Equipe 100% brasileira enfrenta desafio de 5,6 mil km no Dakar

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Da Redação – Começa nesta segunda-feira (7) em Lima, no Peru, o Dakar 2019. O maior e mais difícil rali do mundo terá 10 dias de duração e 5.600 quilômetros de percursos que desafiam pilotos, navegadores e suas máquinas em terrenos predominantemente de dunas, exigindo técnica, resistência e muita força mental. E nesta edição, dos 11 brasileiros que disputarão a prova entre os UTVs e as motos, quatro deles são da equipe paulistana X Rally Team, tricampeã do Rally dos Sertões entre os carros.

Liderada pelos irmãos Cristian e Marcos Baumgart, a equipe irá competir pela primeira vez no Dakar, e optou por entrar na categoria dos UTVs (chamada de SxS pela organização da prova) após boa experiência no Desafio Inca, também no Peru, no último mês de setembro. O time vai competir com os UTVs Can-Am Maverick X3 preparados pela South Racing.

Pela primeira vez na história de mais de 40 anos, o Dakar será todo disputado dentro de um mesmo país. A prova terá a largada promocional neste domingo (6) nas ruas da capital Lima, e depois segue para Pisco, San Juan de Marcona, Arequipa e Tacna; na quinta etapa, começa o caminho de volta retornando a Arequipa, onde no sábado (12) pilotos e equipes têm o dia de descanso. Depois, a prova retorna a San Juan de Marcona, Pisco e a chegada, no dia 17, a Lima.

Do desenho de criança à realidade sonhada

Para Marcos Baumgart, de 41 anos, estar no Dakar é a realização de um sonho de criança. Fissurado em carros e motos desde a infância, o caçula dos irmãos Baumgart tem guardado um desenho que fez aos oito anos do carro com o qual correria no Dakar quando crescesse.

O sonho virou realidade pela primeira vez em 2013, quando disputou a prova na categoria carros ao lado de Kleber Cincea. A dupla, no entanto, teve de abandonar a disputa no sexto dia depois de problemas de motor enfrentados após um acidente.

Agora competindo entre os UTVs, Marcos tem um objetivo muito claro traçado para a prova: não sair de dentro do veículo durante a disputa. “O desafio do Dakar é não descer do carro nenhuma vez. Isso quer dizer não quebrar e não sofrer com atolamentos ou furos de pneu. Não quero deixar entrar areia nas sapatilhas nem nas luvas de jeito nenhum. Meu objetivo é esse: não desatar o cinto de segurança depois da largada e não ter de parar de jeito nenhum”, destaca.

O navegador Kleber Cincea compartilha do sentimento. “O Dakar é sempre difícil, duro. Muito. E não é diferente este ano. Somado a isso, a participação que eu e o Marcos tivemos em 2013, em que não completamos, nos ajudou a ter alguma experiência. Então a primeira coisa é fazer uma prova constante para chegar no final. O UTV se comporta muito bem na areia e pudemos perceber isso no Peru durante o Desafio Inca, e foi muito legal para pegar a mão, entender os limites, treinar navegação em um piso tão diferente para nós. Tudo isso foi muito importante. Queremos terminar, mas ao mesmo tempo vemos chances de fazer uma boa prova. Mas a primeira meta é chegar ao final, e para isso vamos trabalhar bem focados”, disse.

Tricampeões do Sertões estreiam no Dakar

Cristian Baumgart e Beco Andreotti, competindo juntos há 19 anos, formam a dupla mais longeva da história do rali brasileiro. Os dois são os atuais tricampeões do Rally dos Sertões na categoria carros. Embora o currículo imponha respeito, no Dakar eles entram como estreantes e se colocam com humildade.

“É um sonho participar do Dakar”, diz Beco Andreotti, 42, navegador e chefe da equipe X Rally Team. “Passamos muitos anos falando sobre isso, planejando e esperando o melhor momento. Estamos muito ansiosos, e não há que se negar que dá até um pouco de medo, pois é uma navegação nova, diferente, apesar de termos treinado isso no Desafio Inca. Vamos ter de ser conservadores no começo para pegarmos a mão e vermos como tudo vai se desenrolar, mas sem fazer loucuras”, prega.

Cristian, de 44 anos, aposta na estrutura da equipe mais profissional do rali brasileiro atualmente para um bom desempenho, embora saiba o tamanho do desafio. “O Dakar é um rali gigantesco, e nele somos meros estreantes. É uma prova que não dá segunda chance, que não perdoa. Com a consciência disso, podemos dizer que nos sentimos preparados. Estamos com os melhores UTVs, uma equipe muito boa, uma estrutura enxuta e com uma excelente vantagem que é ter o Marcos e o Kleber juntos. Se Deus quiser vamos ter os dois UTVs no final. A ideia é terminarmos entre os melhores estreantes, e talvez estar ali entre os cinco melhores”, afirmou.

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