Com prisão de Atila, negociação entre Mauá e FUABC emperra

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Da Redação – Deflagrada no último dia 8, a Operação Prato Feito, da PF (Polícia Federal), impactou nas negociações entre a Prefeitura de Mauá e a FUABC (Fundação do ABC) pela renovação do contrato aos serviços de saúde. A investigação, sobre a atuação de um cartel de empresas nas redes de ensino em 30 cidades paulistas, resultou na prisão do prefeito Atila Jacomussi (PSB) e na renúncia de Carlos Maciel na presidência da entidade.

Atualmente, a FUABC administra o Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini e oferece a mão de obra a 23 UBSs (unidades básicas de saúde), três UPAs (unidades de pronto atendimento). Assinado em 2015 pelo ex-prefeito Donisete Braga (Pros), o contrato permite a renovação do convênio por até 60 meses. Com o vínculo encerrado no fim de fevereiro, Atila prorrogou por 30 dias e posteriormente por mais 90 dias.

O último aditamento se encerra no fim de junho, enquanto governo e a FUABC teriam como finalidade reduzir o valor do contrato, que atualmente é superior a R$ 15 milhões mensais, para uma quantia de R$ 12 milhões. Outro entrave é a dívida cobrada pela entidade, que chegou a calcular saldo devedor de R$ 123 milhões, enquanto Atila afirmou que tal valor não passava de R$ 38 milhões.

Em meio ao impasse, a Operação Prato Feito veio à tona com foco na relação de empresários com prefeituras, movida a propinas, fraudes e superfaturados nos serviços de merenda escolar, uniformes e materiais didáticos. Há 17 dias na superintendência regional da PF, em São Paulo, Atila foi preso em flagrante sob suspeita de lavagem de dinheiro, pela soma de R$ 87 mil em notas vivas na sua residência, sem origem clara.

Também foi conduzido, no mesmo dia, à carceragem da PF o então secretário de Governo e de Transportes, João Gaspar (PCdoB) – exonerado na semana passada –, visto que os agentes federais encontraram, na sua casa alugada, envelopes contendo R$ 588,4 mil e € 2,9 mil (equivale a R$ 12,9 mil), sem declaração. O comunista era cotado para comandar a Pasta de Saúde, após saída de Ricardo Burdelis em abril.

Pelo lado da FUABC, a Operação Prato Feito apontou um conluio de Maciel (foto) com empresários apontados na investigação. O relatório da PF atestou que o então presidente da entidade regional e secretário de Assuntos Governamentais de São Bernardo favoreceu a prorrogação do contrato entre o governo e a empresa Le Garçon Alimentação e Serviços, administrada pelo seu genro, Fábio Favaretto.

A Le Garçon atuava desde 2015 em São Bernardo pelo fornecimento de kit lanche, ainda na gestão do ex-prefeito Luiz Marinho. No ano passado, já na gestão do sucessor Orlando Morando (PSDB), a PF suspeita que Maciel teve atuação na prorrogação do acordo, pela quantia de R$ 6 milhões, com risco de fraude na sua execução, a fim de compensar os custos com propinas durante a campanha eleitoral.

Horas depois da PF realizar mandados de busca e apreensão, Maciel renunciou ao comando da FUABC e entregou o pedido de exoneração a Morando, que o aceitou em seguida. Dessa forma, tanto a Prefeitura de Mauá como a organização regional ficaram sem seus titulares no comando, o que definitivamente emperrou as negociações entre as partes para renovação do contrato pelos serviços de saúde.

Por meio de comunicado, a FUABC afirmou que trabalha na formatação de um novo plano operativo nos equipamentos de saúde em Mauá, com uma proposta dentro da realidade econômico-financeira do município. Sem Atila no comando do governo – ocupado interinamente pela vice-prefeira Alaíde Damo (MDB) – e com a Secretaria de Saúde sem titular na chefia, a gestão mauaense não se pronunciou sobre o caso. (site Repórter Diário)

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