Da Redação – A presidente Dilma Rousseff sancionou uma nova lei antibullying, publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 9 de novembro. A lei entra em vigor em 90 dias e torna obrigatória a conduta de escolas e clubes contra este tipo de agressão, por meio deprevenção. Nos quatro colégios do Grupo A Educacional (Aprendendo a Aprender, Concórdia, Horizontes Uirapuru e Liceu Santa Cruz), o bullying já é combatido. As ações vão desde conversas e palestras até trabalhos específicos com o uso de bonecos de inclusão, livros paradidáticos e projetos interdisciplinares e culturais.
Caracterizado por agressões intencionais, verbais ou físicas, o bullying é um ato realizado de forma repetitiva por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. Em maio deste ano, o governo federal relatou em pesquisa que aumentou de 5% para 7% a presença de casos de bullying nas escolas brasileiras. O levantamento apontou também que 20,8% dos estudantes já praticaram algum tipo de bullying contra os colegas, e que a prática é proporcionalmente maior entre os meninos do que entre as meninas.
No colégio Aprendendo a Aprender, no bairro de Pinheiros, o material “Tudo Bem Ser Diferente…” trabalha o tema com ações preventivas como a utilização de bonecos de inclusão com necessidades especiais. Semanalmente, esses bonecos são levados para casas de alunos, e estes desenvolvem, com relatos e fotos, o resultado da visita. Kelly Cristina Evangelista dos Santos, pedagoga do Aprendendo, explica que o primeiro passo contra o bullying é da escola: “É fundamental apoiar os alunos que sofrem esse tipo de ataque com uma conversa privada e com diálogo entre as partes envolvidas. Além disso, promover projetos que trabalhem o respeito às diferenças, campanhas de solidariedade e incentivo à generosidade são outras práticas que podem ser adotadas”.
O colégio Horizontes Uirapuru, também em Pinheiros, utiliza um programa de conscientização que envolve alunos, pais e responsáveis, segundo a diretora Gabriela Lian Branco Martins. “Quando há casos isolados, fazemos um trabalho em parceria com a família, para que a ação seja conjunta e harmoniosa, de modo que os resultados sejam alcançados de forma efetiva”, explica.
A escola também usa o material “Chega de Bullying, não fique calado”, disponível no site www.chegadebullying.com.br. “Os alunos encenam situações de bullying assumindo vários papéis: da vítima, dos que cometem e dos que assistem e não ‘participam’ da ação. Eles trocam de papel e depois é feito um debate sobre como cada um se sentiu”, comenta Gabriela.
O colégio Liceu Santa Cruz, na Mooca, tem investido na informação sobre o assunto e desenvolve projetos nas áreas de filosofia, sociologia e OPEE (Orientação Profissional, Empreendedorismo e Empregabilidade). Além disso, a escola organizou um espetáculo teatral sobre o bullying. Todos os alunos assistiram e todos os professores abordaram o tema em sala de aula. Os jovens produziram textos e cartazes que ficaram expostos na escola.
Para a diretora do Liceu, Mirna Eloi Suzano, o principal malefício para alunos que sofrem bullying é o risco de que a situação seja vivida individualmente, e que possa determinar um processo de baixa autoestima: “O que temos percebido é que o bullying está surgindo cada vez mais cedo. Hoje temos manifestações em todas as faixas etárias. Entre adolescentes e pré-adolescentes é mais comum, porém mesmo entre crianças do Ensino Fundamental acontecem casos”.
Já no colégio Concórdia, no Campo Limpo, o trabalho acontece de forma preventiva e de acordo com cada situação. “Não aceitamos práticas como ofensas e colocar apelidos nos demais, pois todo o nosso trabalho tem como base o respeito mútuo”, relata Tina Mathioli, orientadora educacional da escola. O colégio utiliza livros paradidáticos como “Se fosse com você”, de Sandra Saruê e Marcelo Bonffa. Esse material propicia aos alunos reflexão sobre a importância de respeitar o outro.
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