Filme A Prece mostra a obstinação de um jovem para superar o vício das drogas

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Da Redação – Estreia marcada para 8 de novembro, drama ‘A Prece’ deve atrair religiosos e profissionais de tratamento de dependência química ao Reserva Cultural, em São Paulo, e aos cinemas do DF, RJ, MG, PR, RS, ES e PE. Filme do diretor Cédric Kahn retrata o encontro com a fé e a fraternidade como programa de vida para jovem viciado em drogas. Inspirado em experiências reais, o longa foi agraciado com o prêmio Urso de Prata de Melhor Ator para Anthony Bajon no último Festival de Cinema de Berlim.

Você certamente vai correr o risco de se questionar com a história do jovem Thomas, de 22 anos, um viciado em drogas no seu último estágio, o do fundo do poço emocional, que aceita se submeter ao tratamento de recuperação e isolamento da comunidade dirigida por sua lendária freira, no alto das montanhas, na região de Isère, na França.

Sabe se lá por quais caminhos Thomas chegou ali, mas logo se descobrirá que a fé difundida naquela comunidade é capaz de despertar naqueles jovens o espírito de fraternidade como um caminho para a reconstrução de laços sociais.

Foi essa relação que inspirou o ator e diretor francês, Cédric Kahn, mesmo diretor de “Vida Selvagem”, a produzir o longa. “À primeira vista, supomos que as drogas e a fé são duas coisas muito diferentes, mas na verdade há muito crossover e me interessei por essa história”, disse o diretor em uma recente entrevista em seu país.

De início, vemos um jovem descrente, angustiado e revoltado pela rejeição social e a incerteza da libertação do vício. Um tempo depois, Thomas mergulha na dinâmica da vida comunitária de oração e de partilha com os outros jovens, filhos vindos de boas famílias, de várias nacionalidades, que chegam ali como uns meninos de rua e aprendem a disciplina pela acolhida e valores cristãos.

Com Thomas assistiremos esse impacto que, mediado por um importante apoio, um companheiro veterano encarnado no papel de anjo da guarda que guia o acolhido na jornada permeada pela máxima do célebre São Bento por seu ‘Ora et labora’ ou reza e trabalha. Este anjo, também visivelmente em combate consigo, é o primeiro a acudi-lo nos momentos de crise, próprios de quem se submete à abstinência dos narcóticos para alcançar domínio físico e mental.

Em contraponto às cenas fortes de combate, o recreio dos jovens, as belas canções ao violão e a camaradagem evocam um certo alívio diante da aspereza de seu drama. Como suas experiências intensificam seus sentimentos conflitantes diante dos valores perdidos nas ruas da vida: a amizade, solidariedade e a paixão juvenil, agora resgatados, parece improvável que a porta de volta à sociedade possa ser a vida sacerdotal, que a certa altura o encanta. De fato, uma vocação quase impossível para um dependente químico ainda em fase de recuperação.

Além da relação com a fé e as questões de religião, a força de vontade do protagonista que assume as regras da vida da comunidade é ponto alto da saga; daí ele passa a se solidarizar com quem, outrora como ele, acaba de chegar.

A sequência do dia de confraternização entre os rapazes e as moças da comunidade prepara Thomas para o encontro marcante com a madre de voz afável que especula sua situação e o confronta, com seu jeito próprio, na raiz de suas incertezas e provoca sua epifania.

Por fim, Cédric Kahn capta em tela de sétima arte a difícil decisão do personagem, já imbuído do espírito da fraternidade cristã, que poderá surpreender a todos, mas a mensagem de reflexão sobre as questões da fé é uma certeza.

Quem lida com o problema das drogas diz que o filme é ‘instigante’, sobretudo, pelo método promissor da terapia recorrente em tantas casas de acolhida mundo afora. Foi justamente a relação entre os estágios da terapia a viciados em drogas e a religião que inspirou o cineasta a tecer a comovente história. “O que me inspirou: a jornada desses jovens em direção à fé. Ouvi grupos religiosos que ajudam viciados e foram suas histórias pessoais que me deram a ideia de que haveria um filme a ser feito”.

Ficha Técnica: Título Original: La Prière. Direção: Cédric Kahn Roteiro: Cédric Kahn. Produção: Sylvie Pialat, Benoît Quainon. Fotografia: Yves Cape; Edição: Laure Gardette; Música: Nicolas Cantin, Sylvain Malbrant, Olivier Goinard; Figurino: Alice Cambournac. Gênero: Drama País: França Ano: 2018. Cor. Duração: 107 minutos. Classificação: A Definir. Elenco: Anthony Bajon, Damien Chapelle, Alex Brendemühl, Louise Grinberg, Hanna Schygulla. Trailer Oficial: https://www.youtube.com/watch?v=8yGFhbLmsUE

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