O Papa Francisco e os dogmas da Igreja Católica

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Gabriel Clemente – Quando foi eleito pelos cardeais do Vaticano e assumiu a chefia da Igreja Católica, em 2013, o argentino Jorge Mario Bergoglio, papa Francisco, passou a defender e assumir posições nuncas antes vistas pelos fiéis mais antigos, conservadores e fervorosos da instituição religiosa milenar.

O religioso tem se mostrado alinhado à evolução e às novas ideias da sociedade contemporânea e ‘corta na própria carne’ ao punir, publicamente, clérigos praticantes do crime de pedofilia, aceitar gays como seguidores da crença católica e dispensar a pompa protocolar de um chefe de Estado, atitudes que vêm reconquistando egressos pelo mundo todo.

Recentemente, veio à tona mais um caso de pedofilia ocorrido nos anos 70 e Francisco não hesitou em expulsar o padre criminoso e os que o acobertaram.

No tocante ao aborto, tema discutido, sobretudo, por aqui e na Argentina, país natal do sumo pontífice, embora ele se posicione veementemente contra a prática, já orientou sacerdotes para que perdoem, sinceramente e sem julgamentos, as mulheres que cometeram o ato sob qualquer circunstância.

Quando esteve no Brasil, no Rio, para a Jornada Mundial da Juventude, foi ovacionado pelos seguidores do país onde há o maior número de católicos do planeta. Desceu do papa móvel, afagou crianças e cumprimentou populares, dispensando todo e qualquer tipo de comportamento protocolar. Chegou a chamar a atenção de um segurança que não queria permitir a aproximação de uma criança ao papa móvel.

Alguns adeptos da ‘teoria da conspiração’ ou ‘espíritos de porco’ podem alegar que ele quer se mostrar um ‘pop star’. Discordo.

O papa revela, sobretudo, que a Igreja também é composta por seres humanos de carne e osso, não por santos infalíveis e divindades.

Com esse tipo de comportamento, Francisco só conquista ainda mais almas e mostra que somos todos iguais, falíveis e erramos.

Essa é a filosofia assumida por ele, assim que sucedeu o conservador alemão Ratzinger, o Bento XVI, hoje, papa emérito, em razão da abdicação ao mais alto cargo da Igreja.

Claro que alguns dogmas católicos são imutáveis, mas ele passou a proporcionar uma nova visão ao mundo ao evitar discriminações de qualquer espécie.

Na verdade, o papa prega a humildade das atitudes, a paz e o respeito entre todos, independentemente de crenças, origens étnicas, orientação sexual e nacionalidades.

Trata-se de homem íntegro, que prega a tolerância, inclusive junto a ateus dignos.

Em resumo, foi uma ótima surpresa, até no tocante à diplomacia, ao tentar mediar conflitos mundiais.

Pessoa que merece toda a nossa reverência, consideração e respeito.

* Gabriel Clemente é jornalista graduado pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Atuou como repórter da Rádio ABC, assessoria de imprensa política e na comunicação institucional do Centro Universitário Fundação Santo André (FSA).

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