A tríade que nos dias atuais a física e suas relações multidisciplinares podem enunciar com segurança. Logo, nada de errático ao se esperar uma nova realidade.
Apenas ela não coincide com o calendário humano. Suas mudanças não são arbitrárias, derivam daquelas três primeiras condições; não estamos autorizados a dizer que a mudança de ano é coincidente com os momentos de transformação da matéria e energia.
Todos – o humano, outros animais, árvores, pedras, paus, poeiras – resultam de uma fonte material comum. Ninguém duvida disso no reino das ciências.
Os calendários foram feitos à imagem e semelhança dessa realidade do universo. Não se disse que o homem é igual a Deus, mas que se guia por sua imagem para assemelhar-se.
Assim como mudam os calendários, os anos muda a matéria. Karl Popper: “A matéria morta parece ter mais potencialidades que meramente produzir matéria morta”.
Ondulações no espaço-tempo se originaram de colisões entre buracos negros.
Em nosso microcosmo, agimos, não só na mudança de ano, mas sob todos os aspectos de nossa vida diária, à imagem e semelhança do universo. Somos réplicas, provavelmente divinas, quando se admite a força original impulsionadora do Big Bang. Quanto a isso, a própria ciência contemporânea está rigorosamente dividida. Daí o advérbio.
Luzes reflexas, só poderíamos assemelhar nossa conduta a tudo o que nos circunda: nosso “feliz ano novo”, arquétipo como o casamento, o nascimento dos filhos, o confronto com a morte, na fértil doutrina psicológica de Jung. Extensivo a todos os seres da mesma matéria, conduzidos por energias e suas transformações. E que a mudança mais profunda esteja em nosso interior, fundada num aforisma de Kant, que poderia encimar a Declaração Universal dos Direitos do Homem: “tratar os outros seres como um fim, jamais como um meio”.
Amadeu Garrido de Paula é Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.
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