos dias de hoje os movimentos sociais desempenham um papel importante de participação e que os governantes precisam achar mecanismos para que a população manifeste e contribua com as propostas que tragam melhorias para o bem-estar de todos. “Esse nosso seminário tem como inovação trazer pessoas da sociedade civil para tratar dos temas apresentados. A inovação está em abrir as portas a esse tipo de contribuição, o que é uma marca importante de nosso governo”.
Jerônimo de Almeida Neto apresentou um artigo sobre o desafio de melhoria da cidade. “Isso significa passar de uma condição para outra melhor. Entretanto, isso representa uma série de possibilidades, pois cada pessoa tem suas necessidades. O grande desafio são as administrações abrirem espaço para a população contribuir e apresentar suas revindicações e a promoção da participação popular é a forma de se construir uma cidade acolhedora”, comentou.
Gilberto Carvalho relembrou que no mesmo dia, em 1983, foi fundada a Central Única dos Trabalhadores (CUT). “Esse seminário em um momento de crise tão aguda em nosso País é sinal de coragem de parar e de abrir espaço para reflexão e tentar produzir novas alternativas.”
Na sequência das atividades, na mesa 2, foi abordado o tema Desafios e Perspectivas da Participação do Século XXI. Na mesma linha de raciocínios, os participantes apontaram para uma reflexão sobre a importância de se aprimorar a forma de participação representativa da sociedade no âmbito dos governos municipal, estadual e federal. “Não é possível ter uma democracia representativa se não houver um espaço, cada vez maior, para que a população seja ouvida em seus anseios”, apontou Yves Cabannes, da University College London.
Também participaram da mesa, que teve como moderador Jeoen Klink, Ângela Alves da Silva Rocha, representando a sociedade civil, Jairo Jorge da Silva, prefeito de Canoas e membro da Rede Brasileira de Orçamento Participativo, Giovanni Allegretti, da Universidade de Coimbra, e Evelina Dagnino, da Universidade de Campinas.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, fechou a programação com a palestra Sociedades Dissidentes, Futuro e Construções Coletivas. Ao fazer um breve raciocínio do momento vivido pelo País, Haddad lembrou o período em que foi ministro da Educação para apontar as dificuldades de se conseguir o consenso em um país “tão complexo” como o Brasil. “Quando começamos a discutir o Plano Nacional de Educação, houve muitas dificuldades e resistências, mas construímos o diálogo e depois o plano foi aprovado sem grandes problemas. Nos municípios não é diferente, daí a importância do diálogo, de ouvir os anseios da população”, comentou.
Neste sábado (29), os temas tratados serão: Emergência de Saberes. Ações Anticíclicas e Novas Propostas e A Importância da Participação Cidadã na América Latina. É dessa última mesa, que deve começar por volta das 11h e terá moderação do prefeito Luiz Marinho, que os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e José Mujica vão participar.
Nenhum comentário on "Marinho abre Seminário Internacional sobre participação cidadã"