Da Redação – O Consórcio Intermunicipal vai convidar representantes do Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para a próxima Assembleia Geral de prefeitos, a ser realizada em 1º de dezembro. Até esta data, a entidade vai pedir esclarecimentos aos dois órgãos em relação à obra de transposição de água da Represa Billings para o Sistema Alto Tietê, bem como solução para os transtornos que as intervenções têm causado à cidade de Ribeirão Pires.
Durante a 68ª assembleia geral, nesta segunda-feira (9), o assessor regional do município no Consórcio, Ailton Gomes, relatou o histórico de problemas desde que o projeto entrou em operação, no dia 30 de setembro. “A Sabesp pretende transpor 4m³ por segundo, mas com 1,8 m³ por segundo as margens do córrego Taiaçupeba-Mirim já começaram a ceder. Então a prefeitura embargou a obra parcialmente no dia 7 de outubro, e o volume foi reduzido para 1m³ por segundo” lembrou. Segundo o assessor de Ribeirão Pires, no bairro Lusitano, mais afetado, os moradores ficaram isolados e foi prejudicada também a linha férrea usada para transporte de carga até a Baixada Santista.
O presidente do Consórcio, Gabriel Maranhão, detalhou como será o diálogo da entidade junto ao órgão estadual. “Vamos produzir um relatório com fotos e levar nossa preocupação à Sabesp. Há potencial para vários problemas, como o alagamento de vias, desmonoramento de encostas e moradias e até a contaminação de nascentes, porque não sabemos qual é a qualidade dessa água que vem da Billings. Dessa forma, esperamos que os representantes dos órgãos estaduais venham ao Consórcio não apenas para apresentar a situação, mas já com soluções para esses problemas”, disse.
Plano de contingência – O Plano de Contingência por parte da Sabesp e governo estadual, cobrado pelo Consórcio Intermunicipal desde fevereiro também fez parte da pauta da assembleia. O governo anunciou a apresentação e discussão do plano para o próximo dia 19, durante reunião do Comitê de Crise Hídrica, na sede da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, em São Paulo. O representante do Consórcio nesse fórum, João Ricardo Guimarães Caetano, que também é coordenador do Grupo de Trabalho Meio Ambiente da entidade, afirmou que a expectativa é de que a proposta enfrente os problemas apontados pelos municípios da região metropolitana.
“Teremos o retorno sobre qual será a ação da companhia (Sabesp) para evitar o rodízio. A falta de água para hospitais e escolas é nossa principal preocupação, e estamos aguardando essa reunião com ansiedade para que nos seja passado o plano de abastecimento nessas unidades”, disse o presidente do Consórcio e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão.
Mudanças climáticas – Ainda na pauta ambiental, os prefeitos assumiram o compromisso junto ao Pacto dos Prefeitos para o Enfrentamento da Mudança Climática. O acordo mundial, que conta com a participação de mais de duzentas cidades, determina que os municípios reduzam a emissão de gases do efeito estufa (GEE), além de divulgar publicamente as metas e os resultados obtidos nesse sentido. Para cumprir o compromisso, o Consórcio deve elaborar, no próximo ano, um inventário de GEE, como parte do Plano Regional de Redução de Riscos que envolverá os Grupos de Trabalho Meio Ambiente, Defesa Civil e Planejamento Urbano, entre outros.
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